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Consumo

- Publicada em 26 de Setembro de 2018 às 01:00

Setor de cartões movimenta R$ 720 bilhões

Consumidor está usando o plástico para pagar contas diárias menores

Consumidor está usando o plástico para pagar contas diárias menores


/FREEPIK/DIVULGAÇÃO/JC
O setor de cartões movimentou R$ 720 bilhões no primeiro semestre, aumento de 13,6% ante o mesmo período do ano passado, conforme dados divulgados pela Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). No período, os plásticos da modalidade crédito responderam por R$ 450 bilhões, elevação de 14%, na mesma base de comparação. No débito, a cifra chegou a R$ 265,4 bilhões no semestre, expansão de 12,3% em um ano.
O setor de cartões movimentou R$ 720 bilhões no primeiro semestre, aumento de 13,6% ante o mesmo período do ano passado, conforme dados divulgados pela Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). No período, os plásticos da modalidade crédito responderam por R$ 450 bilhões, elevação de 14%, na mesma base de comparação. No débito, a cifra chegou a R$ 265,4 bilhões no semestre, expansão de 12,3% em um ano.
Fernando Chacon, presidente da Abecs e executivo do Itaú, diz que o crescimento dos cartões pré-pago reflete a expansão das contas de pagamento (contas bancárias de funcionamento mais simples). Foram realizados 8,8 pagamentos com cartões no semestre, crescimento de 15% ante o primeiro semestre de 2017.
Chacon diz que o crescimento no número de operações acima do valor gasto mostra que as pessoas estão usando cartões em pagamentos menores do dia a dia.
Segundo a Abecs, os cartões representam 34% do consumo das famílias. A associação espera crescer para 60% do consumo em quatro anos.
O objetivo, diz Chacon, é reduzir os custos com inadimplência do cheque e com transporte e segurança de dinheiro em espécie. "É uma oportunidade de evitar que se encontre apartamentos com R$ 51 milhões", disse o executivo, em referência ao imóvel atribuído ao ex-ministro de Michel Temer, Geddel Vieira Lima.
A expectativa do executivo é que as taxas de juros do rotativo do cartão de crédito não caiam do patamar atual sem que o crediário do cartão de crédito proposto pelos bancos entre em vigor. Hoje, a taxa média do rotativo está ao redor de 10% ao mês, uma das linhas mais caras do sistema financeiro, ao lado do cheque especial.
O projeto-piloto do crediário será lançado em novembro, com a expectativa de que entre em vigor no primeiro trimestre de 2019. No começo, participam as principais bandeiras (Amex, Elo, Master e Visa), os bancos Bradesco, Banco do Brasil, Itaú e Santander, além das maquininhas Cielo, Getnet e Rede.
Chacon repetiu que o crediário do cartão não deve matar as compras parceladas no cartão de crédito pelo sistema atual, um esforço que os grandes bancos têm feito para evitar a resistência da população para o parcelamento com juros.

Fraudes já passam de 920 mil no País desde o início do ano

A popularização das transações com cartão de crédito via internet fez proliferar também o número de fraudes envolvendo os cartões. Entre janeiro e agosto deste ano, foram detectados 920 mil golpes na internet com o objetivo de roubar dados financeiros de consumidores para clonar cartões de crédito - são 3,6 fraudes por minuto. Os números foram levantados pelo laboratório de cibersegurança da Psafe, empresa que coleta e gera dados a partir de uma base de 20 milhões de computadores.
Apesar de não haver uma comparação com anos anteriores, já que esses dados só começaram a ser coletados em setembro de 2017, especialistas do setor, bancos e a própria polícia reconhecem que esse número está em franco crescimento. "Estamos vivendo uma explosão em fraudes com cartão de crédito no Brasil. E a ação de criminosos tende a se intensificar no fim do ano", diz o diretor do laboratório da Psafe, Emílio Simoni, responsável pelo levantamento.
Os chamados "crimes de engenharia social" também estão crescendo. São golpes nos quais as vítimas são induzidas pelos criminosos, em geral, por contatos telefônicos, a liberar seus dados e, às vezes, entregar os próprios cartões.
Por conta do aumento desses crimes, já foi criada até uma força-tarefa, de maneira sigilosa, pelo Ministério Público e pela Polícia Civil, que tenta mapear a origem desses estelionatários, que, aparentemente, têm ramificações em todo o País e até no exterior.
O combate a essas fraudes, no entanto, é prejudicado pelo fato de poucas pessoas procurarem a polícia para denunciar, diz o delegado José Mariano de Araújo Filho, titular da delegacia de crimes cibernéticos da Polícia Civil de São Paulo. "Os consumidores conseguem reverter parte do prejuízo desses golpes, ou com os varejistas, ou com os agentes do mercado financeiro. E as empresas acabam jogando pano quente nessas histórias, que crescem de forma exponencial."