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Veículos

- Publicada em 08 de Janeiro de 2019 às 22:11

Setor automotivo prevê alta de 11,4% nas vendas

Retomada da indústria depende de setores como comércio e serviços

Retomada da indústria depende de setores como comércio e serviços


/CESAR MANSO/AFP/JC
A indústria automotiva teve mais um ano de recuperação em 2018 e projeta avanço nas vendas em 2019, mas registra sinais negativos nas exportações, em especial por causa da crise na economia Argentina. A Anfavea, associação que representa o setor, estimou ontem um crescimento de 11,4% nas vendas de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus novos em 2019 - o que eleva a projeção de unidades a serem vendidas no ano para 2,86 milhões
A indústria automotiva teve mais um ano de recuperação em 2018 e projeta avanço nas vendas em 2019, mas registra sinais negativos nas exportações, em especial por causa da crise na economia Argentina. A Anfavea, associação que representa o setor, estimou ontem um crescimento de 11,4% nas vendas de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus novos em 2019 - o que eleva a projeção de unidades a serem vendidas no ano para 2,86 milhões
Com 2,57 milhões de veículos licenciados em 2018, as vendas do setor registraram crescimento de 14,6% em relação a 2017. O número supera expectativas anteriores, que indicavam uma alta de 13,7%. A produção registrou aumento de 6,7%, totalizando 2,88 milhões de unidades.
O mês de dezembro foi considerado positivo pela Anfavea, com 234,5 mil veículos licenciados, alta de 1,6% em relação a novembro, apesar de ter três dias úteis a menos. Na comparação com dezembro de 2017, a alta foi de 10,3%. Foi também a melhor média diária de emplacamentos desde dezembro de 2014, com 12,3 mil no mês. O destaque da trajetória de recuperação foi o segmento de caminhões, que alcançou alta de 46,3% no ano. A maior parte do avanço ficou nos modelos pesados (85,5%), impulsionados pelo transporte de grãos e logística do agronegócio.
Segundo a Anfavea, ainda falta uma retomada consistente dos setores de serviços e comércio para que os outros segmentos, de veículos leves e semipesados também voltem a registrar crescimentos robustos. O mercado automotivo tem sustentado o desempenho geral da indústria: respondeu por 70% do avanço geral de todo o setor industrial em 2018, ante uma fatia de 50% no ano anterior. O presidente da Anfavea, Antonio Megale, no entanto, alerta para a queda nas exportações, afetadas em especial pelo desempenho argentino. "Infelizmente, a exportação, como já tínhamos observado nos últimos meses, continuou muito fraca", disse Megale.
Foram 31,7 mil unidades de veículos leves, caminhões e ônibus exportados em dezembro de 2018, ante 61,1 mil no mesmo mês do ano anterior, de acordo com os dados da Anfavea. A queda foi de 48,1% na comparação com dezembro de 2017. Também houve uma queda de 7,9% em relação a novembro, reiterando persistência da tendência de queda. No acumulado do ano, as exportações ficaram em 629,2 mil, queda de 17,9% ante 2017, que havia alcançado recorde de 766 mil.
"Havia uma previsão no começo do ano passado de que se chegasse a 1 milhão ou próximo disso, mas acabou fechando abaixo de 800 mil. Com isso, sofremos muito nas exportações", disse Megale. Outro parceiro importante, o México também apresentou dificuldades. "Tivemos números positivos para o Chile, a Colômbia e outros países. Mas esperamos que 2019 ainda seja um ano bastante complexo. Vamos ter problemas nas exportações", disse Megale.
Também por causa da deterioração nas vendas para a Argentina, a Anfavea registrou queda nas exportações de máquinas agrícolas e rodoviárias (queda de 15,7% em relação a novembro e mais de queda ante dezembro anterior).

Comercialização de veículos na Argentina deve cair para 680 mil unidades

A venda de veículos na Argentina deve cair em 2019 pelo segundo ano consecutivo e atingir o nível de 680 mil unidades, estima a Anfavea, associação que reúne as montadoras instaladas no Brasil. Segundo a Acara, associação de concessionárias de veículos da Argentina, as vendas em 2018 somaram 802 mil unidades, queda de 10,9% em comparação com 2017, ano em que o mercado argentino bateu recorde, com 900 mil unidades vendidas.
A expectativa de vendas na Argentina em 2019 é importante para as montadoras do Brasil porque o país vizinho é o principal comprador de veículos brasileiros, com 70% de participação.
O mercado argentino começou a piorar em maio do ano passado, quando as condições de crédito ficaram mais restritas aos consumidores, em razão do aumento dos juros básicos, que mais que dobraram em 2018, para cerca de 60% ao ano, num cenário de inflação maior e moeda local desvalorizada.
Em razão da expectativa de continuidade da crise na Argentina em 2019, a Anfavea acredita que as exportações brasileiras de veículos como um todo vão cair novamente este ano, para 590 mil unidades, um recuo de 6,2% em relação a 2018.