A Petrobras reduziu em 2,73% o preço da gasolina em suas refinarias nesta quinta-feira, levando o valor ao menor patamar em 15 meses. O litro do combustível é vendido a R$ 1,4675, em média.
Em valores corrigidos pela inflação, a última vez em que o litro da gasolina foi vendido nas refinarias da estatal por menos de R$ 1,50 foi em meados de setembro de 2017. Depois, os preços dispararam, acompanhando a escalada das cotações internacionais do petróleo até atingirem, um ano depois, o recorde de R$ 2,2676 por litro, também corrigidos pela inflação.
Desde então, a queda acumulada no preço é de 35,3%, reflexo do recuo das cotações internacionais e do recuo da taxa de câmbio durante o processo eleitoral. Durante o pico de setembro, a Petrobras anunciou uma mudança em sua política de preços, permitindo que a área técnica segurasse reajustes da gasolina por até 15 dias. Segundo a empresa, as perdas seriam compensadas pelo uso de instrumentos financeiros de proteção conhecidos como hedge.
A política de preços alinhados ao mercado internacional foi implantada em agosto de 2016 e revisada pela primeira vez em julho de 2017, com a liberação de ajustes diários para enfrentar a concorrência com importações de combustíveis.
Passou a ser questionada pelos consumidores e pelo próprio governo Temer a partir do início de 2018, diante da escalada de preços. Em maio, foi usada pelos caminhoneiros como justificativa para a greve que parou o Brasil.
A queda recente acompanha a redução abrupta na cotação internacional do petróleo a partir de outubro de 2018: logo após o Natal, o petróleo Brent, negociado em Londres, ficou abaixo de US$ 50 por barril pela primeira vez em um ano e meio.
Nas bombas, também houve queda no preço da gasolina após o recorde de setembro, mas em ritmo ainda menor do que a das refinarias: apenas 6,62%, segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis).
Parte do ganho ficou com os postos: a margem de revenda subiu de R$ 0,429 por litro, corrigidos pela inflação, para R$ 0,485 por litro na última semana de dezembro. A parcela referente a impostos estaduais também é maior.
O preço do diesel nas refinarias da estatal ficou estável nesta quinta-feira pelo terceiro dia consecutivo após o fim do programa de subvenção federal, que terminou no dia 31 de dezembro, já que a Petrobras também adotou a política de segurar reajustes - mas neste caso, o período máximo é de sete dias.
Produção de petróleo e gás registra queda de 2,3% em novembro, segundo dados da ANP
A produção de petróleo e gás no Brasil em novembro atingiu 3,274 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d). O número representa queda de 2,3% em relação ao mês anterior e queda de 1% ante igual período do ano anterior. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Conforme a ANP, a queda se deve principalmente à realização de paradas para manutenção no FPSO Cidade de Ilhabela, no campo de Sapinhoá (Bacia de Santos), e nas plataformas P-18 e P-37, no campo de Marlim (Bacia de Campos).
A produção de petróleo no período foi de 2,567 milhões de barris de petróleo por dia (bbl/d), queda de 1,8% na comparação com o mês anterior e 1,1% menor ante novembro de 2017. Já a produção de gás natural foi de 112 milhões de m3 por dia, recuo de 4% ante outubro e de 0,9% frente a novembro de 2017.
A produção do pré-sal em novembro totalizou 1,817 milhão de boe/d, uma redução de 1,3% em relação ao mês anterior. Foram produzidos 1,45 milhão de barris de petróleo por dia e 58,4 milhões de metros3 diários de gás natural por meio de 86 poços. A participação do pré-sal na produção total nacional em novembro foi de 55,5%.
O campo de Lula, na Bacia de Santos, foi o maior produtor de petróleo e gás natural. Produziu, em média, 903 mil bbl/d de petróleo e 38,2 milhões de m3/d de gás natural. Os campos marítimos produziram 95,8% do petróleo e 81% do gás natural.
Os campos operados pela Petrobras produziram 93,7% do petróleo e gás natural total.