O Senado aprovou ontem o projeto de lei que regulamenta a duplicata eletrônica. O texto, que cria um registro digital centralizado desses documentos, segue para a sanção do presidente Michel Temer. A duplicata é um título de crédito que pode ser emitido a partir da comercialização de uma mercadoria ou serviço. O projeto cria a obrigatoriedade de que esses títulos, que hoje ficam dispersos, sejam registrados em certificadoras autorizadas pelo Banco Central (BC).
De autoria do deputado Júlio Lopes (PP-RJ), a proposta foi patrocinada pela equipe econômica de Michel Temer. Caberá ao Conselho Monetário Nacional instituir diretrizes para orientar o registro das duplicatas sob o novo modelo.
Pelo projeto, poderão ser registrados no sistema eletrônico todos os atos relacionados ao trâmite de uma duplicata, como a apresentação, a inclusão de informações e a formalização do pagamento. A duplicata tradicional, não digitalizada, não será extinta.
O texto enfrentou resistências dos cartórios, já que a proposta inicial também previa que o registro eletrônico eliminasse a necessidade do chamado protesto do título - citação pública do devedor, para que ele pague a dívida. O procedimento é executado por cartórios de protestos de títulos e gera renda para essas casas e também para os Tribunais de Justiça, Defensorias Públicas e Ministérios Públicos regionais.
Quando foi aprovado pela Câmara, em junho, o artigo que acabava com o protesto do título foi retirado. No Senado, foi aprovado texto que manteve o formado enviado pela Câmara.