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Varejo

- Publicada em 31 de Dezembro de 2018 às 01:00

Mercado de fogos bomba no mês de dezembro

Festas de fim de ano concentram mais da metade dos ganhos da atividade em 12 meses

Festas de fim de ano concentram mais da metade dos ganhos da atividade em 12 meses


/GABRIELA DI BELLA/ARQUIVO/JC
As tradicionais festas de fim de ano trazem consigo elementos que acabam aquecendo o comércio nessa época. Dos presentes de natal aos costumes de ano novo, dezembro influencia diretamente nas compras do consumidor. Para o mercado de fogos de artifício, essa época do ano não é somente um incremento nas vendas, mas sim o seu ponto mais alto.
As tradicionais festas de fim de ano trazem consigo elementos que acabam aquecendo o comércio nessa época. Dos presentes de natal aos costumes de ano novo, dezembro influencia diretamente nas compras do consumidor. Para o mercado de fogos de artifício, essa época do ano não é somente um incremento nas vendas, mas sim o seu ponto mais alto.
Utilizados para celebrar datas e acontecimentos desde a Antiguidade, os fogos de artifício fazem parte de um mercado dependente das celebrações para se estabelecer. Mesmo sem dados oficiais, essa sazonalidade do comércio de fogos pode ser facilmente analisada no varejo de fogos de artifício.
Fernando Pavani, proprietário da Pavani Fogos, em Sapucaia do Sul, aponta que o faturamento no último mês do ano é superior a todos os outros meses somados. "Dezembro representa cerca de 90% dos ganhos no ano", analisa o proprietário da loja, que tem mais de 60 anos de atuação nesse mercado.
Para o gerente administrativo da Fogos Gaúchos, Cristian Zanzi, as datas festivas do fim de ano geram crescimento de 80% a 90% nas vendas da loja. "Fora eventos específicos, em dezembro é o mês que 'o bicho pega'", brinca. A loja que conta com duas sedes, uma em Porto Alegre e uma em Gravataí, ainda mantém uma distribuidora em Minas Gerais, polo do setor de pirotecnia no Brasil.
Embora o ano novo represente uma parcela de rendimentos muito maior do que as outras datas, nos últimos anos, o Natal vem ganhando importância para o setor. No Rio Grande do Sul, o crescimento do Natal Luz, em Gramado, é um dos responsáveis por aquecer o mercado no segundo semestre. "Noto que antigamente o foco de vendas era somente no Réveillon, mas agora os clientes vêm comprar para o Natal e para a virada, como um pacote para o final do ano", analisa Zanzi.
Para os lojistas, 2018 não representou um acréscimo no número de vendas. A Copa do Mundo e as eleições deste ano não tiveram impacto no movimento financeiro das empresas. Para 2019, com a Copa América chegando à Capital, o setor não espera um crescimento, mas faz suas apostas nos times que modificam o mercado conforme seus desempenhos: a dupla Grenal.
Em 2017, com o título do Grêmio na Libertadores da América, o segmento de fogos foi fortalecido pelos jogos eliminatórios que levaram o clube ao título. No próximo ano, com a dupla participando do campeonato, as vendas tendem a subir.
"A Copa América é a mesma questão da Copa do Mundo, a Seleção Brasileira não aumenta a venda de foguetes aqui no Sul, diferente de Grêmio e Internacional em Libertadores, Copa do Brasil e outras competições", diz Zanzi. Os clubes gaúchos têm grande influência na manutenção financeira durante o ano para o setor. "A gente torce para Grêmio e Inter irem bem nas competições", completa Pavani.

Foguetes sem barulho ganham espaço nas comemorações

Uma polêmica em relação aos fogos de artifício diz respeito ao barulho provocado pelas explosões, que costumam ser fonte de reclamações devido ao incômodo que provoca a pessoas sensíveis, pacientes de hospitais e animais.
O Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), por exemplo, defende que fogos de artifícios com estampidos sejam proibidos e gradativamente substituídos por fogos sem ruídos em todo território nacional. De acordo com a CFMV, já há comprovação dos danos irreversíveis para animais e seres humanos causados por artefatos pirotécnicos de efeito sonoro ruidoso.
O Projeto de Lei nº 6.881/2017, de autoria do deputado Ricardo Izar Júnior (PP-SP) visa proibir a utilização dos foguetes que produzem o estampido. A maior atenção que esse debate recebeu nos últimos quatro anos já pode ser analisada no mercado. A procura por fogos sem o famoso "tiro", subiu e os varejistas procuram se adequar a ela.
"O mercado hoje sofre problemas, porque temos que nos readequar à algumas exigências. As empresas de Minas Gerais - principal polo produtor de fogos do País - estão tentando barrar esses projetos porque consideram inconstitucional. Se passar, vai praticamente quebrar as empresas brasileiras de fogos", conta Pavani.
No entanto, essa mudança vem ganhando força em várias cidades. Em Porto Alegre, a festa de Réveillon, na orla do Guaíba, contará apenas com fogos sem estampido. Em São Paulo, a comemoração na Avenida Paulista também será com foguetes sem barulho.
Além disso, a entrada dos produtos chineses, mesmo que ainda lenta e gradual, já forçou a competição com a produção nacional, concentrada em solo mineiro. Na Fogos Gaúchos, Zanzi afirma que 70% do mostruário é de origem chinesa, visto que os produtos chegam aqui com uma atratividade maior do que os nacionais - devido ao menor custo e uma maior qualidade.