Os proprietários de minimercados do Rio Grande do Sul estão otimistas com o futuro dos negócios e da economia depois das eleições. A informação faz parte de sondagem realizada pela Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS). De acordo com a pesquisa, 76,9% dos empreendedores acreditam em melhoria nas vendas durante os próximos seis meses e 72,8% apostam em uma melhora no desempenho da economia brasileira até o fim de 2018.
O levantamento foi feito em 385 empreendimentos do Estado que são optantes pelo Simples Nacional, durante os dias 4 e 19 de outubro. Apesar de fazerem parte de um regime de impostos simplificado, que beneficia as pequenas empresas, 48,8% dos estabelecimentos pesquisados apontam a carga tributária como empecilho para expansão nas vendas. Outros 48,3% indicaram a crise vivida pelo País nos últimos anos, 23,1% a concorrência e 19,5% a baixa demanda pelos produtos.
Outro dado que chama atenção é de que em apenas 47,3% dos minimercados existe um controle informatizado das vendas e dos estoques, enquanto 7% controla apenas um dos dois componentes. Entre os entrevistados, 45,7% revelou que não acompanha o estoque e as vendas de forma informatizada.
Entre os estabelecimentos pesquisados, 82,3% funcionam há mais de dez anos e 87,5% empregam entre uma e cinco pessoas. O desempenho das vendas nos últimos seis meses foi considerado regular por 54,3% dos entrevistados, ruim por 27% e bom, muito bom ou excelente por 18,7%.
Contrariando a visão da maioria dos empreendedores, o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, avalia que o maior problema dos minimercados gaúchos está na falta de estratégia e planejamento na gestão, citada por apenas 0,3% dos entrevistados. “Eles estão olhando muito mais os problemas de fora do que os próprios. A pesquisa nos mostra que boa parte mantém o mesmo mix de produtos, não faz promoções e não troca de fornecedores. Uma boa gestão melhoraria o desempenho”, avalia Bohn.
O presidente da Fecomércio também critica o fato de que pelo menos 30% dos empreendedores não faz uma separação clara entre as finanças pessoais e as de seus negócios. “Muitos são comerciantes antigos, que precisam evoluir. Não têm uma planilha ou um levantamento para acompanhar o desempenho das vendas ou o controle de estoque”.
Em relação ao otimismo dos empreendedores, Bohn reconhece que parte das boas perspectivas podem ser relacionadas com o resultado do processo eleitoral. “Em geral, esse tipo de eleitor, que é o empresário, apostou em quem ganhou (Jair Bolsonaro), porque esperava mudança e não é (defensor) do assistencialismo”, descreve.
Confira alguns dados da sondagem
Tempo de funcionamento:
- Menos de um ano – 0,5%
- De um a três anos – 1,6%
- De três a cinco anos – 2,9%
- De cinco a dez anos – 12,7%
- Mais de dez anos – 82,3%
Força de trabalho:
- De uma a cinco pessoas – 87,5%
- De cinco a dez pessoas – 10,4%
- De dez a 20 pessoas – 1,3%
- Mais de 20 pessoas – 0%
Empecilhos para expansão das vendas:
- Carga tributária - 48,8%
- Crise vivida pelo país - 48,3%
- Concorrência - 23,1%
- Baixa demanda - 19,5%
- Falta de crédito (capital de giro) - 8,3%
- Custo para manter/comprar estoques - 7,3%
- Dificuldades para ampliar espaço - 1,0%
- Baixa variedade de produtos - 0,8%
- Legislação a que está submetido - 0,5%
- Falta de estratégia e planejamento - 0,3%
Desempenho das vendas nos últimos seis meses
- Ruim – 27%
- Regular – 54,3%
- Bom – 16,9%
- Muito bom – 1,3%
- Excelente – 0,5%
Separação das finanças do negócio e dos donos
- Contabilidade independente – 67,5%
- Contabilidade misturada – 30,6%
- Não sabe/não respondeu – 1,8%
Controle informatizado das vendas e estoques:
- Controle de estoques e de vendas – 47,3%
- Controle de vendas – 5,7%
- Controle de estoques – 1,3%
- Não há controle informatizado – 45,7%
Expectativa sobre vendas nos próximos seis meses:
- Piore muito – 0,5%
- Piore um pouco – 1,3%
- Mantenha-se estável – 21,3%
- Melhore um pouco – 48,1%
- Melhore muito - 28,8%
Expectativa sobre desempenho da economia em 2018:
- Piore muito – 1,3%
- Piore um pouco – 4,2%
- Mantenha-se estável – 21,8%
- Melhore um pouco – 52,5%
- Melhore muito – 20,3%
FONTE: Fecomércio-RS