Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Economia

- Publicada em 21 de Julho de 2018 às 17:22

Com sobra de R$ 14 bilhões, governo só pode usar parte dos recursos

'Riscos fiscais para este ano são muito baixos', diz secretária executiva da Fazenda

'Riscos fiscais para este ano são muito baixos', diz secretária executiva da Fazenda


WILSON DIAS/ABR/JC
Agência Estado
O bom desempenho fiscal de estados e municípios e das estatais neste ano já faz a equipe econômica acreditar em resultado fiscal R$ 14 bilhões melhor do que o rombo de R$ 161,3 bilhões permitido ao governo federal, estados e municípios. Isso significa que, caso o cenário da equipe econômica se confirme, as despesas devem superar as receitas em R$ 147,3 bilhões. Os R$ 14 bilhões de folga são abatidos da dívida do setor público.
O bom desempenho fiscal de estados e municípios e das estatais neste ano já faz a equipe econômica acreditar em resultado fiscal R$ 14 bilhões melhor do que o rombo de R$ 161,3 bilhões permitido ao governo federal, estados e municípios. Isso significa que, caso o cenário da equipe econômica se confirme, as despesas devem superar as receitas em R$ 147,3 bilhões. Os R$ 14 bilhões de folga são abatidos da dívida do setor público.
"Os riscos fiscais para este ano são muito baixos", disse a secretária executiva do Ministério da Fazenda, Ana Paula Vescovi, ao divulgar ontem o boletim de avaliação de receitas e despesas do terceiro bimestre. Segundo ela, a meta de Estados e municípios em 2018 é de superávit de R$ 1,2 bilhão, mas os governos devem ter saldo positivo de R$ 10 bilhões. A meta fiscal das estatais é de déficit de R$ 3,5 bilhões, mas os cálculos da equipe econômica apontam para saldo negativo de R$ 164 milhões no ano.
O Governo Central - que engloba Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência - tem meta de déficit de R$ 159 bilhões neste ano, mas o relatório apontou para folga de R$ 1,8 bilhão. Mesmo assim, apenas R$ 666,6 milhões desse total poderão ser liberados para o governo para o pagamento de ministérios e órgãos públicos.
Isso porque, além da regra do resultado primário - que não inclui o que será desembolsado para pagar juros da dívida pública -, o governo segue a regra do teto de gastos, que proíbe que as despesas subam acima da inflação. Essa norma impede que o governo use os outros R$ 1,1 bilhão a não ser para fazer um resultado fiscal melhor ou para despesas que não estão sujeitas à regra do teto de gastos, como a capitalização de estatais.
Segundo o ministro do Planejamento, Esteves Colnago, o governo decidirá até o fim do mês onde irá alocar o dinheiro. "Existe uma demanda grande por recursos, maior que esse espaço disponível. Vamos decidir até o dia 30." Ele admitiu que a Caixa é candidata a receber recursos, mas disse que "pode ser" que o banco não receba valores neste primeiro momento.
Ontem o Estado antecipou que o banco estatal receberá capitalização de R$ 2 bilhões do Tesouro para reforçar o capital como exigência para o cumprimento de regras de solvência internacionais.
Para recalcular as receitas e despesas do Orçamento, a equipe econômica revisou as projeções para o desempenho da economia. A estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2018 caiu de 2,5% para 1,6%. Para 2019, a projeção passou de 3,3% para 2,5%.
"Houve queda de 0,2 ponto porcentual na projeção do PIB 2018 em função da greve dos caminhoneiros. O resto da queda é explicado pelo aperto de condições financeiras - metade por fatores internacionais e metade por fatores domésticos", explicou o secretário de política econômica do Ministério da Fazenda, Fábio Kanczuk. "A incerteza interna diz respeito a questões eleitorais e fiscais."
Ainda assim, a alta das projeções de inflação levou ao aumento nas estimativas de arrecadação. Kanczuk destacou a alta na projeção do preço médio do barril de petróleo - de US$ 68,3 para US$ 74,7. Os recursos dos royalties de petróleo são compartilhados pela União com os entes da federação e ajudarão na folga fiscal. De acordo com o boletim, o governo federal passou a contar com a injeção de R$ 7,4 bilhões em royalties de petróleo neste ano, o que contribuirá para a folga fiscal.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO