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CONJUNTURA

- Publicada em 06 de Novembro de 2018 às 01:00

Egito cancela a viagem de chanceler brasileiro ao país

Visita de Ferreira pode ter sido cancelada em revide a Bolsonaro

Visita de Ferreira pode ter sido cancelada em revide a Bolsonaro


/MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL/JC
O governo egípcio cancelou uma visita que o ministro de Relações Exteriores do Brasil, Aloysio Nunes Ferreira, faria ao país árabe. O chanceler brasileiro desembarcaria amanhã e cumpriria uma agenda de compromissos entre os dias 8 e 11 de outubro.
O governo egípcio cancelou uma visita que o ministro de Relações Exteriores do Brasil, Aloysio Nunes Ferreira, faria ao país árabe. O chanceler brasileiro desembarcaria amanhã e cumpriria uma agenda de compromissos entre os dias 8 e 11 de outubro.
O governo brasileiro foi informado ontem pelo Egito que a viagem teria que ser cancelada. Não é comum no protocolo da diplomacia desmarcar viagens em cima da hora.
As autoridades do governo brasileiro temem que a medida seja uma retaliação às declarações recentes do presidente eleito, Jair Bolsonaro.
Ele disse que pretende reconhecer Jerusalém como capital de Israel e que irá transferir a embaixada brasileira de Tel Aviv para a cidade, o que tem desagradado a comunidade árabe.
Segundo relatos de diplomatas, a Liga dos Países Árabes enviou inclusive uma nota à embaixada brasileira no Cairo condenando as declarações do presidente eleito.
Juntos, os países árabes são o segundo maior comprador de proteína animal brasileira. Em 2017, as exportações somaram US$ 13,5 bilhões e o superávit para o Brasil foi de US$ 7,17 bilhões.
Para o presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Rubens Hannun, a mudança da embaixada pode abrir as portas para países concorrentes do Brasil no setor de proteína animal, como Turquia, Austrália e Argentina.

'Países podem comprar no Brasil, mas não comprar o Brasil', diz Bolsonaro

O presidente da República eleito, Jair Bolsonaro (PSL), disse ontem em entrevista à Band TV, após receber o embaixador da China no Brasil, Li Jinzhang, que tem interesse de aumentar seus negócios com o país, mas que "todos os países podem comprar no Brasil, mas não comprar o Brasil". "Está na cara que China quer aumentar negócios com Brasil. Não teremos nenhum problema com a China, pelo contrário, (negócio) pode ser até ampliado", afirmou.
Os acenos do presidente eleito Jair Bolsonaro à ilha de Taiwan causaram desânimo entre dirigentes do regime chinês, alertou ontem um alto funcionário de Pequim. "O intercâmbio China-Brasil está indo de vento em popa, todos os políticos têm que enxergar isso claramente. A China é a segunda economia do mundo e o principal parceiro comercial do Brasil. Se um político como o presidente eleito menospreza toda essa realidade de parcerias, isso nos traz um certo desânimo", disse Zhang Zhongjun, que é professor da Escola Central do Partido Comunista da China - mais alto órgão de formação de membros do regime - e participou de um evento na Fundação FHC, em São Paulo, acompanhado de Xie Chuntao, vice-presidente da Escola Central.
Em março, o então pré-candidato visitou Taipei, capital da ilha considerada rebelde por Pequim. Em um vídeo gravado durante a visita, Bolsonaro afirmou: "Só o fato de nós termos feito uma viagem para Israel, Estados Unidos, Japão, Coreia e Taiwan, nós estamos mostrando com quem nós queremos ser amigos, juntar com gente boa, gente que pensa no seu país. Lógico que Taiwan em primeiro lugar para quem está aqui, mas junto lá conosco também. Fazer essas parcerias, e fazer que os nossos povos sejam felizes".