A produção industrial voltou a crescer em junho e o setor reverteu boa parte das perdas registradas em maio em decorrência da paralisação dos caminhoneiros. As informações são da Sondagem Industrial de junho, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
De acordo com o estudo, o índice de evolução da produção chegou a 50,8 pontos em junho, superior aos 41,6 pontos registrados em maio e pouco acima da linha divisória dos 50 pontos do estudo que separa a queda do aumento da atividade.
A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) também subiu em junho e ficou em 66%, três pontos percentuais acima do dado de maio, voltando ao nível de abril, antes da paralisação.
Outro dado positivo destacado no levantamento é o índice de estoques efetivos em relação ao planejado, que caiu de 53,3 pontos em maio para 50,4 pontos em junho, um indicativo de que a indústria conseguiu ajustar os estoques que se acumularam com a greve dos caminhoneiros.
Mesmo com a recuperação pós-paralisação, o índice de evolução do número de empregados se mantém em baixa, ficando em 48,1 pontos em junho, ainda menor que o de maio, de 48,3 pontos. Os indicadores da pesquisa variam de zero a 100 pontos e, quando estão abaixo de 50 pontos, mostram queda na produção e no emprego.
A Sondagem Industrial de junho mostra uma melhora no otimismo do empresário. "As expectativas também melhoraram. Há mais otimismo com relação à demanda futura, compras de matérias-primas e exportações e o empresário não espera queda do emprego industrial nos próximos meses", cita o estudo. Mesmo assim, "a intenção de investir continuou em queda" e "as condições financeiras também pioraram, com aumento da insatisfação com a lucratividade", acrescenta.
O índice de intenção de investimento na indústria caiu para 49,4 pontos. É a quinta queda consecutiva do indicador, que está 4,2 pontos abaixo do registrado em fevereiro. "A baixa disposição para investir reflete a queda da confiança dos empresários no desempenho futuro da economia. Há muitas incertezas sobre as eleições e, principalmente, sobre os impactos da tabela do frete e do subsídio ao diesel nos custos da empresa e nas contas do governo", avalia.