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Mercado Financeiro

- Publicada em 31 de Dezembro de 2018 às 01:00

Renda fixa em 2019 exige riscos e prazos maiores

A elevação dos juros no Brasil, se ocorrer em 2019, deverá ficar para o fim do ano, estendendo por um período ainda mais longo os ganhos minguados com a renda fixa. Em março de 2018, a taxa básica, a Selic, caiu para 6,5% e aí estacionou. Economistas ouvidos pelo Banco Central (BC) projetam que os juros terminarão o próximo ano a 7,25%.
A elevação dos juros no Brasil, se ocorrer em 2019, deverá ficar para o fim do ano, estendendo por um período ainda mais longo os ganhos minguados com a renda fixa. Em março de 2018, a taxa básica, a Selic, caiu para 6,5% e aí estacionou. Economistas ouvidos pelo Banco Central (BC) projetam que os juros terminarão o próximo ano a 7,25%.
"Se a reforma da Previdência e as de ambiente de negócios passarem no Congresso, o Brasil tem chances de crescer mais com juros mais baixos", afirma Fernando Honorato, economista-chefe do Bradesco. "Mesmo que a taxa suba em 2019 e continue em alta, os juros não devem passar de 8% em 2020", diz Evandro Buccini, da Rio Bravo Investimentos.
Com base na remuneração baixa por um período mais longo, corretoras passarão os próximos meses estimulando a migração de recursos para aplicações na bolsa, mas investidores de perfil conservador devem respeitá-lo e buscar opções mais rentáveis dentro do tipo de risco que estão dispostos a correr.
Quando um poupador investe na renda fixa, ele está emprestando recursos a um banco ou empresa, e esse dinheiro é usado na concessão de crédito ou para investimento na companhia. Quanto mais tempo o dinheiro demora a voltar, maior deve ser a taxa de juros para remunerar a decisão de abrir mão de gastar. Isso é a liquidez. Se é possível resgatar o investimento a qualquer momento, como nos grandes bancos, o dinheiro rende menos.
O lucro também deve ser maior conforme o risco desse empréstimo. Ainda no exemplo dos grandes bancos, é pouco provável que eles deem um calote, e por isso o investimento rende menos. Ciente dessa combinação, o pequeno investidor pode diversificar em prazos e riscos na renda fixa, em busca de rentabilidade maior.
A principal sugestão para aplicações em 2019 é o alongamento de prazo, ou seja, contratar investimentos que só possam ser resgatados pelo menos após dois anos. Essas aplicações podem ser feitas em títulos prefixados, como o Tesouro Prefixado.
Os juros de longo prazo já caíram, mas podem recuar mais com a aprovação de reformas que controlem o déficit do País - a principal é a da Previdência. Se isso ocorrer, a taxa básica de juros do País poderá ficar em patamares baixos como o atual, sem gerar inflação. Nesse cenário, investimentos de longo prazo e títulos prefixados permitiriam ao investidor lucrar ao antecipar a queda.
Ainda no universo dos produtos simples, estão os títulos públicos atrelados à inflação. Na sexta-feira (28/12), o Tesouro IPCA com vencimento em 2024 pagava 4,49% mais inflação.
O passo seguinte seria a busca de títulos de empresas (debêntures). A maioria delas tem prazos longos, acima de quatro anos, o que exige planejamento do investidor. Rentabilidades de 100% do CDI para empresas que receberam bons ratings são consideradas atrativas pelos especialistas, pela isenção de IR.
Para aqueles que não se consideram aptos a avaliar o risco de empresas, há a possibilidade de investir em fundos de renda fixa cujo mandato é aplicar recursos em crédito privado. No fundo, os recursos serão pulverizados e, em caso de inadimplência de uma empresa, o impacto sobre o total do valor investido também será pulverizado.
Para além da busca por rentabilidade, investidores precisam manter aplicações que possam ser resgatadas a qualquer momento. Aqui a recomendação contempla inclusive a poupança, tão criticada nos últimos anos. Outras sugestões são o Tesouro Selic, CDBs de grandes bancos ou fundos de DI. Além de permitir o resgate em casos de despesas emergenciais, esses produtos protegem o investidor em caso de uma mudança de cenário.

Glossário dos investimentos

  • Os principais investimentos de renda fixa de bancos são CDBs, LCAs e LCIs; quanto maior o banco, menor a remuneração, porque o risco de calote é menor; as letras de crédito são isentas de IR; em caso de calote, há cobertura do FGC (Fundo Garantidor de Créditos) até R$ 250 mil por CPF e instituição financeira.
  • Empresas emitem debêntures, e o dinheiro vai para financiar investimentos; quem compra uma debênture corre o risco de calote da empresa, já que não há garantia do FGC; ao investir em uma debênture, corre-se o risco de calote da empresa; quando o dinheiro é destinado a obras de infraestrutura, há isenção de Imposto de Renda.
  • No investimento prefixado, o rendimento é conhecido na hora da aplicação; é vantajoso quando há expectativa de queda de juros; no momento atual, os títulos mais longos consideram que as taxas vão subir mais do que o mercado considera que vá acontecer; por isso, há chances de rendimento maior.
  • O Tesouro IPCA paga uma taxa de juros fixa mais a variação da inflação; esse investimento garante o poder de compra do dinheiro em aplicações de longo prazo, mas pode sofrer oscilações de preços e gerar perdas em caso de resgate antes do vencimento.
  • Em anos recentes, quando a taxa Selic estava acima de 14% ao ano, títulos públicos indexados à inflação chegaram a pagar 7% de juro real.
  • CDI é uma taxa de juro que acompanha a Selic e costuma ser referência para remuneração de investimentos de renda fixa emitidos por bancos.
  • A poupança nova rende 70% da Selic mais TR; em 2018, o rendimento foi acima da inflação prevista para 2018.
  • ETFs são fundos que replicam um índice de ações, como o Ibovespa; o ganho desse fundo será, ao final de um período, o mesmo registrado pela bolsa; como é um fundo passivo (não há um gestor tomando decisões de investimento), tem taxas mais baixas.