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Economia

- Publicada em 05 de Novembro de 2018 às 01:00

Demanda baixa preocupa setor de imóveis comerciais

De acordo com corretores, as comercializações estão sendo feitas, especialmente, por investidores

De acordo com corretores, as comercializações estão sendo feitas, especialmente, por investidores


/MAURO SCHAEFER/ARQUIVO/JC
Carolina Hickmann
Mesmo que a economia brasileira tenha saído tecnicamente da recessão, o mercado nacional de locação e venda de imóveis comerciais continua com pouca atividade. No acumulado dos últimos 12 meses até setembro, os preços de venda de salas comerciais de até 200 m2 caíram cerca de 7% nacionalmente, descontada a inflação do período, segundo o índice FipeZap. A variação é ainda mais significativa se levarmos em consideração os últimos cinco anos, uma vez que os aluguéis comerciais recuaram 42,5% em termos reais e os preços de compra e venda diminuíram 31,6%, também descontada a inflação.
Mesmo que a economia brasileira tenha saído tecnicamente da recessão, o mercado nacional de locação e venda de imóveis comerciais continua com pouca atividade. No acumulado dos últimos 12 meses até setembro, os preços de venda de salas comerciais de até 200 m2 caíram cerca de 7% nacionalmente, descontada a inflação do período, segundo o índice FipeZap. A variação é ainda mais significativa se levarmos em consideração os últimos cinco anos, uma vez que os aluguéis comerciais recuaram 42,5% em termos reais e os preços de compra e venda diminuíram 31,6%, também descontada a inflação.
Das quatro cidades pesquisadas pelo indicador FipeZap (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre), apenas a Capital gaúcha registrou uma recuperação do setor recentemente. Em Porto Alegre, segundo o índice, em 12 meses até setembro, o preço médio de locação de salas até 200 m2 teve alta de 0,48%, enquanto a elevação acumulada desde janeiro chegou a 0,99%. Já na comparação entre agosto e setembro para os preços de aluguel, a retração foi de 0,46%.
Em relação às vendas de salas comerciais, os valores dos negócios em Porto Alegre tiveram queda de 3,39% em 12 meses até setembro e de 2,31% no acumulado do ano. Já na comparação entre setembro e agosto, o preço médio das vendas teve alta de 0,13%.
Essa elevação, porém, ainda não foi sentida pelos atuantes no mercado da Capital gaúcha. O corretor autônomo da imobiliária Santa Cruz Rogério Martins trabalha há quatro anos no ramo de comércio de escritórios. Ele avalia que nos últimos 12 meses a queda foi acentuada, mesmo que no Centro Histórico haja uma maior rotatividade de vendas do que nas outras regiões da cidade. As comercializações realizadas por Martins são, majoritariamente, junto a investidores. "O comprador de ocasião, para montar empresa própria, está escasso", julga.
Assim, diz, a margem de lucro existente no valor dos imóveis, conquistada durante momento pouco mais favorável do setor até 2015, está diminuída. Hoje, comenta Martins, quem dita o preço é o comprador, cabe ao proprietário ficar com a sala parada ou aproveitar a oportunidade. "Já teve negócios de R$ 850 mil fechados em que o comprador chegou com a metade do preço do imóvel como entrada e parcelou o restante em dez vezes", comenta, ao enfatizar que não são todos que aceitam as condições.
Na imobiliária SL Aluguel de Salas Comerciais e Depósitos a queda no movimento foi acentuada no último um ano e meio. "Eu até alugo alguma coisa, também desaluga muito", lamenta o proprietário, Sérgio Lopes. O corretor comenta que até pouco tempo o primeiro passo para abrir um negócio era ter uma sala comercial. Porém, um espaço alugado por R$ 500,00, pelos seus cálculos, pode significar gastos de R$ 1.500,00 ao se levar em consideração investimentos com alimentação fora do lar, deslocamento, água e luz. "Hoje não precisa mais de um ponto para ter uma empresa, a internet contribuiu, mas os custos são decisivos", avalia. Por esta e outras questões, Lopes agora trabalha mais focado em depósitos.
Com o recuo nos preços de venda e de locação, a pesquisa mostra também que o investimento em imóveis comerciais deixou de ser um bom negócio nos últimos anos. Desde 2014, o retorno oferecido por eles foi inferior à rentabilidade do Certificado de Depósito Interbancário (CDI), diferencial que se acentuou desde 2015. Nos últimos 12 meses, a rentabilidade média do CDI foi 6,7%, enquanto a renda dos imóveis comerciais (aluguel e valorização do ativo) foi de 1,8%, em média, no mesmo período, aponta a Fipe.
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