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Varejo

- Publicada em 11 de Novembro de 2018 às 23:38

Redes nacionais e locais expandem no Rio Grande do Sul

Lebes Restinga está entre as lojas de redes com novas unidades no Estado em 2018

Lebes Restinga está entre as lojas de redes com novas unidades no Estado em 2018


CLAITON DORNELLES /JC
Se a retomada econômica esperada não veio, 2018, pelo menos, trouxe, ao comércio gaúcho, um sopro de reaquecimento. Além de um crescimento do setor acima da média nacional, o Estado parece ter entrado de vez na rota da expansão das grandes redes varejistas. Seja pela abertura de novas unidades de bandeiras que já atuavam em solo gaúcho, seja pelo desembarque de cadeias nacionais, os movimentos nesse sentido vêm se sucedendo nas últimas semanas e não demonstram perder o fôlego.
Se a retomada econômica esperada não veio, 2018, pelo menos, trouxe, ao comércio gaúcho, um sopro de reaquecimento. Além de um crescimento do setor acima da média nacional, o Estado parece ter entrado de vez na rota da expansão das grandes redes varejistas. Seja pela abertura de novas unidades de bandeiras que já atuavam em solo gaúcho, seja pelo desembarque de cadeias nacionais, os movimentos nesse sentido vêm se sucedendo nas últimas semanas e não demonstram perder o fôlego.
Entre as redes locais, a Lojas Lebes, por exemplo, prepara, para o fim de novembro, a inauguração da mais midiática unidade de sua rede desde a abertura da loja na antiga Guaspari, no Centro da Capital, no ano passado. Será na Restinga, na Zona Sul de Porto Alegre, que, segundo o presidente da Lebes, Otelmo Drebes, será a primeira loja de porte médio no bairro, um dos mais populosos da Capital.
Ao todo, serão sete faixas cortadas pela Lebes em 2018, seis delas no Rio Grande do Sul (a outra fica em Sombrio, Santa Catarina), aumentando a rede para 160 endereços. "São oportunidades que aparecem, mesmo em época mais difícil, e, quando ocorrem, buscamos aproveitar", justifica Drebes.
Outro destaque regional é a Quero-Quero - administrada há uma década pelo fundo Advent e com forte presença no Interior -, que, apenas na última semana, divulgou a inauguração de lojas em Gravataí (sua quinta unidade na cidade) e em Faxinal do Soturno, além de mais unidades no Paraná. Embora a Quero-Quero não fale sobre seus planos, fontes ligadas ao mercado calculam em 35 as lojas abertas pela rede em 2018 nos três estados do Sul, levando a bandeira a quase 300 pontos, pelo menos 80% deles no Estado.
A aposta, porém, também está sendo feita por redes nacionais, algumas delas, inclusive, que não estavam atuando por aqui. Prometida há meses, no início de dezembro, a rede catarinense Havan, finalmente, abre sua primeira loja no Rio Grande do Sul, em Passo Fundo. A cadeia, presente em outros 16 estados, tem marcada também outra inauguração em Caxias do Sul para 2019. O município do Planalto é, ainda, porta de entrada para a Pernambucanas, que retornou oficialmente ao Estado na semana passada com a inauguração em Passo Fundo e, até o fim de novembro, promete a abertura de uma nova unidade em Pelotas.
O retorno da Pernambucanas ao Estado após mais de uma década só não é mais marcante do que o realizado pela Casas Bahia. Ainda administrada pela família Klein, a rede teve uma aparição fugaz no Rio Grande do Sul nos anos 2000, com a exuberante abertura de quase 30 lojas e o fechamento de todas elas em apenas cinco anos.
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Casas Bahia voltou ao Estado, inaugurando filiais como a de Alvorada. Foto: Marcelo G. Ribeiro/JC
Já sob comando da Via Varejo, com atuação ininterrupta por aqui com a bandeira Ponto Frio, a fachada azul da Casas Bahia voltou a aparecer no Estado, sem alarde, em 2015, e já soma 14 unidades - as duas mais recentes inauguradas em Passo Fundo e Torres na semana passada. Antes delas, na última semana de outubro, a rede já havia inaugurada outra loja, dessa vez, em Alvorada. Até o fim do ano, outras quatro devem abrir as portas.
Diretor de operações da Via Varejo, Marcelo Queiroz Nogueira argumenta que o Rio Grande do Sul assumiu papel de destaque na expansão da rede após estudos de mercado feitos há cerca de dois anos. "O Estado despontou como um bom mercado tanto pelo modelo tradicional de lojas, que tem boas oportunidades, quanto pelo nosso novo modelo de lojas mais leves, que permite buscar regiões que antes não iríamos", defende Nogueira. O novo modelo, batizado de Smart, aposta em maior integração entre físico e virtual, com menos produtos expostos para pronta-entrega. A primeira unidade desse novo modelo no País também tem um pé no Rio Grande do Sul: foi inaugurada em 2017, em Canoas. 

Vendas gaúchas aumentam mais do que as brasileiras

Companhias maiores enfrentam melhor a crise, afirma Galbinski

Companhias maiores enfrentam melhor a crise, afirma Galbinski


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Ainda que decisões estratégicas, como o mapa de expansão de uma rede, não sejam gestadas da noite para o dia, nem pensando apenas no curto prazo, é provável que um dos motivos de atração do Estado para as grandes varejistas resida no crescimento do setor neste ano.
Segundo a Pesquisa Mensal de Comércio, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), enquanto o volume de vendas do varejo no Brasil, no acumulado do ano até agosto, cresceu 2,6%. Já no Rio Grande do Sul, a expansão foi de 6,3%. Em receita nominal de vendas, a relação é a mesma: 4,4% no País, frente a 9,2% no Estado.
"A expansão das redes, entretanto, não pode ser entendida como uma retomada do comércio no Rio Grande do Sul", argumenta o presidente da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado (Fecomércio-RS), Luiz Carlos Bohn, que classifica o movimento como "um crescimento cíclico e necessário dentro dessas empresas" após um período tão grande de retração.
A boa notícia, segundo o dirigente da entidade empresarial, é de que o Estado continua sendo promissor para o varejo, mesmo com as dificuldades nas finanças públicas e em travas estruturais, como tributação maior do que outros estados e dificuldades nos licenciamentos, de acordo com Bohn. "O Estado tem PIB per capita maior que a média, tem população adulta com condições de compra, que são fatores que propiciam a vinda desses empreendimentos", acrescenta o presidente da Fecomércio-RS.
Vice-presidente da Associação Gaúcha para o Desenvolvimento do Varejo (AGV), Sérgio Galbinski (foto) faz alusão a outras questões mais pontuais para explicar o fenômeno, mas também ligadas à crise dos últimos anos. "As grandes redes têm mais condições de continuar existindo, com financiamento diferente, maior margem. Muitas pequenas fecham, e o consumo migra para aquelas que sobreviveram", argumenta o dirigente.
Galbinski lembra que o Rio Grande do Sul viu o fechamento de 200 mil lojas entre 2016 e 2017. Com isso, vários pontos comerciais bons ficaram vagos, abrindo espaço para a ocupação por grandes redes.
Além disso, a abertura de shopping centers no interior do Estado também facilita o desembarque de grandes redes varejistas em solo gaúcho. "Os shoppings têm um formato diferente de oferta para essas redes grandes, que já são clientes deles em outros empreendimentos pelo Brasil, e isso torna mais fácil para as lojas explorarem novas cidades", acrescenta Galbinski.
A profusão de novas lojas em Passo Fundo, por exemplo, é reflexo dessa tendência apontada pelo vice-presidente da AGV: com exceção da Havan, praticamente todas os pontos comerciais de grandes bandeiras varejistas abertas no município neste semestre se devem à inauguração do Passo Fundo Shopping, realizada na semana passada. Com R$ 200 milhões em investimento, o empreendimento conta com mais de 170 operações, incluindo nove lojas âncoras, 14 megalojas e 144 satélites. 

Grandes empresas têm confiança mais forte do que as pequenas, aponta Icec

Estabilidade na economia é o que traz maiores investimentos, diz Otelmo Drebes, da Lebes

Estabilidade na economia é o que traz maiores investimentos, diz Otelmo Drebes, da Lebes


FREDY VIEIRA/ARQUIVO/JC
Mais resilientes às crises, as empresas varejistas de maior porte são, também, mais otimistas quanto à retomada. Na última edição do Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), divulgado pela Fecomércio-RS em setembro, a diferença é notória.
Enquanto nas empresas com até 50 funcionários o indicador era de 96,6 (abaixo de 100 e, portanto, considerado pessimista), nas empresas maiores o índice atingia 117,6 (considerado otimista). Quanto à expectativa de contratação de funcionários e investimentos, a discrepância se repete: 91,2 para as pequenas (patamar pessimista) e 116,7 para as maiores (o que aponta otimismo).
Para a Via Varejo, que deve encerrar o ano com 36 lojas em solo gaúcho entre Casas Bahia e Ponto Frio, a perspectiva é de um crescimento importante nas vendas nos próximos anos. "E mesmo que o mercado como um todo não cresça no ritmo que apostamos, o crescimento da nossa fatia no mercado que já existe será suficientemente grande para justificar os investimentos", argumenta o diretor de Operações, Marcelo Queiroz Nogueira. Entre as maiores do País, a rede aposta em vantagens comparativas como diferenciais no crédito e facilidades de pagamento.
Embora não tenha ainda planejamento de expansão definido para 2019 (a rede já anunciou uma loja na avenida Farrapos, na Capital, com abertura no primeiro semestre), o presidente da Lebes, Otelmo Drebes, prevê situação melhor para o varejo se o País se estabilizar politicamente.
"Tanto no País quanto no Estado, vivemos, nos últimos anos, uma grande instabilidade, e o que traz maiores investimentos é a estabilidade", defende Drebes. O executivo ainda defende que as redes locais são muito boas e, por isso, as "forasteiras" terão "que rebolar". "Qualquer rede que venha de fora terá o seu espaço, mas o nosso varejo é muito competente", comenta Drebes.