Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Indústria

- Publicada em 22 de Agosto de 2018 às 01:00

Temer critica o protecionismo contra indústria

Michel Temer discursou em congresso que reuniu empresários do setor siderúrgico nacional e estrangeiro

Michel Temer discursou em congresso que reuniu empresários do setor siderúrgico nacional e estrangeiro


/CÉSAR ITIBERÊ/PR/JC
O presidente Michel Temer afirmou que é preciso defender a indústria brasileira, em um evento do Instituto Aço Brasil (IABr) ontem, em São Paulo. "Sei das dificuldades (o setor de siderurgia), sei da preocupação com o protecionismo. O presidente (do IABr, Sergio Leite) tem razão", afirmou Temer.
O presidente Michel Temer afirmou que é preciso defender a indústria brasileira, em um evento do Instituto Aço Brasil (IABr) ontem, em São Paulo. "Sei das dificuldades (o setor de siderurgia), sei da preocupação com o protecionismo. O presidente (do IABr, Sergio Leite) tem razão", afirmou Temer.
Antes de sua fala, executivos do instituto, que representa a indústria siderúrgica do País, ressaltaram o clima hostil de protecionismo global e a necessidade de proteger a indústria nacional. Em outros eventos, a associação tem sido crítica à postura de abertura comercial do atual governo.
"Em todos os momentos em que falo nos organismos internacionais, critico o protecionismo lá fora contra a nossa indústria. Ao contrário, temos é que nos proteger em relação à nossa indústria. Esse tema precisa ser tratado com muita frequência, com o meu apoio e o meu aplauso", completou o presidente.
Temer ainda destacou o papel de seu governo na mediação com a gestão norte-americana de Donald Trump, que impôs tarifas de 25% a importações de aço de diversos países. Inicialmente, o Brasil estaria incluso na lista de países taxados, mas o setor conseguiu um afrouxamento das medidas: hoje, as empresas estão livres da tarifa, mas submetidas a um limite de cotas para exportações aos EUA.
"Conseguimos reduzir o gesto inicial do presidente dos Estados Unidos, que onerava enormemente nossa indústria. Encontramos soluções para as dificuldades do setor siderúrgico", afirmou.
Em sua fala, o presidente ainda destacou uma série de medidas aprovadas durante seu governo, como a lei que impõe um teto nos gastos públicos e a reforma trabalhista.
O IABr espera que seja retirada, ainda neste ano, a suspensão de medidas antidumping contra a importação de aço laminado vindo da China e da Rússia. "Esperamos que prevaleça o bom senso", disse o presidente executivo do instituto, Marco Polo de Mello Lopes. Ele afirmou que a principal reivindicação do setor para o próximo governo é de que a indústria volte a ser priorizada. "Nossa reivindicação é que a indústria passe a ocupar um lugar de importância e prioridade", disse.
No início deste ano, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) anunciou a aprovação das medidas compensatórias, na forma de taxas adicionais por um período de até cinco anos, mas, ao mesmo tempo, suspendeu a aplicação de qualquer punição, por "interesse público".

Siderúrgicas vão questionar a redução do Reintegra no STF

As siderúrgicas brasileiras estão levando à Justiça a redução da alíquota do Reintegra de 2% para 0,1%, medida tomada pelo governo após a greve dos caminhoneiros. O Instituto Aço Brasil (IABr) questionará o Supremo Tribunal Federal (STF), o que deverá ocorrer dentro de 10 dias, destacou o presidente executivo do IABr, Marco Polo de Mello Lopes.
O Reintegra é um benefício fiscal instituído para repor ao exportador os resíduos fiscais da cadeia produtiva absorvidos no preço das mercadorias e bens com destino ao exterior.
O presidente do conselho diretor do IABr, Sergio Leite, disse que outro efeito para o setor depois da greve dos caminhoneiros em maio é o frete. O tabelamento do frete, lembrou, já está no STF, e a expectativa do setor é de que ela seja considerada como inconstitucional. "Esse tabelamento é muito danoso para toda a indústria", afirmou.

Capacidade mundial deve comportar a demanda do aço até 2035

China promete alinhar subsídios às siderúrgicas de acordo com a OMC

China promete alinhar subsídios às siderúrgicas de acordo com a OMC


/WANG ZHAO/AFP/JC
A atual capacidade mundial do aço é capaz de suportar o crescimento da demanda projetada até, no mínimo, 2035, disse, ontem, a diretora de Estudos Econômicos e Estatística da Associação Mundial do Aço (Worldsteel), Nae Hee Han, em apresentação no Congresso Aço Brasil. Hoje, o excesso de capacidade global da indústria siderúrgica é da ordem de 545 milhões de toneladas, cerca de 25% da capacidade total.
Nae disse, ainda, que existe uma divergência entre a demanda de aço e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Para 2019, a projeção da entidade é de que a demanda mundial do aço alcance 1,627 bilhão de toneladas, aumento de 0,7% em relação a este ano. A diretora da entidade diz, também, que houve uma mudança da dinâmica mundial e uma desindustrialização prematura em algumas regiões. A dificuldade a ser enfrentada, assim, é que a indústria precisa se adaptar a um cenário de baixo crescimento do consumo de aço no longo prazo.
O economista-chefe para Asia do BBVA Research, Le Xia, disse que, na China, onde está cerca da metade do excesso de capacidade mundial, as siderúrgicas não são rentáveis e a sobrecapacidade é explicada por estímulos dados ao setor, por exemplo, mas também pela falta de barreira técnica de entrada e excesso de investimentos, levando a um número grande de siderúrgicas operando no país.
Segundo ele, a China tem lançado medidas para reduzir o excesso de capacidade, tendo como pano de fundo, em especial, as restrições relacionadas às políticas ambientais.
Em comunicado divulgado ontem, a China prometeu deixar todos os subsídios federais para siderúrgicas em conformidade com as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), em um momento em que Pequim se prepara para retomar discussões comerciais com os EUA nesta semana.
O Ministério de Comércio chinês proibiu determinados subsídios para exportações e importações que contrariam as normas da OMC e determinou que autoridades relacionadas garantam que todas as políticas comerciais fiquem de acordo com as regras da entidade.
O ministério também proibiu medidas que incentivem a ampliação da capacidade de produção de aço, como parte de esforços para reduzir o excesso de capacidade. O ministério afirmou que irá intensificar a avaliação da eficácia de medidas para apoiar a inovação, a pesquisa e o desenvolvimento na indústria siderúrgica.