Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Economia

- Publicada em 02 de Outubro de 2018 às 23:27

Setor eletroeletrônico tem novo espaço para testes

Câmara semianecoica permite aos fabricantes verificar o efeito da alta frequência nos produtos

Câmara semianecoica permite aos fabricantes verificar o efeito da alta frequência nos produtos


/MARCELO G. RIBEIRO/JC
Guilherme Daroit
Até então realizados em outros estados, em especial São Paulo, alguns testes para desenvolvimento e certificação de produtos da indústria eletroeletrônica gaúcha podem agora ser feitos em Porto Alegre. Uma nova câmara semianecoica, inaugurada ontem pela Pontifícia Universidade Católica (Pucrs), poderá fazer ensaios referentes à imunidade a campos eletromagnéticos, diminuindo o custo e o tempo para o desenvolvimento de produtos no Estado.
Até então realizados em outros estados, em especial São Paulo, alguns testes para desenvolvimento e certificação de produtos da indústria eletroeletrônica gaúcha podem agora ser feitos em Porto Alegre. Uma nova câmara semianecoica, inaugurada ontem pela Pontifícia Universidade Católica (Pucrs), poderá fazer ensaios referentes à imunidade a campos eletromagnéticos, diminuindo o custo e o tempo para o desenvolvimento de produtos no Estado.
A câmara é parte do Labelo, complexo de laboratórios da universidade gaúcha, e complementa os ensaios de compatibilidade eletromagnética oferecidos pela instituição. Na prática, esses testes verificam tanto a capacidade dos produtos de não serem afetados por interferências de campos magnéticos, e, também, as emissões ao ambiente dos próprios produtos. Embora inaugurados ontem, durante reunião da regional gaúcha da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), os novos espaços já operam há duas semanas.
Diretor do Labelo, Israel Teixeira vê a expansão nos testes oferecidos pelo Labelo como parte do apoio da universidade ao desenvolvimento local. Enviar os produtos a Campinas, como geralmente acontecia, é oneroso às indústrias de base tecnológica no Rio Grande do Sul, segundo Teixeira, pois exige acompanhamento de equipes de pesquisa das empresas. "Você manda, aí lá descobre que falta uma placa, volta, modifica, e vai de novo", conta o diretor sobre a situação, projetando ganho logístico às indústrias gaúchas - e mesmo catarinenses - com o novo espaço.
A expansão da Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês), que tende a conectar à rede todos os aparelhos eletrônicos, também torna esse tipo de teste mais procurado. "Essas comunicações todas terão que ser seguras", afirma Teixeira, que salienta ainda o reforço do elo entre academia e indústria como gerador de impactos sociais relevantes.
O diretor da regional gaúcha da Abinee, Régis Haubert, classifica esse tipo de ensaio como uma "necessidade premente" do setor no Estado. Ele ressalta a importância da realização de testes de desenvolvimento no Labelo, que permitirão às empresas atuarem diretamente sobre os projetos, não limitando os espaços do laboratório apenas a ensaios de certificação para produtos já prontos.
"Esse tipo de laboratório era uma reivindicação da indústria, algo muito importante para o Estado, visto que não temos mais o Cientec (Fundação de Ciência e Tecnologia, extinta pelo governo estadual em 2017, que realizava o serviço)", comentou Haubert. O dirigente cobrou maior celeridade nos processos de homologação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). "Com cada vez mais coisas emitindo radiofrequência, é impossível conseguir fazer alguma coisa no modelo atual da agência, que é enfadonho e demorado", argumenta. Uma das sugestões da Abinee é que a Anatel passe a apenas controlar e chancelar os resultados obtidos em laboratórios.
A estimativa da regional é de alta do setor em torno de 5% em 2018, expansão semelhante à projeção nacional. "O espectro do ano é como se fosse um eletrocardiograma, com meses bons e meses não tão bons", diz Haubert. Em agosto, 54% das empresas gaúchas acusaram vendas maiores do que em julho, e 69% apontaram crescimento nas vendas em relação a agosto de 2017.
O ano até agosto esteve conforme com as expectativas de 46% das indústrias, com outros 31% das empresas gaúchas do setor apontando um ano acima do que esperavam, e 23% vendo 2018 aquém do que projetavam. Tópico essencial para o setor, as exportações, entretanto, não acompanharam as expectativas. "Apesar do câmbio favorável, apontaram crescimento apenas 22% das empresas", conta o diretor da Abinee. Igual parcela declarou queda nas vendas externas em agosto em relação ao mesmo mês de 2017, e 56% não notaram diferença.
 
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO