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Lojistas protestam contra o fechamento do Hipo Fábricas
Centro comercial funciona há mais de duas décadas no centro de Porto Alegre e tem 38 lojas ocupadas
MARCELO G. RIBEIRO/JC
Paulo Egídio
Como anunciado pelos proprietários, o centro comercial Hipo Fábricas, que funciona há mais de duas décadas no Centro de Porto Alegre, fechou as portas nesta quinta-feira (19). Cerca de 20 lojistas que trabalhavam no local se concentraram em frente ao prédio de seis andares durante a manhã para reivindicar a reabertura.
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Como anunciado pelos proprietários, o centro comercial Hipo Fábricas, que funciona há mais de duas décadas no Centro de Porto Alegre, fechou as portas nesta quinta-feira (19). Cerca de 20 lojistas que trabalhavam no local se concentraram em frente ao prédio de seis andares durante a manhã para reivindicar a reabertura.
A Hipo Fábricas funciona como um pequeno shopping na esquina da rua Doutor Flores com a avenida Voluntários da Pátria, em uma das regiões mais movimentadas da Capital. Dos 70 espaços de locação, 38 estavam ocupados. Desde que foram avisados que teriam de deixar o empreendimento, em 18 de junho, os locatários tentaram um acordo para permanecer por mais 90 dias, para organizar as transferências, mas o prazo não foi aceito pelos proprietários.
> VÍDEOS JC: Lojistas querem ficar no local
Sem acerto com os advogados da família Maisonnave, proprietária do imóvel, os comerciantes tentam manter o funcionamento do centro comercial através de uma ação na Justiça. O objetivo é discutir a modalidade do contrato com os lojistas, que hoje é de comodato. “Estamos provando que há uma locação comercial e pedindo os direitos advindos disso, como o lucro cessante pelos dias em que permanecer fechado, fundo de comércio e a reparação por perdas e danos”, explica Carlos Santana, do escritório Borba & Borba Advogados, que representa os comerciantes.
Segundo ele, a empresa não apresentou um motivo justo para o fechamento do imóvel. “Em caso de locação para fins comerciais, a venda não seria um motivo justo, porque a preferência de compra é direito de quem já ocupa o imóvel”, explica Santana. Na quarta-feira (18), representantes do Hipo chegaram a tentar um novo acordo, oferecendo um prazo de 15 dias para a desocupação do empreendimento, o que não foi aceito pelos lojistas.
Durante a mobilização desta manhã, uma das mais indignadas era a promotora de eventos Janice Vieira, que atua há 19 anos no local e trabalha com o aluguel de roupas para festas e eventos. “Tenho com bastante roupas alugadas para eventos neste final de semana e estou sem acesso para poder pegá-las”, reclamou. “Prejudica muito, porque as pessoas locam com antecedência. E isso deixa muita gente insegura”, salienta a empreendedora.
Janice Vieira reclamou que não conseguia acessar o prédio nesta manhã
Outra que protestava era a comerciante Salete dos Santos Morais, que há 23 anos comanda uma loja de moda feminina com duas unidades no Hipo. “Desde o último mês, não conseguia mudar a vitrine e minhas vendas caíram cerca de 60%. Também não temos mais serviços de limpeza há três dias”, conta Salete. “De nossos seis funcionários, a maioria tem crianças pequenas e as famílias dependem daqui”, completa a Salete.
O advogado Henrique Burns, que representa o Hipo Fábricas, afirma que o acesso dos empreendedores para a retirada dos produtos está sendo permitido, mas que a reabertura é “inviável”, já que o imóvel será entregue aos proprietários. “Não há nenhuma proposta para a reabertura por mais tempo, até porque muitos expositores estão inadimplentes com operações”, diz Burns.
Ele também afasta a ideia de que o sistema de contrato possa ser visto como locação comercial. “A Hipo não reconhece isso. É uma posição jurídica (dos defensores dos lojistas) que a gente compreende”, resume.