Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta nesta sexta-feira (7), após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados, como a Rússia, decidirem cortar a oferta. O dólar em geral mais fraco também colaborou para o movimento, mas a commodity não sustentou as máximas que chegou a mostrar no início da tarde, logo após o anúncio da Opep, com analistas ponderando seus impactos.
O petróleo WTI para janeiro fechou em alta de 2,17%, a US$ 52,61 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para fevereiro avançou 2,68%, a US$ 61,67 o barril, na ICE.
Depois de muita especulação e algumas divergências, o grupo conhecido como Opep+ anunciou a decisão de cortar a produção conjunta em 1,2 milhão de barris por dia (bpd), em relação aos níveis de outubro deste ano. Desse volume, a Opep reduzirá a oferta em 800 mil bpd e os parceiros liderados pela Rússia, em 400 mil bpd. Membro da Opep, o Irã foi excluído da iniciativa, mas o país persa já sente os efeitos das sanções americanas.
Na avaliação do Danske Bank, o resultado da Opep foi o melhor possível, levando a produção da Opep e dos aliados de volta ao nível do início deste ano. O acordo deve durar seis meses e deve ser revisado em abril, aponta o banco. O Danske diz ainda que a escolha de outubro como o mês de referência tornará o corte ainda maior já que, por exemplo, a Arábia Saudita elevou mais a produção em novembro. Além disso, aponta que há o risco de mais quedas na produção de Irã e Venezuela nos próximos meses, diante de sanções americanas aos dois países.
Para a Capital Economics, o corte deve apoiar o preço do petróleo no curto prazo. Mas a consultoria acredita que a oferta forte dos EUA e a demanda mais modesta globalmente devem fazer os preços recuarem novamente em 2019.
Na agenda de indicadores, o número de poços e plataformas de petróleo em atividade recuou 10 nos EUA, para 877, segundo a Baker Hughes.