Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

mercado financeiro

- Publicada em 27 de Novembro de 2018 às 01:00

Dólar tem quarta alta e fecha acima de R$ 3,92

Operadores anteciparam movimentos de remessas de dividendos

Operadores anteciparam movimentos de remessas de dividendos


/FREEPIK.COM/DIVULGAÇÃO/JC
Após abrir o pregão em queda, o dólar iniciou uma escalada que o levou a fechar acima dos R$ 3,92 ontem, maior cotação em quase dois meses, desde 2 de outubro, ainda antes do primeiro turno da eleição presidencial. O quarto dia consecutivo de valorização da moeda frente ao real levou o Banco Central a anunciar, após o fechamento dos mercados, a realização de dois leilões de linha para terça-feira. A valorização global da moeda americana, em um processo de aversão ao risco, foi reforçada internamente por um movimento técnico de compra da moeda por bancos, levando o dólar a terminar esta segunda-feira cotado em R$ 3,9227, alta de 2,58%
Após abrir o pregão em queda, o dólar iniciou uma escalada que o levou a fechar acima dos R$ 3,92 ontem, maior cotação em quase dois meses, desde 2 de outubro, ainda antes do primeiro turno da eleição presidencial. O quarto dia consecutivo de valorização da moeda frente ao real levou o Banco Central a anunciar, após o fechamento dos mercados, a realização de dois leilões de linha para terça-feira. A valorização global da moeda americana, em um processo de aversão ao risco, foi reforçada internamente por um movimento técnico de compra da moeda por bancos, levando o dólar a terminar esta segunda-feira cotado em R$ 3,9227, alta de 2,58%
Apesar de ter aberto em queda, quando atingiu a mínima do dia, aos R$ 3,8184, a moeda iniciou um processo de alta que se acelerou após as 15h30 e novamente minutos antes do fechamento. Segundo operadores, o fôlego global da moeda ganhou impulso frente ao real com um movimento de bancos aumentando posições compradas. Entre a mínima e a máxima, o dólar à vista subiu R$ 0,11.
A estratégia seria uma antecipação aos movimentos, comuns em meses de dezembro, de remessa de dividendos de multinacionais às matrizes no exterior e retorno de fundos a seus países de origem para balanço de fim de ano. No noticiário doméstico, pesou negativamente ainda a indicação do general de divisão Carlos Alberto dos Santos Cruz para a Secretaria de Governo de Jair Bolsonaro, uma pasta responsável pela articulação com o Congresso Nacional e tradicionalmente ocupada por parlamentares.
Globalmente, o dólar acelerou ganhos sobre as divisas emergentes. Em relação à moeda argentina, chegou a subir mais de 3% e tocou os 39 pesos. O movimento, observado desde a semana passada, acompanha um aumento da percepção de desaceleração da economia global, reforçado nesta segunda pelo presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi. Além disso, colabora para o pessimismo a insegurança em relação às tensões comerciais entre China e Estados Unidos.
Em relação aos emergentes, há ainda um aumento da percepção de que a tendência de desaceleração do preço do barril de petróleo vá atingir com mais força esse grupo de países. Apesar de ter apresentado alta acima dos 2,50% nesta segunda nos contratos para janeiro negociados na ICE e na Nymex, o petróleo acumula perda próxima dos 20% no mês.
Com o movimento de insegurança global e aversão a risco, o fluxo de estrangeiros que deixou o país no último mês não tem retornado ao País. Operadores apontam que a perspectiva de estabilização da Selic em 6,5% até pelo menos o início de 2020, indicada pelo boletim Focus, teria reforçado a desvalorização do real, à medida que a atratividade das taxas brasileiras a estrangeiros ficará menor por mais tempo.

Ibovespa registra pregão volátil e sofre queda de 0,79%

O mercado brasileiro de ações teve um pregão de volatilidade ontem. Depois de ter subido até 1,06% pela manhã, o Índice Bovespa perdeu sustentação, migrou para o terreno negativo e chegou a cair 1,54%. Alta do dólar, queda de bolsas emergentes e algum desconforto com o cenário político doméstico foram fatores apontados para justificar a queda de 0,79% registrada no fechamento, com o índice aos 85.546 pontos. Os negócios somaram R$ 18,069 bilhões.
Ao longo do dia, o Ibovespa oscilou em um intervalo amplo, de 2.242 pontos, entre a máxima de 87.147 e a mínima de 84.905 pontos. A virada para o negativo ocorreu em torno das 15h, puxada inicialmente pelas ações do setor financeiro, ao mesmo tempo em que o dólar ampliava o ritmo de alta para além dos R$ 3,90.
As ações da Petrobras oscilaram em alta na maior parte do pregão, embaladas pela forte alta dos preços do petróleo, mas perderam fôlego à tarde, quando o humor do investidor piorou. Ao final dos negócios, Petrobras ON subiu 1,54%, ao passo que as preferenciais, que concentram maior liquidez, caíram 0,49%.
Na análise por ações, as quedas mais significativas do dia ficaram com as do setor financeiro, bloco de maior peso na composição do Ibovespa. As units do Santander terminaram o dia com queda de 3,58% e as do Banco do Brasil perderam 1,76%. A queda de mais de 8% do preço do minério de ferro no mercado à vista chinês foi determinante para as baixas das ações de mineração e siderurgia. Vale ON, ação de maior peso individual no Ibovespa, caiu 0,46%. CSN ON e Gerdau Metalúrgica PN perderam 2,09% e 2,14%.
.