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Conjuntura

- Publicada em 04 de Outubro de 2018 às 01:00

Sistema bancário aumentou resiliência, diz BC

Empréstimos às famílias puxaram a alta do crédito de janeiro a junho

Empréstimos às famílias puxaram a alta do crédito de janeiro a junho


/JOÃO MATTOS/ARQUIVO/JC
O sistema bancário brasileiro aumentou a resiliência no primeiro semestre de 2018, a despeito da incerteza na política e do temor sobre o andamento das reformas, afirma o Banco Central (BC) no Relatório de Estabilidade Financeira - Outubro de 2018, divulgado ontem.
O sistema bancário brasileiro aumentou a resiliência no primeiro semestre de 2018, a despeito da incerteza na política e do temor sobre o andamento das reformas, afirma o Banco Central (BC) no Relatório de Estabilidade Financeira - Outubro de 2018, divulgado ontem.
O diretor de Fiscalização do BC, Paulo Souza, afirmou que os riscos para a estabilidade do sistema financeiro do Brasil permanecem baixos. "Eleições, agenda do novo governo e cenário internacional deverão dominar o debate sobre riscos à estabilidade financeira neste segundo semestre", disse.
O BC observa que os riscos no mercado internacional aumentaram no primeiro semestre, "mas não há indícios de riscos relevantes para o capital das instituições financeiras", sobretudo aqueles que vêm de altas abruptas do câmbio, segundo o documento da instituição. "O sistema bancário, afirma o BC, dispõe de capital robusto, em nível e qualidade", segundo o documento.
O índice de Basileia dos bancos passou de 18,1%, em dezembro de 2017, para 17,2% em junho, de acordo com o BC. Essa redução reflete, segundo o relatório, a retomada gradual do crédito e os ajustes prudenciais das instituições financeiras.
"O risco de liquidez de curto e de longo prazos é baixo, cenário que tende a perdurar no segundo semestre de 2018", afirma o relatório, que destaca que houve aumento do custo das captações no exterior. O índice de liquidez dos bancos fechou o primeiro semestre em 2,13, ante 2,38 em dezembro.
O relatório ressalta, ainda, que os bancos estão "plenamente aderente às regras de Basileia III e com capacidade de suportar a tendência de crescimento da carteira de crédito". O índice de Basileia mede a adequação de capital dos bancos aos riscos, quanto maior, melhor. "Todos os indicadores de capitalização continuam significativamente superiores aos requeridos pela regulação."
"Houve melhora na rentabilidade dos bancos, notadamente pela significativa redução das despesas com provisão", afirma o documento, destacando que o nível de provisionamento da carteira de crédito permanece adequado ao perfil de risco dos bancos. Os resultados dos testes de estresse de capital, segundo o BC, "seguem atestando a resiliência do sistema bancário, que se mostra capaz de absorver as perdas estimadas em todos os cenários simulados".
No primeiro semestre de 2018, a atividade econômica cresceu em ritmo mais lento que no segundo semestre de 2017, destaca o BC. No período, o crédito cresceu 1,3%, com avanço mais forte nos empréstimos às famílias (2,7%). Souza ressaltou que o crédito às famílias continuou crescendo, principalmente nas modalidades voltadas ao consumo, mas não há indícios, até o momento, de aumento no risco de crédito. 
Na pessoa jurídica, o crédito avançou 0,4%. "Os ativos problemáticos das pessoas jurídicas de grande porte na carteira dos bancos recuaram após três anos consecutivos de ascensão, mas ainda se encontram em patamar elevado", afirma o relatório do BC. 

'Problema fiscal é do País, não apenas do próximo governo', destaca o ministro da Fazenda

O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, disse ontem que o problema fiscal "é um problema do País", não apenas do próximo governo, e que a reforma da Previdência é ponto central para resolver a situação das contas. Para o ministro, é importante "não negar que o problema existe" para que seja possível solucioná-lo.
"Quando se tem um problema, a coisa mais importante é entender a natureza do problema, não negar que o problema existe e buscar soluções que são adequadas para o tipo de problema que a gente tem. A gente tem um problema fiscal, e o ponto central é o desequilíbrio na Previdência, então esse é o primeiro passo necessário para termos um ajuste consistente e acelerar o crescimento econômico", afirmou, indicando que o desafio existirá independentemente do resultado das eleições presidenciais. "É um problema do País, não do próximo governo", disse.
Guardia esteve, nesta quarta-feira, em almoço com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) a convite do presidente da corte, ministro Dias Toffoli. Ele traçou um cenário sobre os problemas e desafios econômicos que o País tem pela frente.
"Não teve um tema específico, foi um almoço com presença de quase todos os ministros, sobre a situação econômica do País. Dei minha visão sobre a importância do processo de reformas que a gente vem conduzindo e, sobretudo, da continuidade desse processo de reformas para que a gente possa continuar em uma trajetória de crescimento", afirmou Guardia.
O ministro da Fazenda também destacou a importância da manutenção do teto de gastos, que tem sido alvo de críticas por diversas candidaturas à presidência da República.
Guardia contou que não tratou de temas específicos, como processos judiciais nos quais a equipe econômica tem interesse (como a ação que pretende barrar o adiamento do reajuste dos servidores de 2019 para 2020), nem sobre o aumento salarial de 16,38%, aprovado pelos ministros do STF na própria remuneração.
Segundo o ministro da Fazenda, o Judiciário tem o Orçamento limitado ao teto de gastos, e não cabe ao Executivo dispor sobre as prioridades que serão adotadas entre as despesas dos demais poderes.