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Economia

- Publicada em 20 de Setembro de 2018 às 22:30

União Europeia diminui importações de soja do Brasil

Pressão dos Estados Unidos reduz mercado do produto brasileiro

Pressão dos Estados Unidos reduz mercado do produto brasileiro


/APPA - ASSCOM/DIVULGAÇÃO/JC
Pressionada pelas ameaças de Donald Trump, a Europa aumenta suas compras de produtos dos Estados Unidos, e o Brasil perde a posição de maior fornecedor de soja para o mercado europeu. Dados publicados pela Comissão Europeia nesta quinta-feira apontam que a exportação dos EUA de soja já atende 52% do mercado do bloco entre julho e setembro de 2018. No mesmo período de 2017, essa taxa era de apenas 25%.
Pressionada pelas ameaças de Donald Trump, a Europa aumenta suas compras de produtos dos Estados Unidos, e o Brasil perde a posição de maior fornecedor de soja para o mercado europeu. Dados publicados pela Comissão Europeia nesta quinta-feira apontam que a exportação dos EUA de soja já atende 52% do mercado do bloco entre julho e setembro de 2018. No mesmo período de 2017, essa taxa era de apenas 25%.
Em apenas um ano, as importações da soja norte-americana aumentaram em 133% por parte dos europeus. No total, os produtores dos EUA exportaram 1,4 milhão de toneladas no período dos três meses avaliado por Bruxelas.
Com a alta, os norte-americanos deixaram o Brasil com 39% do mercado europeu de soja. Juntos, os dois países praticamente garantem o abastecimento total de soja aos países da União Europeia (UE). O terceiro colocado é o Canadá, com apenas 2,3% do mercado, taxa similar à do Paraguai.
Entre julho e setembro de 2017, o Brasil exportava 1,2 milhão de toneladas, representando 48% de todas as compras europeias. O Paraguai ainda vendia 500 mil toneladas e abarcava 20% do mercado da UE. Em 2018, porém, a taxa de participação do Brasil caiu para 39%, com 1,1 milhão de toneladas vendidas. Já a participação do Paraguai foi cortada em quase 90%.
Os europeus insistem que a opção pela soja dos EUA tem relação com o preço, mais competitivo neste ano que o restante da soja sul-americana. A exportação norte-americana estaria custando € 338 por tonelada, contra € 359 do produto vendido pelo Brasil.
Mas, em um comunicado de imprensa, Bruxelas deixou claro que o movimento atendia a um pacto entre os dois aliados do Atlântico Norte. Em julho, na esperança de fortalecer a relação entre Bruxelas e Washington e evitar uma retaliação da Casa Branca contra os produtos europeus, o presidente da Comissão Europeia, Jean Claude Juncker, e o presidente norte-americano Donald Trump assinaram um compromisso de aumentar o comércio em várias áreas. A soja era um dos setores no alvo dos norte-americanos.
Um mecanismo de acompanhamento foi criado, e, agora, Bruxelas quer mostrar à Casa Branca que está cumprindo sua parte de incrementar a compra de bens norte-americanos. "Estamos comprometidos em cumprir nosso compromisso feito pelo presidente Juncker para aumentar o comércio, em especial sobre a soja", disse o comissário de Agricultura da UE, Phil Hogan. "Isso reflete nossa parceria de longa data no comércio e o potencial de atingir muito mais", apontou.
A pressão norte-americana aos europeus ainda ocorre no mesmo momento em que Mercosul e UE praticamente abandonaram uma vez mais o diálogo sobre a criação de um acordo de livre-comércio. O objetivo do presidente Michel Temer era o de fechar seu governo com a assinatura do entendimento, negociado já durante 18 anos. Mas uma oferta abaixo do esperado pelos europeus impediu que o Mercosul pudesse, na semana passada, aceitar os termos do entendimento.
A UE, hoje, importa 14 milhões de toneladas de soja por ano, principalmente como fonte de proteína para alimentar galinhas, porcos e gado, assim como para a produção de leite.
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