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Economia

- Publicada em 19 de Setembro de 2018 às 18:23

Farsul defende Mercosul pleno e voltado a mercados externos

Vendas para a Ásia são a grande aposta, afirma Gedeão Pereira

Vendas para a Ásia são a grande aposta, afirma Gedeão Pereira


LUIZA PRADO/JC
Guilherme Daroit
Abandonar as brigas internas e mirar em mercados fora do bloco deve ser o objetivo do Mercosul. A opinião é do presidente da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), Gedeão Pereira, que defende ainda um aprofundamento do bloco formado atualmente por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai (a Venezuela está suspensa, e a Bolívia está em processo de adesão).
Abandonar as brigas internas e mirar em mercados fora do bloco deve ser o objetivo do Mercosul. A opinião é do presidente da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), Gedeão Pereira, que defende ainda um aprofundamento do bloco formado atualmente por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai (a Venezuela está suspensa, e a Bolívia está em processo de adesão).
“Única liberdade que temos é que, na fronteira, o nosso carro passa. Defendemos a evolução do Mercosul, e que tenhamos o livre mercado dentro do bloco”, defendeu Pereira, um dos palestrantes do Tá na Mesa, organizado pela Federasul nesta quarta-feira (19). Mesmo ressaltando que pode não ser bom diretamente para a agricultura gaúcha, uma vez que a produção dos países vizinhos conflita com a estadual (baseada em carnes, lácteos e trigo, por exemplo), o presidente da Farsul argumenta que “o Mercosul é uma realidade, independente de governos”, e, por isso, precisa ser abraçado e melhorado.
Entre as bandeiras da entidade para o bloco estão regulamentações comuns entre todas as nações, à semelhança do que é feito na União Europeia. Uma das necessidades, para Pereira, é a uniformização em relação a produtos químicos. Pereira exemplifica que atualmente há moléculas que, embora tenham o uso proibido no Brasil, não possuem o mesmo controle na hora da importação de alimentos produzidos em outros países.
“É preciso agir verdadeiramente como bloco, com visão não para a disputa interna, mas para a busca de outros mercados”, continua Pereira, que vê o aumento na exportação de alimentos para outros países de fora da América do Sul como vital às nações que integram o bloco.
A maior aposta, no momento, é a Ásia, interesse puxado pelo crescimento da China. Em outubro, uma missão do Mercosul ao país e à Malásia tentará abrir mercado para lácteos e frutas. O acordo mais relevante em discussão na região, entretanto, é com a Coréia do Sul. Para o agronegócio, o acerto é visto com bons olhos porque os coreanos são um dos maiores importadores de alimentos do mundo. O segmento defende, inclusive, um acordo de livre comércio, o que, segundo Pereira, não é de interesse da indústria brasileira.
A entidade, por meio da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), tenta forçar negociação interna com todos os setores da produção brasileira, para que se chegue aos negociadores com proposta menos conflituosas entre si. “A Coréia do Sul é mais rápida, eles querem definições logo”, conta Pereira, que acrescenta que a arrastada negociação com a Europa serviu de experiência. “Aconteceu de chegar cada um com uma bandeira, e isso não adianta. A provocação é que sentemos à mesa e se decida onde cada um vai ceder”, defende o presidente da Farsul, que também deposita esperanças no avanço de um acordo comercial do Mercosul com o Canadá.
Onde não há grande esperança é na negociação com a União Europeia, que, para Pereira, após décadas de debate, parece ter chegado em um impasse. “Insistem em colocar as Indicações Geográficas deles aqui, proibindo nomes trazidos para cá ainda pelos imigrantes, especialmente nos lácteos”, aponta Pereira como um dos exemplos. Na carne bovina, a rodada inicial pedia cota de exportação para a Europa de 300 mil toneladas, das quais os europeus afirmaram aceitar apenas 99 mil toneladas. O bloco sul-americano tenta fechar a negociação em 160 mil toneladas, ainda sem sucesso. “É muito difícil a negociação, são dois blocos muito fechados. Não temos grandes expectativas quanto a isso”, afirma Pereira.
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