Os custos da indústria subiram 2,4% no primeiro trimestre do ano em relação aos últimos três meses de 2017, desconsiderando os efeitos sazonais. Esse é o maior crescimento desde o quarto trimestre de 2015. Os dados constam do Indicador de Custos Industriais, divulgado nesta quinta-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A alta do índice foi determinada pelo aumento de 3,5% do custo tributário e de 3,2% do custo com produtos intermediários. Em relação ao primeiro trimestre de 2017, os desembolsos com tributos subiram 8,4%. A alta representa a retomada do pagamento de tributos pelas companhias. "Muitas empresas estão pagando os impostos atrasados e há também o efeito do programa de refinanciamento das dívidas tributárias", diz o gerente executivo de Pesquisas e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca.
Os custos do setor só não foram maiores no período porque houve queda em outros dois componentes: o custo com capital de giro, que recuou 3,1%, e o custo com pessoal, com redução de 0,2%. "A trajetória decrescente do custo com capital de giro se iniciou no segundo trimestre de 2016", cita o documento. São oito trimestres consecutivos de queda do indicador, cuja redução, segundo a CNI, é resultado dos sucessivos cortes na taxa básica de juros.
Sobre o custo dos bens intermediários, o estudo mostra que, na comparação com o primeiro trimestre de 2017, a alta foi de 5,8%. Nesse período, os bens intermediários nacionais subiram 5,1% e os importados, 9,7%.
Já o índice de custo com energia aumentou 2,4% no primeiro trimestre em relação ao quarto trimestre de 2017. Se comparada com o primeiro trimestre de 2017, a alta nesse item foi de 7,1%.
A indústria não conseguiu repassar o aumento dos custos para os preços, o que fez a lucratividade do setor diminuir. Enquanto os custos subiram 2,4%, o Índice de Preços de Manufaturados Domésticos (IPA-Indústria de Transformação) subiu 1,6% no primeiro trimestre.