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Economia

- Publicada em 18 de Setembro de 2018 às 23:57

Fiergs lança cartilha para futuros governos

Petry (c) criticou iniciativas fracassadas como o Plano Brasil Maior

Petry (c) criticou iniciativas fracassadas como o Plano Brasil Maior


/MARCELO G. RIBEIRO/JC
Guilherme Daroit
Composta por cinco eixos - segurança jurídica e simplificação, infraestrutura, estabilidade macroeconômica, inserção externa e empreendedorismo -, foi lançada nesta terça-feira uma cartilha de sugestões da Federação das Indústrias do Estado (Fiergs) para os próximos governos nacional e estadual. A plataforma, focada em temas de base, está sendo entregue aos candidatos ao Piratini que visitam a federação, e será levada à Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Composta por cinco eixos - segurança jurídica e simplificação, infraestrutura, estabilidade macroeconômica, inserção externa e empreendedorismo -, foi lançada nesta terça-feira uma cartilha de sugestões da Federação das Indústrias do Estado (Fiergs) para os próximos governos nacional e estadual. A plataforma, focada em temas de base, está sendo entregue aos candidatos ao Piratini que visitam a federação, e será levada à Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Segundo o presidente da Fiergs, Gilberto Petry, a proposta foi construída em cima de temas menos específicos à indústria porque, sem resolver o que a entidade entende como principais problemas do País, seria impossível elaborar política industrial com sucesso. "O Brasil vive sufocado por uma série de questões estruturais. Nada pode ser construído sobre essas bases", comenta Petry, criticando as "tentativas fracassadas" dos últimos planos, como o Plano Brasil Maior.
A cartilha se fundamenta sobre dois pilares: a industrialização como motor para o desenvolvimento e a participação em mercados globais, defendidos como "fatores comuns entre todos os países que se desenvolveram no pós-guerra" pelo economista-chefe da Fiergs, André Nunes de Nunes. "A centralidade da indústria só se alcança com a melhoria da competitividade sistêmica do País. Não falamos de setores, produtos, mas de melhorias que se estendem a todo mundo", justifica Nunes.
A proposta foi construída por um grupo de trabalho de empresários ligados à Fiergs, apoiados por pesquisa que determinou as principais reclamações do setor. "São tantos desafios que não podemos ter uma receita pronta, não podemos nos dar ao luxo de propor políticas populistas", contextualiza o coordenador do grupo, Carlos Alexandre Geyer.
No quesito da simplificação, por exemplo, a principal reivindicação passa por uma reforma tributária com alíquotas interestaduais únicas e de menor incidência sobre o consumo. "Supertributamos bens e serviços, o que faz com que a nossa economia ande mais vagarosamente do que outras", comenta Nunes. No Estado, a bandeira é a simplificação do ICMS e a promoção de postura orientativa, e não punitiva, da fiscalização.
Quanto à logística, as sugestões são privatizações e concessões, aprimoramento das agências reguladoras, desenvolvimento de todos os modais, e, regionalmente, a melhoria nos acessos ao porto do Rio Grande. "Onde tem indústria forte, tem infraestrutura forte, ou a estão desenvolvendo muito rápido, como China e Índia", comenta Nunes. O atraso do Brasil é apontado pela 108ª posição dentre 137 países no ranking de infraestrutura do relatório de competitividade global do Fórum Econômico Mundial.
O setor público é o foco do eixo que aborda a estabilidade macroeconômica. As preocupações dos industriais são com a dívida pública, que atinge 84% do Produto Interno Bruto (PIB) segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), o déficit da Previdência e juros e spread bancários muito altos. "Não pregamos o Estado mínimo, porque falta Estado em todas as áreas", defende Nunes, argumentando que seria preciso um foco maior por parte do setor público em papéis estratégicos, abandonando o que não for função do poder público.
Por fim, quanto ao setor externo, a defesa da Fiergs é por acordos comerciais com mercados relevantes, a redução do custo de insumos importados sem similar nacional e maior acesso ao crédito para a inovação. Para apoiar o empreendedorismo, a federação também defende o fim do piso regional no Rio Grande do Sul. "O piso sobrevalorizado gera informalidade, deixa os jovens e os menos qualificados fora do mercado. A melhoria da renda só vem com o crescimento da economia", defende o economista-chefe da Fiergs. A íntegra do documento está disponível no site da Fiergs.
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