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Agronegócios

- Publicada em 10 de Julho de 2018 às 21:25

Produção gaúcha de grãos de inverno deve crescer

Perspectiva é de que colheita média seja de 1.879 quilos por hectare

Perspectiva é de que colheita média seja de 1.879 quilos por hectare


/KÁTIA MARCON/DIVULGAÇÃO/JC
A produção gaúcha de culturas de inverno deverá ser maior neste ano do que em 2017, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Em seu primeiro boletim de acompanhamento da safra na estação, a estatal projeta colheitas maiores em todos os principais alimentos do frio no Estado, em especial o trigo ( 2,4%) e a aveia branca ( 26,3%), puxadas principalmente por aumentos esperados na produtividade das lavouras.
A produção gaúcha de culturas de inverno deverá ser maior neste ano do que em 2017, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Em seu primeiro boletim de acompanhamento da safra na estação, a estatal projeta colheitas maiores em todos os principais alimentos do frio no Estado, em especial o trigo ( 2,4%) e a aveia branca ( 26,3%), puxadas principalmente por aumentos esperados na produtividade das lavouras.
Principal produto da temporada, o trigo começa a ter o seu panorama desenhado, após muitas incertezas quanto ao interesse dos produtores pelo plantio. A Conab prevê, para o Rio Grande do Sul, praticamente uma repetição do terreno cultivado no ano passado, alcançando em 2018 uma área plantada com trigo de 695,7 mil hectares (-0,5%). A pequena queda, porém, deve ser mais do que compensada por um aumento na produtividade, que deve chegar a 1.879 kg/hectare ( 2,9%), totalizando uma produção 1,3 milhão de toneladas nesta safra no Estado.
O ganho de produtividade no Rio Grande do Sul, entretanto, não chega perto dos ganhos de 15,8% esperados para o Paraná e de 10% para Santa Catarina, que puxarão para cima a produtividade brasileira na safra 2018.
No boletim, a empresa argumenta que há tendência de aumento de área nas principais regiões produtoras do Estado. Municípios no Norte gaúcho, como Erechim e Sarandi, por exemplo, terão lavouras de trigo 10% maiores, já quase totalmente semeadas. Por outro lado, o cenário é o oposto na parte Sul, com quedas esperadas de área de 16% em Bagé e de 20% em Pelotas, motivadas pelos baixos preços praticados na safra passada.
Na aveia branca, com o plantio já concluído, a área plantada no Estado é estimada pela Conab em 253,4 mil hectares ( 2,1%). O cenário é o mesmo visto no trigo, com aumentos no terreno plantado na parte Norte, como em Passo Fundo, onde a área cresceu 10%, contrapostos a reduções na Zona Sul. As boas condições climáticas ainda catapultam a produtividade da aveia, que deve gerar 2.287 kg/hectare neste ano ( 23,7), levando à colheita total de 579,5 mil toneladas do cereal no Rio Grande do Sul.
Outras culturas, como a canola e a cevada, têm situações menos claras segundo a Conab, mesmo com projeções de crescimento na produção ( 55,8% e 31,6%, respectivamente). A canola, cuja colheita deve alcançar 53,9 mil toneladas, sofre queda de área classificada como "drástica" pelo boletim por conta dos prejuízos do ano passado. Contraditoriamente, a estatal continua a projetar uma redução de apenas 0,9% na área plantada em relação a 2017, chegando a 42,9 mil hectares plantados.
Na cevada, o cenário é descrito como "obscuro" pela redução no incentivo à cultura por parte das maltarias, culpa do desempenho ruim do cereal destinado à indústria cervejeira em 2017. A Conab ainda projeta um crescimento de 14,7% na área, chegando a 65,4 mil hectares, mas argumenta que só chegará a um número fidedigno após definição da cadeia. Caso se mantenha a área projetada, a produção de cevada deve chegar a 150,4 mil toneladas ( 31,6%).
Com a colheita das culturas de verão já praticamente finalizadas, as projeções da estatal para os grãos da temporada, como soja, arroz e milho não sofreram alterações. A única mudança foi uma elevação na produtividade do feijão, estimada agora em 1.830 kg/hectare ( 17,1% em relação à safra 2016/2017). Com isso, a produção total de feijão no Estado em 2017/2018 deve ser de 107,6 mil toneladas ( 12,7%). Ao todo, a safra gaúcha de grãos em 2017/2018 chegará, segundo a Conab, a 32.437,5 milhões de toneladas, redução de 8,7% em relação à safra anterior.
JC

