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Comércio Exterior

- Publicada em 15 de Outubro de 2018 às 01:00

Exportações de manufaturados caem em 2018

Cotação internacional de itens como soja e petróleo tem elevado a comercialização de produtos básicos

Cotação internacional de itens como soja e petróleo tem elevado a comercialização de produtos básicos


/SCOTT OLSON/AFP/JC
Mesmo com a recuperação significativa das exportações nos últimos anos, os produtos industrializados continuam a perder participação nas vendas externas brasileiras. Segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic), a fatia dos manufaturados nas exportações caiu de 36%, nos nove primeiros meses de 2017, para 35,2% no mesmo período deste ano.
Mesmo com a recuperação significativa das exportações nos últimos anos, os produtos industrializados continuam a perder participação nas vendas externas brasileiras. Segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic), a fatia dos manufaturados nas exportações caiu de 36%, nos nove primeiros meses de 2017, para 35,2% no mesmo período deste ano.
Em valores absolutos, a venda de bens industrializados acumula alta de 6,8% nos nove primeiros meses do ano na comparação com o mesmo período de 2017, totalizando US$ 63,244 bilhões. Este é o maior valor para o período desde 2013. As vendas de produtos básicos, no entanto, têm apresentado melhor desempenho neste ano, reduzindo o peso dos manufaturados na balança comercial.
Beneficiadas pela alta da cotação internacional do petróleo e da soja, as exportações de produtos básicos saltaram 15,7% nos nove primeiros meses do ano. A participação dos bens primários nas exportações totais subiu de 47,6%, de janeiro a setembro do ano passado, para 50,4% nos mesmos meses de 2018.
As exportações de manufaturados têm sido beneficiadas pela alta do dólar, que subiu 21,9% de janeiro a setembro. O câmbio torna mais competitivas as vendas de produtos industrializados, enquanto as exportações de commodities (bens primários) dependem mais das cotações internacionais de minérios e de produtos agropecuários.
Segundo o Mdic, o bom desempenho das exportações de manufaturados em 2018 concentra-se em cinco produtos. A maior alta, de 353%, foi registrada nas vendas de plataformas para extração de petróleo na comparação entre os nove primeiros meses de 2018 e o mesmo período de 2017. Em seguida, vêm partes de motores e turbinas para aeronaves (101,2%); óleos combustíveis (70,2%); motores para veículos e partes (24,7%); e máquinas para terraplanagem (22,9%).
As vendas externas de produtos industrializados poderiam registrar desempenho melhor, não fosse a situação nos países vizinhos. A crise cambial na Argentina, o terceiro maior parceiro comercial do Brasil, prejudicou as exportações de veículos. De janeiro a setembro, o valor das vendas de automóveis de passageiros caiu 13,8%. As exportações de veículos de carga recuaram 14,2%. A Argentina é um dos principais compradores de veículos brasileiros.

Tarifas sobre importações chinesas prejudicam empresas que produzem nos Estados Unidos

O governo de Donald Trump diz que as tarifas sobre as importações chinesas vão trazer a produção de volta para as fábricas dos Estados Unidos, mas algumas empresas de pequeno e médio portes que voltaram a produzir em território norte-americano dizem que as taxas estão prejudicando seus negócios.
A Kent International, uma empresa de bicicletas, abriu uma fábrica em Manning, na Carolina do Sul, em 2014, para montagem de bicicletas que vende para a Walmart e outros varejistas. Hoje, emprega cerca de 167 pessoas. A Kent planejava expandir a instalação em 2019 importando tubos de aço cortados na China para pintura e soldagem. A empresa planejava contratar mais 30 a 40 trabalhadores para a fábrica, que monta em torno de 300 mil das cerca de 3 milhões de bicicletas vendidas anualmente pela empresa em todo o mundo.
"Quando começamos a ficar sabendo das tarifas e estávamos confiantes de que os tubos de corte estariam sujeitos às tarifas, paramos", disse Arnold Kamler, proprietário majoritário da empresa e seu executivo-chefe há mais de 30 anos. Em vez disso, ele está viajando para Tailândia, Vietnã, Camboja, Filipinas e Taiwan para encontrar novos fornecedores de produtos atingidos por tarifas impostas à China. "Não estamos trazendo empregos para a América com isso, estamos trazendo empregos para diferentes países do Sudeste asiático", disse Kamler
A administração Trump diz que as tarifas são projetadas para combater o que vê como práticas comerciais injustas que dão às empresas chinesas vantagem sobre suas contrapartes nos EUA. Alguns fabricantes norte-americanos estão relatando aumento na receita, à medida que as tarifas forçam os clientes a repensar as cadeias de suprimento.
Na Allied Technologies International, fabricante de peças em Tualatin, Oregon, com 57 funcionários, os pedidos aumentaram 30% em relação ao ano passado. "Há um choque de preços por causa das tarifas e, mais importante, um risco na cadeia de suprimentos", disse o CEO da Allied, Thomas Biju Isaac.
As mais recentes tarifas, uma taxa de 10% sobre US$ 200 bilhões em importações chinesas, incluindo bicicletas e partes de bicicletas, entraram em vigor em setembro e devem subir para 25% no fim do ano. Ao todo, os EUA cobraram tarifas de US$ 250 bilhões em importações chinesas, de aço e alumínio a móveis de bambu e malas. A China respondeu com tarifas sobre US$ 110 bilhões em exportações dos EUA.
Empresas que trouxeram fábricas de volta para os EUA dizem que as tarifas estão aumentando seus custos e tornando-as menos competitivas. "É difícil fabricar coisas aqui", disse Manville Smith, vice-presidente da JL Audio. "Seria bom se nosso governo nos ajudasse, não nos prejudicasse."

Produtos acabados da China podem perder vantagem sobre os produtos fabricados nos EUA com componentes chineses se a Casa Branca seguir com a ameaça de colocar mais
US$ 267 bilhões em tarifas sobre importações chinesas, uma medida que, até agora, evitou limitar o impacto sobre os consumidores norte-americanos.