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Economia

- Publicada em 24 de Outubro de 2018 às 18:06

Dólar sobe ante moedas fortes e emergentes diante de fuga generalizada do risco

Agência Estado
A falta de fôlego mostrada na atividade econômica de algumas regiões, aliada a uma visão otimista e pró-aperto da economia dos Estados Unidos fornecida pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano), fez com que o dólar voltasse a apresentar ganhos em relação a moedas principais e à maioria das divisas de mercados emergentes nesta quarta-feira (24). Somada a essa visão está o ataque terrorista cometido contra lideranças do Partido Democrata, como os ex-presidentes Barack Obama e Bill Clinton.
A falta de fôlego mostrada na atividade econômica de algumas regiões, aliada a uma visão otimista e pró-aperto da economia dos Estados Unidos fornecida pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano), fez com que o dólar voltasse a apresentar ganhos em relação a moedas principais e à maioria das divisas de mercados emergentes nesta quarta-feira (24). Somada a essa visão está o ataque terrorista cometido contra lideranças do Partido Democrata, como os ex-presidentes Barack Obama e Bill Clinton.
Próximo ao horário de fechamento das bolsas em Nova Iorque, o dólar caía para 112,20 ienes, à medida que a moeda japonesa se valorizou durante a tarde em meio à fuga global de ativos arriscados. Além disso, o euro cedia para US$ 1,1397 e a libra caía para US$ 1,2883. Já o índice DXY, que mede a moeda americana contra uma cesta de outras seis divisas principais, subiu 0,49%, para 96,434 pontos.
A perda de fôlego da atividade econômica na zona do euro e em outras regiões voltou ao radar dos agentes. Dados compilados pela IHS Markit e divulgados nesta quarta-feira mostraram que o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto da zona do euro, que mede a atividade no setor industrial e no de serviços da região, caiu de 54,1 em setembro para 52,7 na leitura preliminar de outubro, atingindo o menor nível em 25 meses. Do outro lado do Atlântico, porém, o PMI composto dos EUA voltou a superar as estimativas de analistas e subiu para 54,8 este mês.
A desaceleração da economia da zona do euro e a falta de otimismo com a inflação no Japão voltam a colocar no radar o diferencial de juros entre os EUA e outros países. Não por acaso, o dólar ganhou força em relação a outras moedas principais nesta quarta-feira - uma tendência que deve se manter, na avaliação de analistas do HSBC. O banco britânico acredita que, apesar de as taxas de juros estarem próximas do nível neutro nos EUA, o Fed deve continuar a elevar as taxas, enquanto ainda há dúvidas sobre a agilidade de outras autoridades monetárias quanto ao processo de elevação dos juros.
Nesse cenário, o HSBC avalia que o dólar continua barato e sustenta que, com as estimativas de crescimento dos EUA sendo cada vez mais revisadas para cima, a divisa americana deve permanecer forte. Para o fim de 2019, os analistas do banco projetam o euro cotado a US$ 1,10 e o dólar a 108 ienes.
Há, contudo, sinais de atenção emitidos pela economia americana. O Departamento do Comercio dos EUA informou que as vendas de moradias novas caíram 5,5% na passagem de agosto para setembro, a uma taxa sazonalmente ajustada de 553 mil casas, no nível mais baixo desde 2016. Na avaliação do economista Christopher Rupkey, do MUFG Union Bank, o dado deixa "crescentemente aparente" que as moradias estão se tornando "caras demais para custear tanto em termos de preço como de financiamento", já que a taxa de juros estipulada pelo Fed baliza quanto se pagará nas hipotecas.
"O mercado de ações está desabando, as vendas de moradias novas estão despencando e isso significa ser improvável que o Fed se atenha ao seu calendário de altas de juros, que atualmente delineia mais 125 pontos-base de aperto monetário", escreve Rupkey em nota a clientes. "O Fed pode estar mais perto de apertar o botão de 'pause' nas suas altas de juros do que os mercados pensam. Pode apostar."
Essa, contudo, não foi a leitura dos investidores a partir de pistas dadas no Livro Bege. O documento mostrou que a maioria dos distritos do Fed relatou crescimento econômico de modesto a moderado até 15 de outubro, enquanto algumas unidades apontaram expansão da atividade em ritmo forte. Além disso, o Livro Bege apontou que empregadores continuam a relatar mercados de trabalho apertados e dificuldades em encontrar trabalhadores qualificados.
O dólar, contudo, continuou o seu ímpeto ascendente e, no fim da tarde, subia para 9,1275 coroas suecas. Em decisão de política monetária, o banco central da Suécia (Riksbank) manteve a taxa básica de juros inalterada em -0,5% e indicou que, caso a performance da economia continue em linha com o esperado, o juro básico poderá ser elevado em dezembro ou em fevereiro. "A maioria de nossas análises apontava que o Riksbank já indicaria uma elevação dos juros em dezembro. Isso decepcionou os mercados, que não desejam esperar, possivelmente, até fevereiro", escreveu, em nota a clientes, o economista Daniel Bergvall, do banco de investimentos SEB.
O nível de aperto monetário de outras grandes instituições foi novamente testado. O Banco do Canadá (BoC, na sigla em inglês) elevou a taxa básica de juros de 1,50% para 1,75% ao ano, em um movimento amplamente esperado pelo mercado e não indicou mais gradualismo no processo de elevação dos juros. Isso fez com que a moeda americana caísse para 1,3044 dólar canadense no fim da tarde.
O ato terrorista cometido contra lideranças democratas, como Bill Clinton, Hillary Clinton e Barack Obama, duas semanas antes das eleições de meio de mandato nos EUA, também esteve no radar dos agentes do mercado. Trump e Melania Trump condenaram o ataque, enquanto a polícia de Nova York informou que as investigações estão em andamento.
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