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Economia

- Publicada em 12 de Agosto de 2018 às 16:14

Europa: Otimismo diminui com disputas comerciais e incerteza sobre Turquia

Agência Estado
A economia da Europa perdeu fôlego, e parece improvável que se recupere fortemente no restante de um ano que começou com grandes expectativas e, em seguida, registrou uma série de reveses. Com a economia da zona do euro enfrentando restrições de capacidade à medida que o ano de 2017 chegava ao fim, os formuladores de políticas esperavam que as empresas ampliassem investimentos no continente em 2018. Mas, à medida que a confiança diminuiu diante das tensões do comércio global e de outras incertezas - mais recentemente a exposição da Europa a uma crise na Turquia -, a zona do euro corre o risco de ficar presa em um ritmo de baixo crescimento.
A economia da Europa perdeu fôlego, e parece improvável que se recupere fortemente no restante de um ano que começou com grandes expectativas e, em seguida, registrou uma série de reveses. Com a economia da zona do euro enfrentando restrições de capacidade à medida que o ano de 2017 chegava ao fim, os formuladores de políticas esperavam que as empresas ampliassem investimentos no continente em 2018. Mas, à medida que a confiança diminuiu diante das tensões do comércio global e de outras incertezas - mais recentemente a exposição da Europa a uma crise na Turquia -, a zona do euro corre o risco de ficar presa em um ritmo de baixo crescimento.
"O ciclo de crescimento do euro está em uma fase em que ele precisa de mais (investimentos em formação de capital)", disse Shweta Singh, diretora administrativa da consultoria de economia TS Lombard. "É por isso que o impacto das guerras comerciais no sentimento é tão preocupante".
Em janeiro, os fabricantes europeus estavam operando a 84,5% da capacidade, um nível superado em apenas alguns trimestres desde que a pesquisa começou a ser feita, em 1985. Os formuladores de políticas esperavam que isso significasse expansão. Agora, no oitavo mês de 2018, o otimismo parece menos justificado. A zona do euro registrou dois trimestres consecutivos de desaceleração do crescimento e o número de pessoas sem emprego aumentou ligeiramente em junho. As exportações caíram, e os preços mais altos da energia estão compensando uma modesta recuperação dos salários, deixando as famílias com pouco dinheiro para gastar em bens e serviços. Entre março e julho, as 29 instituições monitoradas pelo Consensus Economics reduziram suas previsões de crescimento da zona do euro em 2018 de 2,4% para 2,2%.
Indicadores do desempenho da economia desde junho sugerem que ela não irá recuperar rapidamente o ímpeto perdido. Isso ficou mais evidente no setor manufatureiro. Uma medida de atividade em julho, feita pela IHS Markit com 3 mil empresas, ficou próxima da mínima de 18 meses alcançada no mês anterior. Pedidos de exportação e confiança se enfraqueceram. "As respostas da pesquisa indicam que a desaceleração provavelmente reflete preocupações sobre guerras comerciais, tarifas e aumento de preços, bem como incerteza geral sobre as perspectivas econômicas", disse Chris Williamson, economista chefe de negócios da IHS Markit.
Por enquanto, as tarifas norte-americanas impostas ao alumínio e aço europeus em maio afetam uma pequena fatia da economia. Mas, mesmo antes dessas tarifas, a demanda dos EUA, da China, do Japão e de outras partes da Ásia pelas exportações europeias diminuiu, em parte refletindo a valorização do euro em 2017. Se as exportações para a China aumentaram 20% nos primeiros cinco meses de 2017 em comparação com igual período do ano anterior, elas subiram apenas 2,5% nos primeiros cinco meses deste ano ante 2017.
A desaceleração da zona do euro inicialmente parecia ter ocorrido por fatores temporários, incluindo um clima excepcionalmente frio nos primeiros meses do ano, juntamente com uma série de greves trabalhistas e um surto de influenza. Mas agora a desaceleração parece refletir ventos contrários mais persistentes. Além das preocupações com o impacto sobre a confiança e o investimento de uma disputa comercial iniciada pelos EUA, formuladores de políticas se preocupam com a crescente possibilidade de que a saída do Reino Unido da União Europeia seja turbulenta e se o novo governo de coalizão da Itália vai avançar em planos de cortar impostos e aumentar gastos.
A Turquia é uma nova incerteza. É o quinto maior mercado da União Europeia, destino de quase 100 bilhões de euros (US$ 115,26 bilhões) em exportações de bens e serviços em 2017, incluindo máquinas e equipamentos de transporte, segundo a Comissão Europeia. De acordo com o Banco de Compensações Internacionais, os bancos espanhóis emprestaram US$ 80,9 bilhões, e os franceses, US$ 35,15 bilhões, para bancos sediados na Turquia no primeiro trimestre.
A confiança europeia pode se recuperar se a trégua negociada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, se mantiver e se o governo da Itália concordar com um orçamento menos expansivo ou se a Turquia se estabilizar. Mas o dano já foi feito. "É improvável que as negociações preliminares de comércio entre a UE e os EUA sejam concluídas antes (do quarto trimestre) e elas poderiam facilmente fracassar", disse Oliver Rakau, economista-chefe de Alemanha da Oxford Economics. "O aumento da incerteza já está restringindo o investimento". 
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