O governo argentino anunciou ontem, junto ao FMI (Fundo Monetário Internacional) um ajuste no acordo anunciado em junho em que se adiciona um empréstimo de mais US$ 7 bilhões aos US$ 50 bilhões já acertado previamente. Participaram das negociações o ministro da Fazenda, Nicolás Dujovne, o presidente Mauricio Macri, e a diretora do FMI, Christine Lagarde. No anúncio realizado em Nova Iorque, estavam presentes apenas Dujovne e Lagarde - Macri já havia retornado a Buenos Aires.
A primeira novidade foi um aumento da quantia. O acordo firmado em junho estabelecia uma linha de crédito de US$ 50 bilhões para 36 meses. Agora, serão US$ 57 milhões, com parcelas mais rapidamente liberadas.
Lagarde reafirmou a confiança que o fundo tem de que a Argentina atingirá suas metas e que o aumento da cifra foi definido após as turbulências causadas nas economias emergentes por conta da guerra comercial. Lagarde disse que o assunto esteve em discussão pelo quadro de diretores do FMI e que foi aprovado como "uma medida de confiança na recuperação da economia argentina". Também foram aprovados os repasses previstos para o ano que vem, como forma de adiantamento, segundo pedido de Macri.
Dujovne também disse que os requisitos apresentados em junho também foram ajustados. Em vez de baixar o déficit fiscal para 1,3% em 2019, o compromisso agora é de baixar a zero. Para que isso funcione, porém, é necessário que o Congresso aprove o projeto de Orçamento que se encontra nessa casa.
Assim, nas próximas semanas, espera-se um intenso movimento de debate entre os blocos governista e os da oposição, no qual Macri tem se envolvido diretamente, em conversa com governadores e senadores representantes das províncias, que deverão também apertar o cinto de seus gastos sociais.