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Economia

- Publicada em 03 de Outubro de 2018 às 01:00

Bradesco compra fatia majoritária da RCB Investimentos, de recuperação de crédito

Fabri vê espaço para avançar

Fabri vê espaço para avançar


/MATHEUS PICCINI/ESPECIAL/JC
Com a compra de uma fatia majoritária da RCB Investimentos, que ainda depende de aval dos órgãos reguladores, o Bradesco divide o negócio de recuperação de créditos no banco em duas frentes, de acordo com o vice-presidente do banco, Eurico Fabri. De um lado, a instituição seguirá vendendo carteiras de créditos inadimplidas e já baixadas a prejuízo ao mercado. Numa outra frente, o Bradesco se utilizará da expertise da nova sócia para aprimorar a recuperação de empréstimos ainda ativos, ou seja, que não foram lançados a perda.
Com a compra de uma fatia majoritária da RCB Investimentos, que ainda depende de aval dos órgãos reguladores, o Bradesco divide o negócio de recuperação de créditos no banco em duas frentes, de acordo com o vice-presidente do banco, Eurico Fabri. De um lado, a instituição seguirá vendendo carteiras de créditos inadimplidas e já baixadas a prejuízo ao mercado. Numa outra frente, o Bradesco se utilizará da expertise da nova sócia para aprimorar a recuperação de empréstimos ainda ativos, ou seja, que não foram lançados a perda.
O objetivo do banco, conforme Fabri, é melhorar entre 20% e 25% a recuperação de créditos inadimplentes nos próximos dois anos a partir da sociedade com a RCB, que prestará serviços à instituição. "Nossa performance de recuperação de crédito melhorou 44,8% nos últimos quatro anos mesmo em meio à crise que o País atravessou. Acreditamos que há espaço para avançarmos ainda mais", disse o vice-presidente do Bradesco.
Fabri acrescentou que o negócio, que não tem compromisso de venda de uma fatia futura ao banco, visa a buscar sinergias na venda de carteiras e também na cobrança dos créditos. Sem abrir o volume de operações inadimplentes passíveis de retomada, o executivo explicou que a RCB vai participar de um processo competitivo com a área interna do banco para recuperar empréstimos ativos. Sobre a possível venda dessas operações ao mercado, ele afirmou que, por ora, o banco não cogita essa possibilidade.
"A RCB tem R$ 20 bilhões em carteiras adquiridas", afirmou, completando: "Não temos meta para aquisições". Fora desse segmento até o final de 2016, o Bradesco tem mantido uma frequência constante no mercado de NPL. De lá para cá, já teria se desfeito de quase R$ 18 bilhões.
A RCB Investimentos não terá, contudo, exclusividade na compra de carteiras futuras que o Bradesco oferecerá ao mercado. Terá de continuar a participar das concorrências que o banco vier a fazer com os demais concorrentes. O diretor executivo do Bradesco, José Ramos Rocha Neto, reforçou que a RCB vai permanecer independente. "A empresa vai continuar com a sua estratégia e a venda de carteiras permanecerá sendo uma decisão do banco", esclareceu ele.
Sobre a investida do Bradesco mais tardia que seus demais concorrentes na área de recuperação de crédito, Fabri disse que a estratégia da instituição não é só no negócio de compra de carteiras. A parceria, conforme ele, visa a desenvolver ainda mais esse setor dentro do banco, mas também a continuidade de ambos os negócios.
A investida recente dos grandes bancos no mercado de NPL começou com a venda da Recovery, antes do BTG Pactual, para o Itaú Unibanco, em 2015. Na sequência, o Santander Brasil comprou 70% da gestora Ipanema, que foi rebatizada e passou a se chamar Return. Antes, o Banco do Brasil já atuava com a sua própria gestora, a Ativos, e agora o Bradesco fecha esse ciclo.
O movimento dos pesos pesados do varejo bancário em recuperação de crédito faz todo sentido. Isso porque os bancos são especializados em emprestar, no entanto, o elevado volume de créditos inadimplentes e não pagos e que foi agravado pela recente crise que o Brasil passou, fez com que essas instituições passassem a olhar esse segmento com mais atenção.
Como as empresas especializadas têm melhor performance na recuperação, retomando em menor tempo os créditos não pagos, a saída foi incorporá-las como os grandes bancos já fizeram em outros segmentos, como, por exemplo, o de crédito consignado (com desconto em folha).
 
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