O dólar caiu em relação a outras divisas fortes, como o iene, o euro e a libra, em dia de cautela nos mercados globais. A divisa americana não manteve, contudo, nesta segunda-feira (17), sinal único em relação a outras moedas de países emergentes e ligados a commodities.
No fim da tarde em Nova Iorque, o dólar caía a 112,71 ienes, o euro avançava a US$ 1,1349 e a libra tinha alta para US$ 1,2617.
Temores de desaceleração global têm afetado os mercados internacionais em várias das últimas sessões, inclusive a desta segunda-feira. Além disso, há expectativa pela decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), na quarta-feira. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu no Twitter que o Fed não eleve os juros agora, mas a maioria dos investidores aposta em novo aperto monetário.
Na agenda de indicadores, o índice Empire State de atividade industrial na região de Nova Iorque e o índice de confiança das construtoras dos EUA vieram abaixo da expectativa dos analistas. Depois disso, o JPMorgan afirmou em nota que aumentou o risco de recessão nos EUA nos próximos 12 meses, de 37,1% a 37,8%.
Na Europa, a libra mostrou alta ao longo do dia, embora analistas apontem que a divisa possa voltar a ser pressionada pelas negociações para a aprovação da saída do Reino Unido da União Europeia, o Brexit. Hoje, a moeda manteve a força após a premiê Theresa May anunciar que pretende votar o projeto do Brexit no Parlamento britânico em meados de janeiro. Já o líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, apresentou uma moção de desconfiança contra May, criticando a condução dela desse processo.
O euro, por sua vez, manteve a força mesmo após uma leitura modesta da inflação na região da moeda comum. O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro subiu 1,9% na comparação anual em novembro, desacelerando da alta de 2,2% de outubro. Analistas previam 2,0%.
Entre as moedas emergentes e commodities, o peso mexicano se destacou, em alta após o presidente Andrés Manuel López Obrador apresentar um orçamento para 2019 bem avaliado pelo mercado, com aumento moderado de gastos, sem altas de impostos ou da dívida pública.