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trabalho

- Publicada em 30 de Outubro de 2018 às 23:35

Desemprego cai para 11,9% no 3º trimestre

No setor privado, quantidade de pessoas sem carteira assinada registrou elevação de 4,7%

No setor privado, quantidade de pessoas sem carteira assinada registrou elevação de 4,7%


/GABRIELA DI BELLA/ARQUIVO/JC
O crescimento da mão de obra informal a níveis recordes empurrou a taxa de desemprego brasileira para 11,9% no terceiro trimestre, ante 12,4% de abril a junho, informou o IBGE ontem. A população ocupada aumentou em 1,5% no período, somando 92,6 milhões de brasileiros. O número de desocupados, por sua vez, caiu 3,7% (-474 mil), para 12,5 milhões de pessoas.
O crescimento da mão de obra informal a níveis recordes empurrou a taxa de desemprego brasileira para 11,9% no terceiro trimestre, ante 12,4% de abril a junho, informou o IBGE ontem. A população ocupada aumentou em 1,5% no período, somando 92,6 milhões de brasileiros. O número de desocupados, por sua vez, caiu 3,7% (-474 mil), para 12,5 milhões de pessoas.
O número de trabalhadores na informalidade, contando funcionários do setor privado sem carteira e por conta própria, no entanto, supera o de empregados formais. "Tem uma retirada de pessoas da fila da desocupação, uma queda de quase meio milhão de pessoas. O problema maior desse avanço é que isso se deu em emprego sem carteira e por conta própria. É um resultado favorável, mas voltado para informalidade e aumento da subocupação", disse o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.
A quantidade de empregados no setor privado sem carteira assinada cresceu 4,7% em relação ao trimestre anterior, chegando a 11,5 milhões de pessoas. O volume é recorde na série histórica atual da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), iniciada em 2012. Em relação ao mesmo período do ano anterior, houve alta de 5,5%. Já os trabalhadores por conta própria cresceram 1,9% na comparação trimestral, alcançando 23,5 milhões de pessoas, também o maior contingente da série. Na base anual, o avanço foi de 2,6%.
Enquanto isso, o total de empregados com carteira assinada se manteve praticamente estável na comparação com o trimestre anterior -variou de 32,8 milhões de trabalhadores para 32,97 milhões- e com o mesmo trimestre do ano passado (33,3 milhões). "A taxa de desemprego vem caindo lentamente e a porta de entrada do mercado segue por vagas informais", diz Thiago da Xavier, da consultoria Tendências.
"Se compararmos o terceiro trimestre deste ano com o mesmo período de 2017, observamos 1,3 milhão a mais de pessoas trabalhando. Desses 601 mil vieram sem carteira e outros 581 mil eram conta própria", completa. Ele destaca, no entanto, que há sinais de aceleração na criação de postos de trabalho no segundo semestre do ano e de retorno de pessoas à PEA (População Economicamente Ativa), a partir de um contexto de incertezas menos com definições políticas no país e sinais de avanço na economia.
O IBC-Br, índice de atividade do Banco Central, aponta para crescimentos econômicos de 0,65% em julho e 0,47% em agosto. Azeredo, do IBGE, observa que essa foi a primeira vez em 13 trimestres móveis que não houve queda significativa na geração de vaga com carteira na comparação anual. O aumento no contingente de ocupados foi distribuído entre os grupos de atividade, com destaque para agricultura (mais 264 mil pessoas), comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (mais 263 mil) e construção (mais 229 mil).
Apesar da melhor no contingente de ocupados, o volume de mão de obra subutilizada -desempregados, pessoas que gostariam de trabalhar mais e aqueles que desistiram de buscar emprego- permaneceu estável em 27,3 milhões na comparação com o trimestre anterior. Na comparação com o mesmo período de 2017, houve aumento de 2,1%.
Azeredo ressalta ainda que o contingente de 6,9 milhões de pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas também é recorde. Segundo ele, a situação pode ser gerada tanto pela fraqueza do mercado de trabalho quanto por novas formas de contratação reguladas pela nova lei trabalhista, como o contrato intermitente (por dias ou horas).
Os desalentados (pessoas que desistiram de buscar uma colocação) também permaneceram estáveis na comparação trimestral, mas saltaram 12,6% em relação ao mesmo período de 2017, chegando a 4,8 milhões de pessoas. Agora, representam 4,3% da força de trabalho. O rendimento médio real habitual também não refletiu a melhora na ocupação. Ele foi estimado em R$ 2.222, similar ao trimestre anterior e também frente ao ano anterior. "As vagas que estão sendo geradas são de baixo impacto salarial", diz Azeredo.
Especialistas apontam que o próximo governo deverá olhar não apenas para os 12,5 milhões de desempregados no Brasil, mas também para os 27 milhões de pessoas subutilizadas.

Faltou ocupação para 27,3 milhões de pessoas no período

Pata 27,3 milhões de pessoas, faltou trabalho no terceiro trimestre deste ano. O grupo ficou estável em relação ao segundo trimestre de 2018, quando havia faltado trabalho para 27,6 milhões de brasileiros. Com isso, a chamada taxa de subutilização da força de trabalho ficou em 24,2%, frente aos 24,6% do período entre abril e junho deste ano. O indicador inclui os desempregados, os subocupados (que trabalham menos de 40 horas semanais) e a força de trabalho potencial (pessoas que gostariam de trabalhar, mas não procuraram trabalho, ou que procuraram, mas não estavam disponíveis para trabalhar). Das 27,3 milhões de pessoas subutilizadas, 6,9 milhões estavam subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas, alta de 5,4% em relação ao trimestre anterior e um recorde da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012.
"Entrou 1,4 milhão de pessoas no grupo dos empregados, isso resgatou da desocupação 522 mil pessoas e reduziu significativamente a taxa de desemprego. É um dado muito bem-vindo. Entretanto, parte expressiva das pessoas que se empregaram ainda está concentrada nas vagas sem carteira e no trabalho por conta própria, que também é informal", analisa Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.

Massa de salários em circulação na economia cresce R$ 4,3 bilhões

A massa de salários em circulação na economia cresceu R$ 4,3 bilhões no período de um ano, para R$ 200,676 bilhões, uma alta de 2,2% no trimestre encerrado em setembro de 2018 em relação ao mesmo período de 2017, puxada pelo aumento no número de pessoas trabalhando.
Na comparação com o trimestre terminado em junho deste ano, a massa de renda real subiu 1,2%, com R$ 2,309 bilhões a mais. No mesmo período, 1,384 milhão de postos de trabalho foram criados. O rendimento médio dos trabalhadores ocupados recuou 0,3% na comparação com o trimestre até junho, R$ 7,00 a menos. Em relação ao trimestre encerrado em setembro do ano passado, a renda média subiu 0,6%, para R$ 2.222,00.