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Varejo

- Publicada em 20 de Julho de 2018 às 19:40

Justiça concede liminar suspendendo o fechamento do Hipo Fábricas

O prédio permanecerá fechado para o consumidores, mas com acesso livre para expositores

O prédio permanecerá fechado para o consumidores, mas com acesso livre para expositores


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Uma ordem judicial determinou nesta sexta-feira (20) a reabertura do Hipo Fábricas, centro comercial que fica na esquina da rua Doutor Flores com a avenida Voluntários da Pátria, em Porto Alegre. A liminar foi expedida pelo juíza Jane Maria Köhler Vidal, da 3º Vara Cível do Foro Central. O estabelecimento foi fechado há dois dias, quando encerrou o prazo dado pelo grupo Maisonnave aos comerciantes para desocupação do prédio.
Uma ordem judicial determinou nesta sexta-feira (20) a reabertura do Hipo Fábricas, centro comercial que fica na esquina da rua Doutor Flores com a avenida Voluntários da Pátria, em Porto Alegre. A liminar foi expedida pelo juíza Jane Maria Köhler Vidal, da 3º Vara Cível do Foro Central. O estabelecimento foi fechado há dois dias, quando encerrou o prazo dado pelo grupo Maisonnave aos comerciantes para desocupação do prédio.
A decisão atende a um pedido de reabertura do local feito pela empresa Heckmann e D'Avila. A juíza entendeu que o prazo de 30 dias para encerramento das atividades do lojistas é muito curto. Além disso – compreendendo que o contrato dos comerciantes caracteriza-se como de locação e não de comodato –, a juíza determinou para que os comerciantes exerçam sua atividades até o fim do contrato, no dia 20 de setembro deste ano.
O advogado Carlos Santana, que defende os comerciantes, explicou que quando a ação foi aberta, ela englobava todos os pedidos. Porém a 7ª Vara Cível entendeu que não seria necessário, tendo em vista que todos receberiam o mesmo resultado, e decidiu separá-los. Como já estavam pedindo medida de urgência para o processo tramitar mais rápido, os advogados optaram por não recorrer a decisão.
Nesta sexta, uma nova confusão ocorreu em frente ao estabelecimento. O oficial de justiça, que levava a liminar expedida, se deparou com as portas fechadas e sem nenhum representante da empresa. Os seguranças que estavam no local se negaram a receber a ordem judicial.
Como consequência, no inicio da noite, uma nova liminar foi expedida. Nela, a juíza ordena que o prédio seja aberto ao público geral e que seja garantida a permanência da segurança. Caso a ordem seja descumprida, o Hipo terá que pagar R$ 1 mil de multa por dia que o estabelecimento permanecer fechado. 
No dia do fechamento, orientados pelos advogados, os comerciantes registraram ocorrência contra os diretores do Hipo Fábricas. Santana entende que o fechamento do prédio foi ilegal por não ter uma decisão judicial. Para ele “o documento apresentado não tem o valor de uma ordem judicial”. O caminho, de acordo com o advogado, mais correto a percorrer seria uma notificação e, caso não houvesse a liberação do prédio, a defesa da empresa entrasse com o pedido judicial para retirada dos expositores.
O advogado da Hipo Fábricas, Henrique Burns, diz que a empresa continuará defendendo a decisão de fechamento da loja e irá conceder o acesso dos expositores da empresa Heckmann e D'Avila ao estabelecimento. 

Mudanças no contrato

O pedido da defesa dos comerciantes, além da garantia dos direitos de locatários, é para que os contratos sejam refeitos, para que assim os expositores possam permanecer por tento indeterminado no prédio. Hoje, muitos dos contratos estão vencidos, porém, de acordo com Santana, “o Hipo Fabricas se negou a renovar contratos já expirados”.
A renovação do contrato, entre outros motivos, deverá ocorrer porque a administração teria "agido de má fé", afirma Santana. O advogado explicou que alguns comerciantes chegaram a locar meio andar e nesse contrato foi estipulado uma data de 30 dias. Depois do prazo, teriam buscado a renovação, porém, como internamente já estava definido que seria fechado o prédio, a renovação foi negada.
A defesa do Hipo rebate os argumentos. Burns afirma que "a empresa não agiu de má fé, o que acontece é que havia um grande numero de inadimplentes e não havia mais condição de seguir com o prédio em funcionamento".  
Neste novo acordo, os advogados dos comerciantes exigem, caso o Hipo queira que os comerciantes esvaziem o prédio para que eles possam vendê-lo ou alugá-lo para outra empresa, uma indenização a todos os 26 lojistas. 
O advogado do grupo Maisonnave diz que a indenização não se aplica, porque a relação entre as partes não se encaixa na lei de contrato locatício.