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Economia

- Publicada em 28 de Setembro de 2018 às 01:00

Petrobras faz acordo com governo dos EUA

Maior parte do valor será ressarcido pela companhia ao MPF do Brasil

Maior parte do valor será ressarcido pela companhia ao MPF do Brasil


/MAURO PIMENTEL /AFP/JC
A Petrobras fechou, na quarta-feira, um acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos e com a Comissão de Valores Mobiliários (SEC, na sigla em inglês, o xerife do mercado de capitais nos EUA), pondo fim a todas as investigações que a estatal enfrentava pelos casos de corrupção. A empresa pagará US$ 853,2 milhões (cerca de R$ 3,6 bilhões) para encerrar os casos.

A Petrobras fechou, na quarta-feira, um acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos e com a Comissão de Valores Mobiliários (SEC, na sigla em inglês, o xerife do mercado de capitais nos EUA), pondo fim a todas as investigações que a estatal enfrentava pelos casos de corrupção. A empresa pagará US$ 853,2 milhões (cerca de R$ 3,6 bilhões) para encerrar os casos.

Como a Petrobras já havia feito acordo com os acionistas minoritários, fica totalmente livre para operar nos EUA. Para o Departamento de Justiça, a Petrobras foi vítima de um esquema fraudulento por parte de sua antiga diretoria.

A maior parte do valor pago (US$ 682,6 milhões, ou cerca de R$ 2,88 bilhões) vai para o Ministério Público Federal (MPF) do Brasil, que integra o acordo. O caso abrangia os casos de corrupção e consequentes impactos no mercado acionário de 2003 a 2012. O objetivo era apurar se a atuação da empresa violava a Lei de Práticas Corruptas Estrangeira.

Esses casos eram muito importantes, pois poderiam chegar à conclusão de que a Petrobras era uma "organização criminosa" e, com isso, banir as atividades da empresa no País. Mas, agora, esse acordo serve como um "atestado" de idoneidade da empresa.

"Pelo acordo, o Departamento de Justiça também reconhece a situação de vítima da Petrobras desse esquema de corrupção, e a SEC reconhece a atuação da companhia como assistente de acusação em mais de 50 ações penais no Brasil", afirma a nota da estatal. O Departamento de Justiça concluiu que as irregularidades foram causadas pelos ex-diretores da estatal que já estão respondendo por seus crimes na Justiça brasileira.

O argumento de que a Petrobras é vítima é o mesmo que a estatal utiliza no Brasil. Desde que foram revelados esses casos pela Lava Jato, a Petrobras já conseguiu recuperar R$ 2,5 bilhões desviados.

Do valor total que a estatal terá que pagar, 10% (US$ 85,3 milhões, ou R$ 360 milhões) irão para o Departamento de Justiça e, igual valor, para a SEC. Os 80% restantes (US$ 682,6 milhões, ou cerca de R$ 2,88 bilhões) serão destinados ao MPF, que deverá aplicar em ações no Brasil. Esse montante será depositado pela Petrobras em um fundo especial e utilizados conforme instrumento que será assinado com o MPF. Esses valores serão reconhecidos nas demonstrações financeiras do terceiro trimestre deste ano.

Os valores do acordo foram considerados "bons" para a estatal. A Odebrecht e a Braskem, por exemplo, aceitaram pagar, em dezembro de 2016, US$ 3,5 bilhões ao Departamento de Justiça no acordo que fizeram pelos atos de corrupção - o maior acordo da história do governo norte-americano. No caso de suborno na venda de aviões à República Dominicana, Moçambique e Arábia Saudita, a Embraer aceitou pagar US$ 107 milhões ao governo norte-americano.

Para encerrar as investigações, a Petrobras assinou com o Departamento de Justiça um acordo no qual se responsabiliza pelos atos de certos ex-executivos e diretores que causaram violações às disposições legais sobre registros contábeis e controles internos de acordo com a legislação norte-americana, mas sem se declarar culpada desses atos. Isso se repetiu com a SEC, que avaliava problemas na oferta global de ações da companhia de 2010, com omissões e distorções por causa dos atos de corrupção. E, por último, a companhia fecha o acordo com o MPF brasileiro, sem reconhecimento de culpa ou dolo à estatal, para garantir recursos para melhorar a transparência no País.

No começo do ano, a estatal fechou um acordo que previu ressarcimento de US$ 2,95 bilhões aos acionistas minoritários da Petrobras nos EUA, no maior acordo global desse tipo de ação.

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