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Conjuntura

- Publicada em 08 de Novembro de 2018 às 01:00

Inflação oficial fica em 0,45% em outubro

Pressionada por alimentos e transportes, a inflação atingiu 0,45% em outubro, o maior índice para o mês desde 2015, quando atingiu 0,82%, informou o IBGE. Em relação a setembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) recuou apenas 0,03 ponto percentual. No ano, o indicador acumula alta de 3,81%, e, em 12 meses, subiu para 4,56%.
Pressionada por alimentos e transportes, a inflação atingiu 0,45% em outubro, o maior índice para o mês desde 2015, quando atingiu 0,82%, informou o IBGE. Em relação a setembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) recuou apenas 0,03 ponto percentual. No ano, o indicador acumula alta de 3,81%, e, em 12 meses, subiu para 4,56%.
O que contribuiu para que o IPCA continuasse elevado foram alimentos e transportes. Juntos, os grupos dos alimentos e bebidas (que acelerou de 0,1% para 0,59%) e transportes (que recuou de 1,69% para 0,92%) representam aproximadamente 43% das despesas das famílias e respondem por cerca de 70% do IPCA.
"Em alimentos, os maiores impactos vieram dos produtos para consumo no domicílio, como tomate e batata. Já em transportes, que apresentaram o maior impacto no mês (mesmo com a desaceleração frente a setembro), o destaque ficou com os combustíveis", explicou Fernando Gonçalves, gerente do Índice de Preços do IBGE. "A gasolina, embora tenha desacelerado, foi o maior impacto individual no índice de outubro."
Dentro do grupo de alimentos e bebidas, os produtos que mais apresentaram alta foram os seguintes: tomate (51,27%), batata-inglesa (13,67%), frango (1,95%) e carnes (0,57%). A alimentação no domicílio também pesou no índice. Esse item não havia apresentado variação em setembro e subiu 0,91% em outubro.
Nos transportes, todos os combustíveis tiveram desaceleração. A gasolina, por exemplo, foi de 3,94%, em setembro, para 2,18% outubro. O derivado do petróleo representa cerca de 4,69% das despesas das famílias. Mesmo assim, o grupo ainda exerceu forte impacto para a variação positiva no IPCA de outubro.
Na avaliação de André Braz, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) do Ibre/FGV, a tendência é que os alimentos e os combustíveis recuem. "Questões climáticas contribuíram para a alta dos alimentos in natura, como tomate e batata. Em relação a esses artigos, quando as chuvas se normalizam, por exemplo, os preços se ajustam. No caso dos combustíveis, a tendência é que eles desacelerem no IPCA de novembro."
Esse recuo nos combustíveis no próximo mês, de acordo com Braz, pode ser motivado pelas recentes medidas adotadas pela Petrobras, como a redução de 10,01% no preço do óleo diesel. Outro impacto para um alívio da inflação de novembro pode vir da energia elétrica. Em novembro, as contas terão a bandeira tarifária amarela.
Por outro lado, lembra o coordenador da FGV, a Petrobras anunciou reajuste de 8,5% nos botijões de gás de cozinha nas refinarias. O produto compromete cerca de 1,33% da renda das famílias. "Certamente, o gás será um produto de forte impacto no IPCA de novembro. Entretanto, vai haver uma espécie de queda de braço entre os preços administrados (aqueles que são tabelados pelo governo). Botijão de gás sobe, enquanto energia elétrica e combustíveis caem."
Segundo Gonçalves, o mercado de trabalho ainda não está vigoroso o suficiente para gerar pressão de demanda sobre a inflação medida pelo IPCA. "O nível de desemprego teve recuo no mês passado, mas ainda continua a reposição do emprego através do trabalho informal. Essas pessoas acabam não tendo a mesma segurança que as pessoas com carteira assinada têm e, por isso, ficam mais contidas ao fazer despesas", argumentou.
Os preços dos serviços registraram acentuada desaceleração de setembro para outubro, saindo de 0,4% para 0,17%. O que contribuiu foram as desacelerações em alimentação fora do domicílio (de 0,29% para 0,02%), aluguel residencial (de 0,24% para 0,04%) e passagens aéreas (de 16,81% para 7,49%).

Resultado do IPCA ficou abaixo do que era esperado por especialistas

Especialistas esperavam uma alta maior do IPCA mensal. A mediana do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV) projetava inflação de 0,61% em outubro. Já os analistas ouvidos pela Bloomberg projetavam um percentual de 0,56% para o mês.
O mais recente Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central (BC) na última segunda-feira, aponta taxa de inflação em 4,4% para o acumulado do ano de 2018 (de janeiro a dezembro), abaixo do centro da meta estipulada pelo governo.
 

Capital gaúcha tem elevação de preços mais forte

Regionalmente, a maior alta da inflação medida pelo IPCA ficou com a região metropolitana de Porto Alegre (0,72%), enquanto o menor índice (0,21%) foi registrado nas regiões metropolitanas de Recife e do Rio de Janeiro. "Porto Alegre teve uma forte alta no tomate e na gasolina. As áreas com menores variações foram Recife e Rio. No Recife, o destaque foi a energia elétrica e o lanche. No Rio, as quedas foram no leite longa vida e na refeição fora de casa", explicou disse o gerente da pesquisa, Fernando Gonçalves.
Na região metropolitana de Porto Alegre, as maiores altas de outubro ficaram nos grupos de transportes (1,48%) e alimentação e bebidas (1,40%). Também foram registradas elevações em artigos de residência (1,16%) e saúde e cuidados pessoais (0,29%). Já o grupo vestuário sofreu a maior queda no mês (-0,30%), seguido de despesas pessoas (-0,17%), educação (-0,06%) e comunicação (-0,03%).