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Economia

- Publicada em 23 de Dezembro de 2018 às 21:29

Natal é marcado por compras à vista e pouco endividamento de consumidores gaúchos

Leticia e Souza optaram por entrar o ano novo com dívidas

Leticia e Souza optaram por entrar o ano novo com dívidas


CLAITON DORNELLES /JC
Thiago Copetti
O Natal de 2018 poderá não ter o incremento de vendas esperado pelo varejo, mas a data já tem um diferencial. O elevado número de consumidores que preferiu pagar à vista chama a atenção dos lojistas. Fugir do endividamento, deixar o cartão de crédito de lado e optar mais pelo débito, ou até pelo dinheiro em espécie, foi a preferência sinalizada por 58% dos gaúchos em pesquisa realizada pelo Sindilojas neste ano.
O Natal de 2018 poderá não ter o incremento de vendas esperado pelo varejo, mas a data já tem um diferencial. O elevado número de consumidores que preferiu pagar à vista chama a atenção dos lojistas. Fugir do endividamento, deixar o cartão de crédito de lado e optar mais pelo débito, ou até pelo dinheiro em espécie, foi a preferência sinalizada por 58% dos gaúchos em pesquisa realizada pelo Sindilojas neste ano.
O percentual é recorde, segundo presidente da entidade, Paulo Kruse. O normal é que entre 20% e 30% das compras sejam feitas à vista nesta época. "Acredito que esse elevado percentual seja reflexo de otimismo. Se as pessoas gastam a reserva que têm para comprar é porque acreditam que as coisas vão melhorar", analisa Kruse.
No caso da loja Mr.John, de produtos para cabelo e barba, metade das compras até domingo foi paga dessa forma, segundo o gerente Michael Alexandre. O que é bom para o lojista, que tem mais capital imediato em caixa e não precisa arcar com o tempo de espera para receber o crédito, nem com as elevadas taxas cobradas pelas administradoras de cartões de crédito.
O gerente administrativo Gerson de Souza e a técnica em enfermagem Letícia Lopes, que ontem finalizavam as compras natalinas, fizeram 100% das aquisições à vista. Encerram a data sem nada para pagar depois e procuraram gastar a mesma coisa que em 2017. "A gente não sabe muito bem o que vem pela frente", explica Souza.
A professora Aline Daudt e o técnico em eletrônica Mateus dos Reis também gastaram o mesmo com os presentes de 2018 em relação a 2017 e pagaram todas as compras à vista, pela primeira vez. Como Reis foi demitido há cerca de três meses, resolveram não deixar gastos para depois e quitaram tudo no cartão de débito.
Mesmo tendo perdido o trabalho recentemente, Reis se diz otimista sobre o próximo ano. "Pior do que foi 2018 não pode ser. E, em três meses, já fiz três entrevistas de emprego", resume o técnico.
Gerente da loja de calçados Arezzo do BarraShoppingSul, Vera Novo também destacou o elevado número de vendas à vista neste ano, mas não espera crescimento do faturamento no Natal. No ano, porém, acredita que a unidade terá cerca de 10% de crescimento nos negócios. Acima, portanto, da inflação média, que está em torno de 4%.
"As vendas começaram forte na semana passada. Subiram bastante na sexta-feira e no sábado, e, no domingo, teve uma queda. Esperávamos aumentar o volume neste Natal, mas, agora, acredito que ficarão iguais ao ano passado", avalia Vera.
Alcides Debus, presidente da CDL-Porto Alegre, também está revendo a projeção da entidade, que era de uma alta de 4%, dado o movimento que desacelerou no domingo, ainda que os shoppings da cidade estivessem cheios. "Talvez porque, sendo o Natal próximo do fim de semana, com feriado prolongado, muitos deixaram a Capital. Essas vendas podem ter migrado para outras cidades", pondera Debus.
No BarraShoppingSul, os 30 mil panetones que foram oferecidos como brinde na troca de notas que somem R$ 400,00 gastos no local terminaram na tarde desse domingo (23), o que indica o bom movimento no local. No Shopping Iguatemi, segundo a gerente-geral, Nailê Rocha, o fluxo de Natal foi antecipado neste ano. Entre 1 e 22 de dezembro, o número de veículos no estacionamento cresceu 3% em relação ao ano anterior.
No Praia de Belas Shopping, o fluxo de consumidores chegou a subir 13% neste mês e a ocupação de vagas no estacionamento, 8% no mês, o que mantém a perspectiva de fechar a data com incremento nos negócios. Mas o presidente da CDL alerta que o volume de pessoas nos shoppings não necessariamente se reverte em gastos maiores. "Presente de menor valor e lembrancinhas persistem, mesmo com a confiança das pessoas de que 2019 será melhor", alerta Debus.
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