A expectativa pela divulgação dos dados do mercado de trabalho (payroll) nos EUA ainda na manhã desta sexta-feira (7), traz cautela aos investidores. A bolsa brasileira abriu em baixa e oscila perto da estabilidade esta manhã. Em Nova Iorque, a indicação é de abertura em declínio das bolsas.
O mercado acionário brasileiro "vai operar meio sem tendência, no aguardo dos indicadores do mercado de trabalho norte-americano. Há uma esperança de que o Federal Reserve seja mais lento em relação ao ajuste no juro no ano que vem, seja mais 'dovish'" mais leve, avalia o economista Antônio Madeira, da MCM Consultores. Às 11h45min, o Ibovespa subia 0,2%, aos 89.022 pontos.
"A Bolsa deve ficar sem direcionamento até a divulgação do payroll, ficar volátil, em função do câmbio, que está se depreciando esta manhã, e o juro futuro, caindo", diz um operador.
Condições de emprego mais fracas que o estimado justificariam uma atitude do Fed mais gradual em 2019, segundo Madeira, o que seria benéfico para a Bolsa. "Ainda tem a expectativa com relação à definição da reunião da Opep Organização dos Países Exportadores de Petróleo", acrescenta o economista da MCM.
Pouco antes da publicação deste texto, surgiu a informação de que a Rússia teria concordado em reduzir sua produção de petróleo em 200 mil barris por dia, como parte do segundo dia de negociações da Opep+, em Viena, para restringir a oferta do grupo. A Opep+ é formada pela Opep e por aliados que não integram o cartel, incluindo a Rússia.
Com isso, as cotações dos futuros de petróleo no exterior tentaram recuperar as perdas anteriores. Por aqui, as ações da Petrobras também buscam uma retomada.
Ainda no âmbito doméstico, a deflação de 0,21% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em novembro, após alta de 0,45% em outubro, não influencia diretamente os negócios da bolsa brasileira.
"Mas de certa forma, o balanço de risco para a bolsa brasileira segue positivo, com inflação controlada e expectativa de manutenção do juro pelo menos em 2019. São ingredientes que favorecem o Ibovespa", lembra o economista-chefe da GO Associados, Eduardo Velho.