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Economia

- Publicada em 25 de Julho de 2018 às 23:02

Mutirão oportuniza a renegociação de dívidas

Atraída pela oferta de crédito, Ivanda desconfiou de juros abusivos

Atraída pela oferta de crédito, Ivanda desconfiou de juros abusivos


/MARCELO G. RIBEIRO/JC
Adriana Lampert
Centenas de gaúchos foram ontem em busca de uma oportunidade para renegociar contas atrasadas no 3º Mutirão de Renegociação de Dívidas, iniciativa do Procon Porto Alegre, em parceria com a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs). Cinco instituições financeiras - Itaú, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Santander e Agiplan - estiveram presentes no mutirão, que contou com o apoio de 10 alunos da Escola de Direito e de Finanças e do Grupo de Estudos Superendividamento da Pucrs.
Centenas de gaúchos foram ontem em busca de uma oportunidade para renegociar contas atrasadas no 3º Mutirão de Renegociação de Dívidas, iniciativa do Procon Porto Alegre, em parceria com a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs). Cinco instituições financeiras - Itaú, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Santander e Agiplan - estiveram presentes no mutirão, que contou com o apoio de 10 alunos da Escola de Direito e de Finanças e do Grupo de Estudos Superendividamento da Pucrs.
A chance de renegociar vem em boa hora, já que o índice de endividamento dos gaúchos está em 67,8%, segundo pesquisa de junho da Fecomércio-RS. De acordo com o levantamento divulgado neste mês, o cartão de crédito permanece líder quando o assunto é o maior peso na formação do endividamento dos gaúchos (85,1%), seguido por crédito pessoal (14,6%), carnês (12,3%) e cheque especial (10,1%).
Nem todas conseguiram renegociar as dívidas ontem, mas, para alguns consumidores, a consultoria serviu para esclarecer dúvidas a respeito das taxas de juros aplicadas. Em casos nos quais a dívida envolvia outros bancos, o atendimento foi feito pela plataforma consumidor.gov.br, disponível para procedimento de renegociação de dívidas durante todo o ano. "Muitas pessoas buscaram ajuda também para dívidas com o varejo", observa a diretora executiva do Procon Porto Alegre, Sophia Martini Vial.
Esse foi o caso da diarista Mari Vidal da Luz, 42 anos, que esteve na Pucrs em busca de informação. "Tenho uma dívida com uma loja, que, em pouco mais de um mês de atraso do pagamento, dobrou de valor", comenta. Sophia explica que, nesses casos, a ajuda foi realizada através do portal de renegociação. "No mais, cada instituição bancária presente teve um tipo de procedimento. "Por isso, alguns consumidores saíram com o problema já resolvido, outros precisaram encaminhar mais dados para os bancos - isso aconteceu em casos nos quais há bens alienados ou questões jurídicas mais complexas em questão."
"Não estava conseguindo pagar a parcela, porque estava muito alta (R$ 1.110,00) e ainda faltava quase um ano para quitar a dívida", explica a advogada Patrícia Oliveira dos Passos, 39 anos. Ela foi em busca de renegociação para uma dívida de R$ 11 mil junto ao cartão Construcard, da Caixa Econômica Federal, mais
R$ 6 mil da conta-corrente. "Pedi um prazo maior, e consegui, com uma taxa de juros (1,68%) mais acessível, em comparação à da contratação, que ocorreu em 2014 - no entanto, dobrou o número de parcelas (agora, em R$ 870,00 mensais)", resume. Devendo cerca de R$ 5 mil para o cartão de crédito, o motorista Edson Castilho, 54 anos, esteve no mutirão de negociação para alongar o prazo e quitar a dívida. "Da forma como estão me cobrando, não tenho condições de encaixar a prestação no meu orçamento", explica.
De acordo com a diretora do Procon, os casos mais recorrentes são os de crédito pessoal (empréstimos) e dívidas com o cartão de crédito. Mas cada caso foi avaliado individualmente. "Alguns bancos deram descontos nos juros, outros, nas multas, e outros ainda alongaram prazos de pagamento", destaca Sophia. Segundo ela, casos de juros abusivos realmente acontecem, mas também há muita falta de informação por parte dos consumidores. "Contrair dívida para comprar um eletrodoméstico ou um carro não é essencial, e as pessoas precisam prestar atenção nos juros que irão ser aplicados", orienta.
A aposentada Ivanda Ferreira Martins, 64 anos, conta que foi ao mutirão justamente por acreditar que seu empréstimo envolve juros abusivos. "Me ligaram oferecendo crédito e me passaram informações incompletas. Como precisava, por estar enfrentando problemas de saúde, acabou que, de R$ 730,00, estou devendo R$ 4 mil."
De acordo com a professora da Escola de Direito da Pucrs Flávia do Canto, os dois primeiros mutirões atraíram uma média de 300 pessoas por edição. "A ideia de incluir os alunos no evento foi também para passar orientação jurídica e financeira às pessoas, pois muitos consumidores não têm conhecimento das taxas de juros sobre os diversos tipos de crédito, incluindo o cheque especial." Em novembro, está prevista uma quarta edição do evento.
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