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Comércio exterior

- Publicada em 25 de Julho de 2018 às 01:00

'Saem os 'primeiros tiros' da guerra comercial, diz OMC

Azevêdo alertou para risco a longo prazo de impostos sobre importação

Azevêdo alertou para risco a longo prazo de impostos sobre importação


/FABRICE COFFRINI /AFP/JC
O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo falou nessa quarta-feira sobre o aumento da tensão e das preocupações relacionadas à guerra comercial, que ameaça o comércio global. O brasileiro disse que "agora é a hora" para se falar sobre as questões comerciais.
O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo falou nessa quarta-feira sobre o aumento da tensão e das preocupações relacionadas à guerra comercial, que ameaça o comércio global. O brasileiro disse que "agora é a hora" para se falar sobre as questões comerciais.
"Quer você chame ou não uma guerra comercial, certamente os primeiros tiros foram disparados", afirmou o brasileiro durante a reunião dos membros OMC. Sem citar os Estados Unidos, que vêm aumentando as taxas de importação, Azevêdo disse em comunicado que a escalada representaria uma séria ameaça aos empregos, ao crescimento e à recuperação em todos os países.
Em comunicado, o diretor-geral alertou sobre o risco a longo prazo dos impostos sobre importação. "Há também um impacto sistêmico em potencial, que representa uma ameaça maior a longo prazo, especialmente se os países começarem a aceitar essa dinâmica tit-for-tat (retaliação equivalente) como algo normal."
O governo chinês impôs novas taxas às importações norte-americanas logo depois que as taxações do governo de Donald Trump passaram a valer. Países europeus, o México e o Canadá também estudam sobretaxar produtos importados dos EUA - também como resposta às medidas protecionistas de Trump relacionadas ao aço e ao alumínio.
Segundo Azevêdo, a situação exige uma resposta urgente da OMC. De acordo com o comunicado, o diretor-geral tem encontrado com líderes e ministros dos países-membros da organização em busca de soluções.
"O comércio afeta todas as nossas vidas. Por isso, peço a todos que acreditam no comércio como uma força do bem para falar. Agora é a hora", afirma em comunicado. Azevedo disse que tem visto progresso e um aumento no engajamento dos países às pautas da OMC. Para ele, mais países focados na organização podem ajudar a encontrar uma solução.

Aliança do Pacífico e Mercosul lançam declaração que prevê a redução de burocracias

Presidentes da Aliança do Pacífico e do Mercosul assinaram ontem uma declaração conjunta para estreitar a integração comercial na América Latina. Apesar de a negociação prever um horizonte de conversas sobre acordo de livre comércio entre os dois blocos, o documento tem foco em questões não tarifárias.
A declaração conjunta e um plano de ação atualizado visam a redução de burocracia e facilitação de comércio, fortes demandas do setor privado. O avanço na agenda comercial comum entre os grupos esbarra no México, anfitrião do evento, que tem atenções voltadas à negociação de um novo Tratado de Livre-Comércio da América do Norte (Nafta) com os Estados Unidos.
A agenda de comércio externo com os parceiros da América do Sul poderá ser usada como estratégia para o México, que busca novos parceiros caso as negociações com os Estados Unidos emperrem.
Em conversa bilateral com o Brasil, no entanto, o presidente do México, Enrique Peña Nieto, deu os sinais de que o acordo com os americanos e canadenses é a prioridade neste momento.
A aproximação dos dois blocos não é nova, mas a reunião em Puerto Vallarta, no México, foi o primeiro encontro de presidentes dos dois grupos e é considerado um sinal dos países da América Latina de contraponto ao protecionismo do presidente americano, Donald Trump.
O plano de ação existente entre os dois será ampliado também para setores como mobilidade acadêmica, turismo e cultura.
Enquanto Peña Nieto conversa com a América Latina na cidade litorânea de Puerto Vallarta, o futuro presidente do México fez acenos ao norte-americano Donald Trump.
Em entrevista ao jornal local El Universal, o futuro chanceler do novo governo mexicano, Marcelo Ebrard, considerou positiva a resposta inicial de Trump à carta enviada pelo presidente eleito Andrés Manuel López Obrador na última semana. "Estamos com um otimismo razoável sobre o Nafta", disse Ebrard.
Em uma carta de tom conciliatório ao presidente dos Estados Unidos, o presidente eleito do México, Andrés Manuel López Obrador, disse estar pronto para iniciar uma nova etapa nas relações os EUA e o México, com o objetivo de buscar um "caminho comum" em temas de conflito, como comércio, migração, desenvolvimento econômico e segurança.
"Está tudo pronto para começar um novo estágio na relação de nossas sociedades com base na cooperação e prosperidade", disse López Obrador na carta, que foi inicialmente revelada pelo The Wall Street Journal.
O documento foi entregue a uma delegação de autoridades do governo norte-americano que visitou a Cidade do México, em 13 de julho, e se reuniu com o presidente eleito.
Em negociação bilateral, o Brasil busca chegar mais próximo de um acordo de livre comércio com o México. Atualmente, o México é a única lacuna na relação comercial com países da Aliança do Pacífico, já que se considera que há acordos de livre comércio com Chile, Peru e Colômbia, mas não com os mexicanos.
Na segunda-feira após conversa com Peña Nieto, Temer afirmou que a negociação do Nafta não prejudica as conversas com o Brasil. Mas ouviu, do presidente mexicano, que o diálogo precisa esperar agosto, quando se espera um avanço no diálogo com os Estados Unidos.
A Temer, Peña Nieto disse que a transição de governo com o novo presidente tem sido suave. As equipes de Obrador e de Peña Nieto têm trabalhado de forma conjunta na negociação com os americanos. O embaixador do Brasil no México, Maurício Lyrio, irá se encontrar com Ebrard em Puerto Vallarta.
O Brasil tenta expandir, especialmente, os mercados agrícola, têxtil e de calçados no México. Ao atual presidente mexicano, Temer pediu especificamente o aumento da cota para exportação de frango, atualmente de 300 mil toneladas até o fim de 2019.
A previsão é de que o País alcance esse volume, contudo, no final de 2018, por isso o interesse em expandir a cota. O frango é hoje o quarto produto mais exportado do Brasil ao México, perdendo para os produtos ligados ao setor automotivo e automóveis. Em 2017, o comércio entre os dois países chegou à casa de US$ 8,5 bilhões.