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Economia

- Publicada em 06 de Agosto de 2018 às 23:21

Campanha luta contra venda de óculos piratas

Produto é o quinto artigo falsificado mais comercializado na Capital

Produto é o quinto artigo falsificado mais comercializado na Capital


/MARIANA CARLESSO/JC
Adriana Lampert
Intitulada Saúde dos Olhos, a nova campanha do Procon Porto Alegre - desta vez, em parceria com o Sindicato do Comércio Varejista de Material Óptico, Fotográfico e Cinematográfico do Estado (Sindióptica-RS) - quer conscientizar a população para que não adquira óculos sem procedência, evitando prejuízos à saúde dos olhos. "É preciso ter consciência que, ao comprar produtos falsificados, o consumidor financia o crime organizado, a evasão de divisas e crimes financeiros", destacou o secretário de Desenvolvimento Econômico de Porto Alegre, Leandro de Lemos.

Intitulada Saúde dos Olhos, a nova campanha do Procon Porto Alegre - desta vez, em parceria com o Sindicato do Comércio Varejista de Material Óptico, Fotográfico e Cinematográfico do Estado (Sindióptica-RS) - quer conscientizar a população para que não adquira óculos sem procedência, evitando prejuízos à saúde dos olhos. "É preciso ter consciência que, ao comprar produtos falsificados, o consumidor financia o crime organizado, a evasão de divisas e crimes financeiros", destacou o secretário de Desenvolvimento Econômico de Porto Alegre, Leandro de Lemos.

A campanha irá veicular anúncios nas mídias digitais, fixar cartazes em estabelecimentos comerciais e gerar dezenas de busdoors na frota de coletivos da Capital. Em uma primeira etapa, serão adesivados, na parte traseira, 95 ônibus, que circularão em Porto Alegre, de um total de 180 peças programadas para o transporte público. "Um dos princípios do Código de Defesa do Consumidor é, justamente, a defesa da vida e da segurança do consumidor", enfatizou a diretora executiva do Procon Porto Alegre, Sophia Martini Vial. "Nos preocupa a saúde das pessoas que compram óculos falsificados pensando em economizar no preço que irão pagar, mas esquecendo de pesquisar a qualidade desses produtos." Segundo a gestora, a primeira ação ocorrerá no próximo sábado, dia 11, quando uma unidade móvel do órgão levará informações à comunidade, ao passar por algumas ruas da cidade.

De acordo com o presidente do Sindióptica-RS, André Roncatto, os óculos estão no quinto lugar entre os produtos ilegais mais comercializados em Porto Alegre - sendo que 62% das vendas são de óculos de sol. "Sabe-se que o mercado informal, no geral, movimentou mais de R$ 1 trilhão em 2017", observa. "Somente em óculos de sol, calcula-se que foram mais de R$ 100 milhões." O dirigente adverte que não é somente no comércio informal que o consumidor adquire óculos falsos. "Quando o preço é muito baixo, pode ser um indicativo de que o produto é de baixa qualidade, isso vale também para os óculos de grau", aponta Roncatto, ressaltando que o comércio virtual é um ambiente propício para esse erro.

Os slogans da campanha passam por conscientização, educação e repressão: "Não compre gato por lebre", que chama a atenção para os produtos que irão gerar risco à saúde; e "Óculos piratas podem custar os olhos da cara", que aponta para os danos irreversíveis que produtos sem certificação podem causar. Segundo o médico oftalmologista e professor de Medicina da Ulbra, Paulo Ricardo Oliveira, a campanha é importante também para o trabalho dos oftalmologistas. Ele explica que lentes sem certificação não protegem contra os raios ultravioletas nem contra a luz azul, fazendo com que as pupilas fiquem dilatadas, como acontece em um ambiente escuro, potencializando efeitos nocivos da radiação nos olhos e danificando a retina.

De acordo com Oliveira, o uso de óculos falsificados pode levar a outros problemas, como desenvolvimento de pterígio, degeneração macular, catarata precoce, entre outras consequências negativas à visão. "A crescente comercialização de lentes, armações e óculos falsificados já atinge níveis alarmantes. Produtos de má qualidade causam mais danos aos olhos do que não usá-los", destaca Roncatto, frisando que óculos de grau falsos com lentes igualmente irregulares, que apresentam variações de graus e eixos, podem gerar prismas e alterações visuais que levam a lesões, dores de cabeça e náuseas. "Dessa forma, em vez de corrigir a visão, essas lentes prejudicam a saúde visual."

Sophia destaca que a campanha também irá combater a venda casada junto aos médicos, evitando que o consumidor seja "obrigado" a comprar determinadas lentes. "No varejo, sempre é bom buscar saber se a loja tem alvará da vigilância sanitária", completa a gestora do Procon Porto Alegre, comentando que é possível, sim, encontrar produtos falsificados também no comércio formal. O órgão deverá realizar fiscalização e apreensão de produtos irregulares, bem como aplicará multas, que podem variar de R$ 900,00 a R$ 12 milhões, dependendo do tamanho do estabelecimento envolvido.

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