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Economia

- Publicada em 10 de Setembro de 2018 às 16:37

Fundos de pensão fecham 1º semestre com déficit líquido de R$ 29 bilhões

Impactados pela turbulência nos mercados nos últimos meses, os fundos de pensão encerraram o primeiro semestre com déficit líquido de R$ 29 bilhões, informou nesta segunda-feira a Abrapp, associação que reúne as entidades do setor. O valor é resultado de perdas de R$ 49 bilhões em 83 fundações e de ganhos de R$ 20 bilhões em 141 instituições.
Impactados pela turbulência nos mercados nos últimos meses, os fundos de pensão encerraram o primeiro semestre com déficit líquido de R$ 29 bilhões, informou nesta segunda-feira a Abrapp, associação que reúne as entidades do setor. O valor é resultado de perdas de R$ 49 bilhões em 83 fundações e de ganhos de R$ 20 bilhões em 141 instituições.
Apesar de o déficit líquido ter se reduzido em relação aos R$ 57,9 bilhões do ano passado, o resultado final do setor está no vermelho desde 2014, quando teve início a crise econômica.
O déficit líquido equivale a 5,8% do total de ativos do sistema, que fechou o semestre em R$ 847,5 bilhões. Há um ano, a taxa era maior, de 9,6%. Nos cinco primeiros meses do ano, os fundos renderam 2,68%, praticamente o mesmo que a taxa de referência CDI.
"A volatilidade faz parte dentro de nossa estratégia de longo prazo. Isso é normal no nosso segmento. No 1º trimestre, a renda variável estava entregando retornos expressivos, mas depois houve certa turbulência por questões como cenário internacional e eleições", explicou Luís Ricardo Martins, presidente da Abrapp, em entrevista a jornalistas no congresso da associação, em Florianópolis.
Embora o volume de déficits registrado pelas fundações tenha caído de R$ 77,6 bilhões para R$ 49 bilhões nos últimos 12 meses, o total de superávits não tem conseguido ganhar fôlego: subiu apenas R$ 1,8 bilhão desde o fim de 2016. "O sistema já distribui muitos superávits. Agora, desde 2015 para cá, o cenário econômico e político pesaram. Se o país retomar o crescimento da economia, esse superávit tende a crescer", ponderou Martins.
Para o ano, a Abrapp projeta rentabilidade de 10,14%, considerando que a Bolsa estará aos 80 mil pontos e que os juros continuarão em 6,5%. O projetado está abaixo da meta atuarial do sistema - taxa que precisa ser batida para haver geração de superávit -, que é 10,88%.
Segundo os números da Abrapp, os fundos ainda não têm aumentado a exposição a ativos de maior risco para compensar a rentabilidade menor da renda fixa com a queda dos juros - pelo contrário. A fatia das carteiras em títulos públicos, menos arriscados, cresceu de 17,7% a 18,41% em um ano, enquanto o volume dedicado a ações caiu de 8,7% para 7,3%.
Segundo Martins, a Abrapp enviará no próximo mês aos candidatos à Presidência uma proposta de reforma da Previdência, que está sendo elaborada pelo economista Helio Zylberstajn, da USP. De acordo com o presidente da associação, a proposta prevê que um dos pilares da reforma seja a instituição de uma camada de capitalização, com período de transição.
Martins não deu detalhes sobre a proposta, alegando que ela ainda está sendo elaborada, mas afirmou que a Previdência deverá continuar com um caráter de assistencialismo.
"O problema do caso do Chile foi que a Previdência se tornou completamente privada. Faltou ali um primeiro pilar do Estado provedor da assistência para retirar as pessoas da pobreza. Faltou ali o assistencialismo", disse Martins.
"Acho que demoramos demais para fazer a reforma. Haveria uma reforma paramétrica neste governo que não foi possível à luz dos problemas políticos e econômicos do país. O fato é, com um novo governo e com um novo parlamento e esse trabalho intenso de comunicação, está havendo uma atenção maior. As pessoas estão preocupadas com a possibilidade de o benefício público não suportar a pressão. Vemos, então, uma grande janela de oportunidade para que tenhamos uma mudança estrutural", completou
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