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A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, que participou da reunião ministerial do G-20 em Buenos Aires, alertou novamente para os "crescentes riscos" para a economia mundial gerados pelo aumento das tensões comerciais. A dirigente disse ter estimulado os ministros presentes no encontro a resolverem os conflitos comerciais por meio da cooperação internacional, sem recorrer a medidas excepcionais.
O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da economia mundial segue "forte", segundo Lagarde, mas vem se dando de forma desigual. "A economia mundial enfrenta crescentes riscos, especialmente de curto prazo, pelo aumento das tensões comerciais, das pressões financeiras nas economias emergentes vulneráveis e pelo retorno do risco soberano em partes da zona do euro", afirmou a dirigente.
Lagarde disse que orientou os governos a abordar esses riscos "de forma decisiva e com espírito de cooperação", de maneira a garantir que o período atual de crescimento perdure. "Isto é especialmente crucial quando se trata de manter o sistema de comércio internacional aberto."
A recomendação do FMI é que em resposta à maior volatilidade financeira, as taxas de câmbio devem seguir flexíveis, com papel para amortecer choques nos países emergentes. Além disso, os governos devem lançar mão de políticas prudenciais para lidar com as vulnerabilidades financeiras. Para os países com alto déficit em conta-corrente, a recomendação é evitar políticas fiscais expansionistas, de forma a ajudar a colocar a dívida pública em caminho decrescente.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) alerta que um acirramento da guerra comercial pode prejudicar de forma importante a atividade econômica de todo o planeta e, no cenário mais negativo, reduzir o Produto Interno Bruto (PIB) em US$ 430 bilhões em 2020, o equivalente a uma retração de 0,5% da expansão do PIB em relação ao cenário-base esperado para aquele ano.
Na América Latina, esse impacto poderia no pico tirar 0,6% da expansão do PIB da região, de acordo com relatório divulgado na reunião do G-20, o grupo dos países mais ricos do mundo, em Buenos Aires. No estudo de recomendações de políticas econômicas, o FMI dedicou um anexo para traçar quatro cenários e estimar os efeitos de uma guerra comercial.
Em um deles, se todos os aumentos de tarifas prometidos pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, entrarem em vigor, o PIB mundial teria redução de 0,1% em 2020 em relação ao cenário-base traçado para aquele ano. Caso a guerra comercial provoque uma crise de confiança dos agentes, essa queda poderia se ampliar para 0,5%.
A diretora-gerente do Fundo, Christine Lagarde, alertou para os impactos significativos da guerra comercial. "Tensões comerciais já estão deixando uma marca, mas a extensão do estrago vai depender do que os governos farão em seguida", escreveu ela em seu blog, citando que indicadores recentes sinalizam queda das exportações na Ásia e Europa e piora dos níveis de confiança em alguns países exportadores de carros, como a Alemanha. O estudo do FMI mostra que os EUA seriam uma das economias mais afetadas do planeta por uma guerra comercial, justamente por ser a maior do mundo. A estimativa é que a expansão do PIB dos EUA poderia ser 0,6% menor do que o cenário-base em 2019 e 0,3% em 2020.