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Turismo

- Publicada em 04 de Novembro de 2018 às 20:52

Colônia do Sacramento tem natureza e história

Centro histórico do município, fundado em 1680 por tropas portuguesas, é um dos principais atrativos

Centro histórico do município, fundado em 1680 por tropas portuguesas, é um dos principais atrativos


/ADRIANA LAMPERT/ESPECIAL/JC
Declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 1995, Colônia do Sacramento é um dos lugares mais procurados por brasileiros que desembarcam no Uruguai. Segundo a subdiretora de turismo do Departamento de Colônia, María Cristina Otero Martínez, são os países mais próximos - Brasil e Argentina - que emitem 70% dos visitantes que chegam à cidade. Localizada a 200 km do aeroporto de Carrasco, em Montevidéu, a cidade histórica surge após cerca de três horas de viagem terrestre - na perspectiva de quem sai da capital do Uruguai. Também é possível chegar pela Argentina, de barco. O porto está localizado ao Sul do destino, bem próximo ao Centro Histórico, cuja visitação é quase obrigatória.
Declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 1995, Colônia do Sacramento é um dos lugares mais procurados por brasileiros que desembarcam no Uruguai. Segundo a subdiretora de turismo do Departamento de Colônia, María Cristina Otero Martínez, são os países mais próximos - Brasil e Argentina - que emitem 70% dos visitantes que chegam à cidade. Localizada a 200 km do aeroporto de Carrasco, em Montevidéu, a cidade histórica surge após cerca de três horas de viagem terrestre - na perspectiva de quem sai da capital do Uruguai. Também é possível chegar pela Argentina, de barco. O porto está localizado ao Sul do destino, bem próximo ao Centro Histórico, cuja visitação é quase obrigatória.
Fundada por tropas portuguesas em 1680, Colônia do Sacramento (no original: Colonia del Sacramento) é a cidade mais antiga do Uruguai. Até hoje mantém os resquícios da batalha travada entre Portugal e Espanha - que, naquele momento, buscavam expandir seus territórios. Dentre os ícones mais famosos da cidade, a Plaza Mayor está no roteiro básico para entender seu aspecto histórico: nos séculos XVII e XVIII, os primeiros colonos usavam o local para planejar estratégias militares e realizar cerimônias importantes. A praça também foi cenário de punição e execução de prisioneiros durante a Guerra Civil Uruguaia.
No entorno, a Calle de los Suspiros (Rua dos Suspiros) se destaca pelas casas antigas (dos séculos XVII e XVIII) e o farol construído em 1694 sobre as ruínas do convento de São Francisco. De lá, é possível ver tanto o Centro Histórico, quanto o Rio da Prata. O prédio, que foi destruído por um incêndio alguns anos depois de erguido, foi reinaugurado em 1857 e ainda conta com alguns pedaços da construção original. Na mesma praça ficam outros marcos, como as ruas de pedra que remontam ao século XVII e misturam calçamento português (mais desordenado) e calçamento espanhol, que se assemelha à pavimentação de paralelepípedo.
Próximos dali estão o Museu Municipal e o Museu Português. No entorno, há bares e restaurantes com culinária internacional. Um dos atrativos gastronômicos fica por conta do restaurante 1717 Maga Bar. A casa tem a distinção de ser o primeiro centro de ensino no Uruguai e foi construída pelos jesuítas em 1717. Uma particularidade é que a proprietária do imóvel, María Maga, permanece morando lá - e seu objetivo é manter o restaurante como sala de sua casa. María é decoradora de interiores e transformou o espaço em um ambiente aconchegante, onde há design e fotografias espalhados por todos os cantos. O 1717 Maga Bar abre de quarta-feira a domingo, das 12h às 16h (almoço), sexta-feira, sábado e domingo, das 16h às 19h (neste caso, como casa de chá) e sexta-feira e sábado das 20h às 24h (jantares).
Colônia do Sacramento possui 4,7 mil leitos, distribuídos em hospedagens que vão de hostels a hotéis cinco estrelas, a exemplo do Sheraton Colonia, localizado a seis minutos de caminhada até a praia (de águas do Rio da Prata). Repleto de jardins, piscinas térmicas e ao ar livre, possui lago para pesca, sauna, spa e sala para fitness, bicicletas disponíveis para passeios pela cidade, atividades diárias com a companhia de recreacionistas (para as crianças). Casais com filhos particularmente são o público que melhor se adéqua ao perfil da hospedagem, que tem apartamentos com vista para o rio e banheira de hidromassagem. A hoteleira Maria José Gutirrez destaca que "o Sheraton é um lugar seguro para crianças brincarem livremente".
A 77 km dali surge Carmelo, uma cidade focada na vinicultura e no cultivo de oliveiras. A viagem até a localidade vizinha de Colônia do Sacramento é um convite à contemplação: no caminho surgem diversas paisagens, em um dos raros locais do país onde a estrada é cheia de curvas. Seis vinícolas integram o roteiro Bodegas de Carmelo.

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Na Bodega Los Cerros de San Juan, Bartora oferece degustação

Na Bodega Los Cerros de San Juan, Bartora oferece degustação


/ADRIANA LAMPERT/ESPECIAL/JC
O Uruguai tem as suas principais regiões produtoras de vinhos na Costa Sul (Maldonado, Canelones e Colônia). Situado entre os paralelos 30 e 35, a exemplo de Chile, Argentina, Austrália e África do Sul, é a terra do Tannat, mas há muito mais por descobrir. Além das empresas inclusas no roteiro Bodegas de Carmelo, pelo menos outras cinco trabalham de forma independente com foco no enoturismo. Nos arredores de Colônia do Sacramento também há boas vinícolas para saborear produtos que resultam da exploração das vinhas uruguaias.
O administrador da bodega Los Cerros de San Juan, Marcelo Malvasio, destaca que o estabelecimento tem um valor histórico "muito importante para a região". "Foi declarado Monumento Histórico pelo governo uruguaio, em 2004", observa ao apontar os recantos do local que parece ter saído de um filme de época. A maior parte do patrimônio da estrutura é originária da segunda metade do século XIX, erguido em pedras e muros de estilo colonial. Já a zona de produção se divide em cinco vinhas de diferentes características.
Sob a tutela do enólogo, Rodolfo Bartora, a bodega Los Cerros de San Juan mantém os vinhos descansando em tanques de concreto e de madeira centenários. "Aqui os imensos e barulhentos grupos turísticos que buscam megaestruturas não têm vez, porque o silêncio impera. É um lugar de contemplação e relaxamento", avisa, ponderando que em fevereiro, o departamento de Colônia atrai muitos visitantes para os festejos da vindima.