Em todo o Brasil, estimativa é de queda de 3,9% na safra 2017/2018

A produção brasileira de grãos na safra 2017/2018 deve ser de 228,517 milhões de toneladas, segundo o 10º levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O volume corresponde a uma queda de 3,9% sobre o da safra recorde anterior, de 237,671 milhões de toneladas, e um recuo de 0,5% sobre o total de 229,703 milhões de toneladas do levantamento anterior.
A principal variação negativa no volume produzido de grãos é o da segunda safra de milho, que será de 56,019 milhões de toneladas na apuração divulgada nesta terça-feira, recuo de 3,8% sobre o total estimado pela Conab, de 58,216 milhões de toneladas no levantamento passado e queda de 16,9% sobre as 67,381 milhões de toneladas da safra 2016/2017. A queda na produção de milho é causada basicamente pela falta de chuvas na safrinha em regiões produtoras da cultura.
No outro lado, a safra brasileira será sustentada pela soja, cuja colheita é estimada pela Conab em 118,886 milhões de toneladas, altas de 0,7% sobre as 118,048 milhões de toneladas do 9º levantamento e de 4,2% sobre o total de 114,075 milhões de toneladas de 2016/2017.
A área colhida de grãos na safra 2017/2018 será de 61,65 milhões de hectares, leve alta sobre a projeção passada, de 61,60 milhões de hectares e aumento de 1,2% ante o total de 60,89 milhões de hectares da safra passada. O destaque de crescimento é o da área de algodão, que saltará 25,2% em 2017/2018, para 1,176 milhão de hectares.
A queda na produção de grãos deve ser compensada pelo crescimento na receita no campo, destacou o ministro. O levantamento da Conab, com base nos preços de junho, aponta que o faturamento bruto nessas lavouras anuais seria de R$ 209,6 milhões na safra 2017/2018, alta de 25,2% sobre o total de R$ 167,4 bilhões de receita da safra passada. O faturamento das lavouras de soja deve ser de R$ 140 bilhões, alta de 29,7% e, mesmo com uma queda na produção, a receita de milho poderá ser 29% maior ante 2016/2017, para R$ 40,7 bilhões.
 

Demanda e prêmio pago pela soja brasileira aumentam, diz secretário

A demanda e o prêmio pago pela soja brasileira estão aumentando com a guerra comercial entre os Estados Unidos (EUA) e a China, disse o secretário adjunto de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Sávio Pereira, ao apresentar o 10º levantamento da safra de grãos, elaborado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
O prêmio é uma remuneração extra para a exportação de soja. Na última sexta-feira (6), a China anunciou que iniciou "de forma imediata" medidas de represália contra importações de produtos americanos, após a entrada em vigor nos Estados Unidos de tarifas a mercadorias chinesas importadas, no valor de US$ 34 bilhões. Foi aplicado um conjunto de tarifas de 25% sobre produtos como a soja.
Com isso, houve queda nos preços da soja na Bolsa de Chicago. "Os preços são definidos pela Bolsa de Chicago, mas a bolsa reflete muito o mercado americano. Os mercados regionais, como do Brasil, da Argentina e do Paraguai se adaptam à Bolsa de Chicago por meio dos prêmios pagos nos portos. Como há essa queda na procura pela soja americana, os prêmios nos portos brasileiros pela soja brasileira sobem", explicou Pereira.
O secretário adjunto acrescentou que o efeito para o mercado de soja brasileiro pode ser positivo. "Semana passada, já havia informações que foram canceladas compras de 500 mil toneladas de soja americana. Significa que a soja americana vai custar 25% a mais para os chineses. Evidentemente isso provocou queda na Bolsa de Chicago, que reflete muito o produto americano. Mas, em compensação, os prêmios nos portos brasileiros subiram. Então, a taxação americana, com a queda em Chicago, afetou o Brasil, eu diria, até positivamente. A procura é para o produto brasileiro agora."