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Sistema Financeiro

- Publicada em 07 de Janeiro de 2019 às 22:40

Bancos estatais querem apoio privado ao crédito

Os presidentes dos bancos estatais trataram da venda de participações e da maior participação do setor privado no mercado de crédito em seus discursos de posse. Eles foram oficializados no cargo em cerimônia no Palácio do Planalto nesta segunda-feira.
Os presidentes dos bancos estatais trataram da venda de participações e da maior participação do setor privado no mercado de crédito em seus discursos de posse. Eles foram oficializados no cargo em cerimônia no Palácio do Planalto nesta segunda-feira.
No comando do Bndes, Joaquim Levy, ex-ministro da Fazenda do governo de Dilma Rousseff (PT), afirmou que um novo ciclo vai começar com mais participação do setor privado. "Não tenho dúvida que nós estamos na antessala de um novo ciclo de investimentos, de uma economia que vai ser mais aberta, com mais espaço para o setor privado e para os mercados de capital", afirmou. Levy, assim como Guedes, é formado pela Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, considerada o berço do liberalismo.
Segundo ele, o papel do banco é de contribuir para o ambiente de negócios "desenvolvendo novas ferramentas, novas formas de trabalhar e em parceria com o mercado". Como missão, o presidente do Bndes disse que pretende "continuar combatendo o patrimonialismo e as distorções que foram verificadas e são uma trava ao crescimento do Pais, à justiça e à equidade".
Ao receber o cargo, o novo presidente da Caixa, Pedro Guimarães, afirmou que vai vender participação de empresas controladas pelo banco público. Entre as áreas colocadas como prioritárias para venda estão as de seguros, cartões e loterias. Segundo ele, esse trabalho será iniciado já neste ano, com começo do processo de venda em, pelo menos, duas dessas áreas.
De acordo com Guimarães, a Caixa terá foco no atendimento aos mais pobres. Entre os objetivos, está a ampliação do microcrédito e a redução das taxas de juros. "Não me conformo em ver pessoas tomando dinheiro a até 22% por mês", disse.
O novo presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, disse que o presidente Jair Bolsonaro tem a responsabilidade de reverter o quadro de dificuldades econômicas. Ele enumerou escândalos políticos nos últimos anos, como o mensalão e o petrolão, e afirmou que a sequência de episódios deixou a população brasileira desesperançosa.
"Hoje temos uma responsabilidade enorme em reverter esse quadro e fazer com que os brasileiros voltem a se sentir honrados", disse.
Ele afirmou ainda que já teve a oportunidade de conhecer os funcionários da instituição, segundo o qual são "extremamente eficientes", e ressaltou que adotará como princípios a eficiência, transparência e honradez.

Novaes afirma que BB não pretendereduzir financiamento para o campo

Rubem Novaes, novo presidente do Banco do Brasil, disse que a nova administração da instituição não tem a intenção de reduzir o volume de financiamentos rurais para seguir o entendimento do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que é preciso "desestatizar" o crédito.
"O ministro Guedes não se refere ao Banco do Brasil quando fala em desestatizar o crédito. Quando ele fala em aumentar a competição, isso passa pelo aumento do número de competidores e não pela redução do papel do BB", afirmou, após cerimônia de transmissão de cargo.
Novaes avaliou que há um entendimento tanto do Banco Central como do Ministério da Economia de que seria necessário menos subsídios nos juros do crédito rural e mais apoio ao seguro agrícola. "Essa posição talvez venha para o Banco do Brasil como uma diretriz de governo, mas ainda não participei de nenhuma discussão nesse sentido", acrescentou.
Questionado sobre os altos juros cobrados no mercado de crédito e se a sua gestão no BB buscará a redução dos spreads, Novaes respondeu que essa é uma questão macroeconômica que não cabe ao banco resolver. "Isso passa primeiro pelo alto endividamento do Estado e pelas perspectivas futuras sobre as contas públicas. A competitividade bancária é um segundo ponto", alegou. "Esse governo está trabalhando para melhorar as contas públicas. Com isso poderemos ter juros compatíveis com as taxas internacionais", completou.
 

Guimarães anuncia que Caixa venderá participações em diversos segmentos

O novo presidente da Caixa Econômica Federal, Paulo Guimarães, anunciou que a instituição deverá vender participações em áreas como seguros e loterias, reforçar o financiamento imobiliário via mercado de capitais e investir em microcrédito a juros mais baixos.
Ele disse que seguirá a determinação do governo de "não errar" e que buscará reduzir um passivo de R$ 40 bilhões da Caixa registrado sob a rubrica de "instrumentos híbridos de capital e dívida". Segundo Guimarães, isso se dará com a "venda de participações em empresas controladas, seguros, cartões, asset (gestão de ativos) e loterias, que já começam agora, pelo menos duas neste ano".
Guimarães destacou que o banco público buscará reforçar sua atuação no mercado de crédito imobiliário por meio de operações de securitização - venda de títulos no mercado financeiro - da ordem de R$ 50 bilhões a R$ 100 bilhões.
"É fundamental discutir a parte imobiliária. Hoje temos problemas de funding. Via mercado de capitais, vamos vender de R$ 50 bilhões a R$ 100 bilhões para exatamente poder a Caixa continuar ofertando esse crédito", disse.
O novo presidente da Caixa acrescentou que pretende expandir a oferta de microcrédito a taxas mais baixas do que as hoje praticadas pelo mercado. "Não me conformo em ver pessoas tomando dinheiro a 15%, 20% ao mês", afirmou. "O Brasil pode ser uma referência em microcrédito."
Guimarães disse que deverá fazer uma revisão nas políticas de patrocínio e comunicação da Caixa, conforme orientação do governo, e que viajará pessoalmente aos estados para ouvir clientes e visitar comunidades carentes.
Ele informou que um dos primeiros estados a ser visitado será o Amazonas, onde estuda ampliar o acesso à Caixa ampliando o número de barcos do banco que atuam em comunidades isoladas.
 

Levy diz que Bndes deve se adequar e defende combate ao patrimonialismo

O novo presidente do Bndes, Joaquim Levy, afirmou que o balanço da instituição ainda tem um volume exagerado de recursos da União e é preciso fazer uma adequação do retorno que a população recebe do dinheiro público aplicado. No passado, o governo aumentou a dívida pública para repassar esses recursos ao banco, que cobrava dos empresários um juro menor que aquele que o Estado pagava. A indicação dada pelo novo comandante do Bndes é que a instituição vai no caminho oposto: diminuir ainda mais o volume de recursos públicos no balanço do banco.
Durante a posse, Levy repetiu parte do seu discurso quando assumiu o Ministério da Fazenda no segundo mandato da ex-presidente Dilma Rousseff. Ele falou que o País tem de continuar a combater o patrimonialismo e que isso levará a uma maior liberdade econômica.