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Economia

- Publicada em 05 de Outubro de 2018 às 12:45

Valor de ação da fabricante de armas gaúcha Taurus dobra na Bolsa de São Paulo

Volume de transações da empresa no mercado cresceu mais de cinquenta vezes em dois meses

Volume de transações da empresa no mercado cresceu mais de cinquenta vezes em dois meses


JOÃO MATTOS/ARQUIVO/JC
Agência Estado
Mais de cinquenta vezes em dois meses. Esse foi o crescimento do volume de transações na Bolsa de Valores envolvendo uma ação que, até pouco tempo, não figurava entre as principais movimentações no mercado: a da fabricante gaúcha de armas de fogo Forjas Taurus.
Mais de cinquenta vezes em dois meses. Esse foi o crescimento do volume de transações na Bolsa de Valores envolvendo uma ação que, até pouco tempo, não figurava entre as principais movimentações no mercado: a da fabricante gaúcha de armas de fogo Forjas Taurus.
No mesmo período, o valor dos papéis preferenciais mais que dobrou e o de mercado da empresa saltou de R$ 139,3 milhões para R$ 332 milhões. Tudo isso apesar de a companhia acumular prejuízos e dívida em alta.
As ações da Forjas Taurus têm ganhado atenção no mercado em meio ao cenário eleitoral. Desde o início da campanha em rádio e TV - dia que marca a entrada do debate político nas atenções do público - o volume negociado das ações preferenciais da empresa de armamentos aumentou de R$ 255 mil ao dia para mais de R$ 14 milhões. O preço do papel, que no primeiro dia de campanha era de R$ 2,34, chegou aos R$ 4,98 nesta quinta-feira (4).
No mercado, há quem ligue o movimento do papel à posição favorável de Jair Bolsonaro (PSL), candidato líder nas pesquisas de intenção de voto, ao armamento da população. Mesmo porque, o desempenho da ação da Forjas Taurus não encontra respaldo nos dados financeiros da companhia. No primeiro semestre de 2018, a empresa acumula prejuízo de R$ 92,6 milhões, perda mais de três vezes superior à verificada no mesmo período do ano passado.
Embora a receita com a venda de armas venha crescendo, a companhia está sendo impactada pelo aumento de despesas financeiras, que cresceram 98% no segundo trimestre deste ano ante igual período do ano anterior, chegando a R$ 118,6 milhões. A companhia afirmou em seus resultados que a alta das despesas ocorre em função da valorização do dólar ante o real.
Nesse sentido, a queda da divisa norte-americana, que veio junto com o bom desempenho de Bolsonaro nas últimas pesquisas, pode ter contribuído para uma leitura melhor em relação à Forjas Taurus. Ainda assim, o endividamento da companhia vinha crescendo. A dívida líquida aumentou 12% em um ano, para R$ 805 milhões ao final de julho.
Sobre o endividamento, a companhia afirmou em julho que já houve assinatura de contratos para captação de recursos para o pagamento ou renegociação de dívidas.
É inevitável a associação do movimento com a ascensão nas pesquisas eleitorais do candidato à presidência pelo PSL, que sustenta posição favorável ao armamento da população. Desde o início da campanha eleitoral até hoje, o auge de valorização nos papéis ocorreu no dia 20 de setembro, quando a cotação das ações preferenciais chegou a R$ 5,30. O mercado repercutia o crescimento de Bolsonaro na pesquisa de intenção de voto que, naquela data, mostrava o candidato do PSL oscilando de 26% para 28% de intenção de voto.
Todo esse movimento, no entanto, é visto por alguns analistas como puramente especulativo. Até mesmo porque, o próprio Bolsonaro já falou que, se eleito, quebraria o monopólio da fabricante de armas, o que seria negativo para a empresa que fornece material para diversas polícias do Brasil. A empresa não retornou aos contatos de reportagem.
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