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Economia

- Publicada em 17 de Outubro de 2018 às 01:00

Déficit habitacional aumentou 3,1% em 2017

Cerca de 967 mil famílias vivem em habitações precárias no Brasil

Cerca de 967 mil famílias vivem em habitações precárias no Brasil


/MAURO PIMENTEL/AFP/JC
O Brasil registrou um déficit habitacional de 7,770 milhões de domicílios em 2017, o que representa um crescimento de 3,1% em relação a 2016, refletindo o ambiente de crise econômica no País e deterioração da renda das famílias, de acordo com estudo divulgado ontem pela Fundação Getulio Vargas (FGV) em parceria com a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrain) e apresentado na sede do Sindicato da Indústria da Construção do Estado de São Paulo (SindusCon-SP).
O Brasil registrou um déficit habitacional de 7,770 milhões de domicílios em 2017, o que representa um crescimento de 3,1% em relação a 2016, refletindo o ambiente de crise econômica no País e deterioração da renda das famílias, de acordo com estudo divulgado ontem pela Fundação Getulio Vargas (FGV) em parceria com a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrain) e apresentado na sede do Sindicato da Indústria da Construção do Estado de São Paulo (SindusCon-SP).
Segundo o levantamento, o déficit é composto pelo seguinte quadro: 3,3 milhões de moradias com famílias pagando um valor de aluguel excessivo para seus rendimentos; 3,2 milhões vivendo em coabitação; 967 mil em habitações precárias; e 304 mil domicílios alugados com muitas pessoas ocupando o local.
Um dos principais motivos para o crescimento do déficit foi o avanço da quantidade de famílias que se viram em uma situação de pagamento de valores de aluguel muito altos.
"Este é um fenômeno ligado ao cenário econômico negativo e à perda de renda das famílias nos últimos anos", afirmou Robson Gonçalves, economista da FGV, durante apresentação do estudo.
A maior parcela do déficit se concentrou nas regiões Sudeste e Nordeste, que, juntas, totalizaram 68%. Em termos absolutos, o estado de São Paulo liderou o ranking de carência habitacional, com 1,8 milhão de domicílios em falta, o que representou 23% do déficit brasileiro. A maior parcela dos domicílios de déficit (92%) está situada nos estratos com renda de até três salários-mínimos.
O levantamento mostrou, ainda, que, entre 2018 e 2027, está prevista a formação de 9,564 milhões de novas famílias. E, para atender à demanda por novas moradias, o financiamento imobiliário deverá girar em torno de R$ 154,2 bilhões a R$ 318,8 bilhões por ano na próxima década. Embora a projeção para o número de famílias permaneça o mesmo, a faixa de renda da população pode variar de acordo com a situação econômica do País, o que implicará em necessidades diferentes de financiamento e subsídios.
"Um dos alertas mais importantes é que existe no horizonte uma possível escassez de recursos para atender a essa demanda", apontou Gonçalves. "Isso significa que ou faltará recurso, ou o déficit habitacional irá aumentar", completou.
O levantamento mostra, ainda, que, com uma projeção de 9 milhões de novos domicílios nos próximos 10 anos, podem faltar R$ 38 bilhões por ano, em média, para o financiamento da casa própria. A maior parte do déficit, de R$ 22 bilhões, viria dos recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), considerando que o plano plurianual atual do fundo prevê um orçamento de R$ 50 bilhões em média por ano, aponta Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos da construção da FGV/Ibre (Instituto Brasileiro de Economia).
"Ainda assim, é uma projeção otimista, porque a gente sabe que o FGTS já está com problemas, e o plano plurianual pode não ser realizado, porque os orçamentos estão acima das fontes", acrescenta.
Para suprir a nova demanda habitacional na próxima década, seria necessária uma média anual de recursos para financiamento de R$ 240,7 bilhões, sendo R$ 72 bilhões do FGTS, de acordo com a FGV.
"Existe no horizonte escassez de recursos para financiar a demanda do déficit habitacional. Ou ele não vai se reduzir, ou pode até aumentar", diz Gonçalves.
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