A crise econômica no Brasil bem como o parcelamento dos salários do funcionalismo público no Estado afetam o desempenho diretamente dos negócios das empresas que atuam no ramo do vestuário no Rio Grande do Sul. Apesar do cenário atual, a maioria dos varejistas consultados na Sondagem de Segmentos realizada pela Fecomércio-RS permanece otimista. O levantamento, realizado com diversos segmentos da economia gaúcha, ouviu nesta edição os responsáveis por 385 estabelecimentos do varejo do vestuário do Estado optantes pelo Simples Nacional.
A sondagem divulgada ontem mostra que a crise econômica foi o maior empecilho para a expansão das vendas nos últimos meses, citada por 67,3% dos respondentes, seguida por carga tributária (50,4%) e concorrência (19,5%). O parcelamento dos salários dos servidores é percebido como prejudicial ao desempenho das vendas para 76,9% dos estabelecimentos.
A sondagem do setor do vestuário, realizada entre 11 e 21 de junho, apurou que mesmo diante das dificuldades, a maioria dos estabelecimentos manteve o mesmo número de funcionários - realidade em 74,3% das empresas. Revelou ainda que os empresários mantêm o otimismo em relação ao cenário futuro: 60,3% dos consultados esperam que as vendas melhorem um pouco nos próximos seis meses e 15,6% espera que melhorem muito.
Um dos diferenciais do ramo do vestuário em relação a outros segmentos é a maciça presença das empresas nas redes sociais. A sondagem revelou que 79,2% utilizam as plataformas para promover vendas e se relacionar com os clientes. Do total pesquisado, 71,7% mantêm perfis no Facebook/Instagram/Twitter e 10,1% possuem sites. Outro dado relevante é que 55,8% dos estabelecimentos têm cadastro com o histórico de compras do cliente - 100% das empresas que fazem uso do cadastro promovem venda ativa e desenvolvem experiência de atendimento personalizada.
Para avaliar o nível de desenvolvimento de gestão empresarial nas empresas pesquisadas, a sondagem faz algumas perguntas relativas à organização das finanças, controle de vendas e estoques e treinamento de funcionários. A sondagem revelou que em 11,4% das empresas pesquisadas não há uma clara separação entre as finanças dos donos e das empresas. Outro dado foi que em 15,1% há um controle muito superficial ou simplesmente não há controle das finanças.
Um número positivo que a pesquisa aponta é que, entre os que analisam suas finanças, 92,3% dos empresários entrevistados, com base nessa análise, elaboram estratégias e as colocam em prática visando atingir objetivos propostos. A sondagem também revelou que em 13% das empresas pesquisadas, não há controle informatizado de vendas nem estoques e em 28,8% não há treinamento de 100% dos funcionários. Apesar desses números, apenas 0,3% das empresas entrevistadas reconhecem na falta de estratégia e planejamento um impeditivo para o crescimento das suas vendas.