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Economia

- Publicada em 18 de Outubro de 2018 às 01:00

ONU destaca prejuízos da gravidez na adolescência

Mulheres de países latino-americanos engravidam mais cedo

Mulheres de países latino-americanos engravidam mais cedo


/JOÃO MATTOS/ARQUIVO/JC
Poder escolher ter ou não filhos tem impacto positivo no desenvolvimento social e na economia dos países, mas nenhuma nação do mundo dá às mulheres garantia plena de seus direitos reprodutivos. A conclusão é de um novo relatório do Fundo de População da ONU (Unfpa). Segundo o documento, quando uma mulher tem informação e acesso a meios adequados para prevenir ou adiar uma gravidez, ela tem mais controle sobre sua saúde, pode progredir nos estudos, ingressar ou se manter no mercado de trabalho. Quando esses dois direitos são cerceados, um dos principais efeitos colaterais é a gravidez na adolescência. Segundo Jaime Nadal, representante do Fundo no Brasil, o País elevaria sua produtividade em mais de US$ 3,5 bilhões por ano se as jovens adiassem a gestação para depois dos 20 anos de idade.

Poder escolher ter ou não filhos tem impacto positivo no desenvolvimento social e na economia dos países, mas nenhuma nação do mundo dá às mulheres garantia plena de seus direitos reprodutivos. A conclusão é de um novo relatório do Fundo de População da ONU (Unfpa). Segundo o documento, quando uma mulher tem informação e acesso a meios adequados para prevenir ou adiar uma gravidez, ela tem mais controle sobre sua saúde, pode progredir nos estudos, ingressar ou se manter no mercado de trabalho. Quando esses dois direitos são cerceados, um dos principais efeitos colaterais é a gravidez na adolescência. Segundo Jaime Nadal, representante do Fundo no Brasil, o País elevaria sua produtividade em mais de US$ 3,5 bilhões por ano se as jovens adiassem a gestação para depois dos 20 anos de idade.

"O mundo inteiro tem problemas, e as escolhas não são livres. Mas, nos países mais desenvolvidos, as mulheres conseguem fazer valer suas preferências reprodutivas. Não têm filhos muito cedo, a incidência de gravidez não desejada é menor e isso tem um impacto positivo na economia por conseguirem participam do mercado de trabalho de forma integral. Já mulheres dos países latino-americanos engravidam mais cedo, têm alta fecundidade não desejada e incidência de aborto devido a problemas de saúde pública", avalia a demógrafa especialista em comportamento reprodutivo da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (Ence) do IBGE e consultora do relatório elaborado pelo Unfpa, Suzana Cavenaghi.

Se, de um lado, brasileiras com menos instrução e rendimento acabam tendo filhos não planejados mais cedo, por falta de informação e acesso a métodos contraceptivos, por outro, mulheres com mais anos de estudo e uma carreira têm cada vez menos filhos, muitas vezes menos do que gostariam, pela dificuldade de conciliar família e carreira. O relatório da ONU mostra enquanto as mulheres que não concluíram o Ensino Fundamental têm, em média, 2,84 filhos, as com maior escolaridade têm apenas 1. Dez anos antes, essa média era maior para os dois grupos: 3,5 e 2,1 filhos, respectivamente.

"Se as mulheres de classe mais baixa não tiverem informação e acesso a métodos contraceptivos nunca conseguirão sair desse ciclo intergeracional de pobreza. Continuarão tendo filhos cedo e muitos. As mulheres mais educadas precisam ter acesso a creches e meios de conciliar o trabalho e a família para que possam participar mais do mercado de trabalho", observa Suzana.

Sem essas mudanças a desigualdade de renda no País só tende a aumentar, pois as famílias continuarão crescendo entre os extratos mais pobres da população e encolhendo entre os mais ricos.

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