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INDÚSTRIA

- Publicada em 03 de Agosto de 2018 às 01:00

Produção tem alta de 13,1% de maio para junho

Setor automotivo foi destaque no mês ao apresentar avanço de 47,1%

Setor automotivo foi destaque no mês ao apresentar avanço de 47,1%


/CESAR MANSO/AFP/JC
Após despencar quase 11% em maio, a produção industrial brasileira cresceu 13,1% em junho ante o mês anterior, na maior alta da série histórica, iniciada em 2002, informou o IBGE nesta quinta-feira.
Após despencar quase 11% em maio, a produção industrial brasileira cresceu 13,1% em junho ante o mês anterior, na maior alta da série histórica, iniciada em 2002, informou o IBGE nesta quinta-feira.
O crescimento, com ajuste sazonal, recupera em parte os reflexos da paralisação dos caminhoneiros no desempenho de maio, quando o setor teve sua pior queda desde 2008 - o instituto revisou levemente a taxa do mês passado, de 11% para 10,9%.
Na comparação com junho de 2017, o resultado segue positivo: uma alta de 3,5%. Em maio, a queda em relação ao ano passado havia sido de 6,6%, interrompendo uma série de 12 meses consecutivos de taxas positivas.
Mesmo com a recuperação em junho, o resultado acumulado do ano é uma alta de 2,3%, bem abaixo da taxa de 4,5% registrada em abril, antes da paralisação. "A conjuntura continua a mesma, mas houve produção maior para repor o descompasso da greve", disse o economista André Macedo, gerente da pesquisa.
Os resultados, porém, não indicam uma nova tendência para o desempenho do setor de manufatura no Brasil, afirma. "Não se pode deixar levar pelo resultado de junho e achar que entramos numa nova era. Os níveis de confiança ainda estão baixos, e demanda doméstica ainda tem fragilidades, visto que há um enorme contingente de pessoas fora do mercado de trabalho", disse.
A alta registrada entre maio e junho foi percebida em 22 dos 26 ramos pesquisados. Os setores que mais contribuíram para o aumento foram a indústria automotiva (47,1%) e de produtos alimentícios (19,4%) - justamente os mais afetados pela paralisação. O destaque negativo foi o setor de equipamentos de transporte (-10,7%).
A indústria automotiva puxou a categoria de bens de consumo duráveis, que avançou 34,4% em junho ante maio, a expansão mais acentuada no mês.

Atividade recupera perdas no Rio Grande do Sul, mostra pesquisa da Fiergs

O Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS) obteve em junho o maior avanço mensal da série histórica, iniciada em janeiro de 2003. Ao aumentar 11,9% em relação a maio, retirados os efeitos sazonais, superou os patamares anteriores à greve dos caminhoneiros. Porém o resultado, divulgado nesta quinta-feira pela Fiergs, foi influenciado pelo episódio envolvendo os transportadores, ao incorporar a atividade represada do mês anterior ao nível normal de junho.
"Passado o efeito imediato provocado pela paralisação, a tendência é de que a indústria gaúcha retome a trajetória de recuperação no restante do ano. Mas, agora, a intensidade deve ser ainda menor do que a antes", diz o presidente da Fiergs, Gilberto Petry. Ele explicou que a consequência do movimento foi a elevação do preço do frete e dos impostos, impondo mais restrições à recuperação do setor.
Na comparação de junho com maio, quatro dos seis indicadores que compõem o IDI-RS registraram expansão, com taxas históricas para o faturamento real (33,8%) e as compras industriais (28,2%), respectivamente, a maior e a segunda maior desde 2003. Já as horas trabalhadas na produção (1,2%) e a utilização da capacidade instalada, UCI (1,7 ponto percentual), que foi de 80,5% em junho, cresceram menos. O emprego ficou estável (0,1%), enquanto a massa salarial real caiu 1,1%.
Na análise dos resultados anuais, o IDI-RS cresceu 4,6% em junho ante o mesmo mês de 2017, abaixo da perda de 6,7% em maio. A consequência foi uma forte desaceleração na expansão acumulada anual de 3,5%, até abril, para 1,9% ao fim do primeiro semestre de 2018, a primeira taxa positiva desde 2013 (4,5%) para o período.
Apesar do crescimento agregado verificado no primeiro semestre de 2018, 10 dos 17 setores pesquisados apontaram queda na atividade industrial. Foram destaque veículos automotores (14,7%), alimentos (1,3%), produtos de metal (3,7%), metalurgia (11,9%) e tabaco (2,6%). Já os setores que mais pressionaram negativamente foram os de químicos e refino de petróleo (-1,3%), máquinas e equipamentos (-0,7%), e couros e calçados (-0,5%).