Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Conjuntura Internacional

- Publicada em 26 de Setembro de 2018 às 01:00

Argentina enfrenta a quarta greve geral em menos de três anos

Manifestantes protestaram nas ruas da capital, que não teve circulação de metrô e ônibus

Manifestantes protestaram nas ruas da capital, que não teve circulação de metrô e ônibus


/FOTOS EITAN ABRAMOVICH/AFP/JC
Em plena negociação para acelerar os desembolsos de seu acordo de US$ 50 bilhões com o Fundo Monetário Internacional (FMI), o presidente da Argentina, Mauricio Macri, enfrentou ontem a quarta greve geral convocada pelos principais sindicatos do país, em menos de três anos. A paralisação afetou todo o setor de transporte (aéreo e terrestre) e custará cerca de 32 bilhões de pesos (cerca de US$ 850 milhões) à economia argentina, segundo cálculos do governo.
Em plena negociação para acelerar os desembolsos de seu acordo de US$ 50 bilhões com o Fundo Monetário Internacional (FMI), o presidente da Argentina, Mauricio Macri, enfrentou ontem a quarta greve geral convocada pelos principais sindicatos do país, em menos de três anos. A paralisação afetou todo o setor de transporte (aéreo e terrestre) e custará cerca de 32 bilhões de pesos (cerca de US$ 850 milhões) à economia argentina, segundo cálculos do governo.
A greve foi convocada pela Central Geral de Trabalhadores (CGT) e pela Central de Trabalhadores da Argentina (CTA), entre outros sindicatos, que questionam o entendimento com o Fundo, uma política econômica de ajuste que consideram "asfixiante" e exigem medidas emergenciais de combate à inflação, estimada oficialmente em 42% para este ano, e ao desemprego. De acordo com recentes dados divulgados pelo Indec (o IBGE local), no segundo semestre deste ano a taxa de desemprego subiu para 9,6%, bem acima dos 8,7% registrados no mesmo período do ano passado. Isso significa que 1,85 milhão de argentinos estão desempregados, número que poderia superar 2 milhões se for contabilizado o setor rural. agencia
O cenário econômico para 2018 é sombrio. O governo Macri iniciou o ano com meta de crescimento de 3% e todas as projeções indicam que o PIB argentino registrará queda de até 2%. O peso passou por várias maxidesvalorizações e chegou a bater 42 pesos, em agosto passado. Desde janeiro passado, a valorização do dólar, que nesta segunda-feira em 38,14 pesos, já superou 100%.
As manifestações contra o governo argentino começaram na segunda-feira, com vários bloqueios de ruas e avenidas de Buenos Aires organizados por movimentos sociais e partidos de esquerda. Na terça-feira, a paralisação atingiu o transporte público, como linhas de metrô e ônibus. Bancos, escolas e universidades públicas, entre outros setores, também foram afetados. Manifestantes realizaram protestos em várias vias de Buenos Aires. "Não é o momento oportuno para fazer uma greve", declarou o ministro da Produção, Dante Sica.

Voos entre o país e o Brasil foram cancelados

A greve geral na Argentina causou efeitos no Brasil com o cancelamento de vários voos. De acordo com a Latam, 187 voos foram cancelados. Os passageiros podem solicitar o reembolso do valor do bilhete adquirido, alterar a rota da viagem, ou pedir a reprogramação do voo sem custos.
Todos os voos operados pela Gol foram suspensos, e os passageiros poderão remarcar as viagens sem a cobrança de taxas e de acordo com a disponibilidade, ou solicitar reembolso ou crédito integral de suas passagens.
A argentina Aerolíneas informou que os passageiros que desejarem reprogramar seus voos, até dentro dos 7 dias seguintes à greve, poderão fazê-lo sem restrições e de acordo a disponibilidade de lugares ou reembolsar os tickets.
A Azul informou que os voos AD8762 (Belo Horizonte-Buenos Aires), AD8763 (Buenos Aires-Belo Horizonte), AD8754 (Porto Alegre-Rosário) e AD8755 (Rosário- Porto Alegre) foram cancelados.
Segundo o Procon-SP, ainda que as aéreas não sejam as causadoras dos transtornos, têm o dever de prestar assistência ao consumidor para minimizar os danos.