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Seguros

- Publicada em 24 de Junho de 2018 às 22:07

Empresas do ramo de seguros apostam em produtos inovadores

Leonardo Rochadel aposta no uso da inteligência artificial para auxiliar na venda de seguros

Leonardo Rochadel aposta no uso da inteligência artificial para auxiliar na venda de seguros


O2OBOTS/DIVULGAÇÃO/JC
Em um mercado cada vez mais dinâmico, traçar estratégias de diferenciação é imperativo para manter a competitividade de uma marca. No que diz respeito ao segmento de seguros, respeitar essa máxima, segundo empresários do ramo, é ainda mais importante. O Brasil, segundo o diretor do Centro de Qualificação do Corretor de Seguros (CQCS), Gustavo Doria Filho, é um "celeiro de inovações", especialmente no que diz respeito às tecnologias e, neste ponto, as principais diferenciações acontecem no setor.
Em um mercado cada vez mais dinâmico, traçar estratégias de diferenciação é imperativo para manter a competitividade de uma marca. No que diz respeito ao segmento de seguros, respeitar essa máxima, segundo empresários do ramo, é ainda mais importante. O Brasil, segundo o diretor do Centro de Qualificação do Corretor de Seguros (CQCS), Gustavo Doria Filho, é um "celeiro de inovações", especialmente no que diz respeito às tecnologias e, neste ponto, as principais diferenciações acontecem no setor.
No País, pelo menos 150 insurtechs (as startups do segmento) garantem que empresas consolidadas não se acomodem em suas práticas, de acordo com o diretor. Doria conta que diversos dispositivos digitais fazem a diferença neste sentido, como o Blockchain, que tem servido como estrutura fundamental em criptografia para troca de ativos, assim, podendo ser utilizada para pagamento de comissões de corretores de maneira célere.
Por outro lado, algumas aplicações das novidades tecnológicas esbarram na regulamentação do segmento. Neste sentido, o órgão responsável, a Superintendência de Seguros Privados (Susep), criou uma comissão especial permanente dedicada ao tema inovação e insurtechs. "As inovações são muito bem-vindas, principalmente, quando elas vêm com o intuito de melhorar a relação entre todos os agentes do mercado, mas elas precisam caminhar alinhadas às diretrizes do setor", ressalta o titular da autarquia, Joaquim Mendanha de Ataídes.
Onde já existe a possibilidade de aplicação das tecnologias, as inovações garantem maior autonomia às corretoras. No caso da insurtech O2OBOTS, de Florianópolis, que passa por aceleração da gaúcha Wow!, a utilização da inteligência artificial permitiu o desenvolvimento do SeguroBot, utilizado na realização de 90% das tarefas operacionais e repetitivas necessárias. O CEO e fundador da marca, Leonardo Rochadel, explica que isso dá autonomia para os corretores atuarem focados em na venda.
Com modelo de negócios de robot-as-a-service, espécie de aluguel de robôs, a O2OBOTS está presente no Brasil e na França. Disponível para empresas de todos os portes, a marca aposta nas pequenas, uma vez que, segundo Rochadel, este público nem sempre tem acesso a novas tecnologias. "Criamos um pacote especial para as primeiras 250 corretoras com faturamento menor que R$ 360 mil em 2017, para adesão facilitada com isenção total dos valores de ativação e configuração", conta.
Tecnologias mais cotidianas também foram apropriadas pelo segmento e trouxeram benefícios aos usuários. Utilizando telemetria, a Liberty Seguros trabalha com aplicativo para smartphones que, ao final de cada viagem de carro, dá um diagnóstico de desempenho do motorista com a avaliação de aspectos como velocidade, estilo de direção, distração, horário da viagem e fadiga. Usuários que, em até 60 dias, rodarem mais de 800 km e realizarem pelo menos 20 saídas poderão receber um desconto de até 30% nos seguros automotivos pela empresa. Chamado Direção em conta, o software surgiu como uma maneira de oferecer precificação baseada no comportamento individual, e não em estereótipos de faixa etária e gênero, acompanhando a tendência de personalização.

Diferenciações também surgem a partir de novos modelos de negócios

Para Felipe Wichmann, existe um espaço significativo para crescimento do segmento

Para Felipe Wichmann, existe um espaço significativo para crescimento do segmento


LUIZA PRADO/JC
Não é só em tecnologias que acontecem as diferenciações no ramo de seguros. Pioneira em novo modelo de negócios, a gaúcha Rede Wichmann possibilita que empresas e pessoas físicas possam atuar como corretoras. "Já trabalhávamos com franquias de seguros com a marca Bidon, desenvolvemos a possibilidade de trabalhar também com uma rede, com estrutura semelhante ao outro modelo desenvolvido, mas focada em segmentos específicos como o ramo imobiliário, administradoras de condomínio e empresas de créditos consignados", argumenta o diretor Felipe Wichmann.
A rede, atualmente, é composta por 21 empresas e pessoas físicas de diversas áreas que passaram por treinamento junto a corretora Bidon. Assim, são aptas a fazer cotações com mais de 15 seguradoras simultaneamente, em produtos como seguros residenciais. Também é disponibilizado aos credenciados software que auxilia na gestão de clientes e receitas. A projeção é de que a rede feche 2018 com 80 empresas participantes, uma vez que a prospecção de credenciadas teve início em abril e um quarto da meta já foi atingido.
Quase 40% do total de empresas credenciadas pertencem ao ramo imobiliário. Wichmann destaca ser importante que as próprias imobiliárias consigam ser autossuficientes, especialmente nas questões que tangem o seguro locatício, obrigatório nas transações de aluguel de imóveis. Em modelos nos quais a credenciada atua independentemente da corretora, o comissionamento, segundo o diretor, pode chegar aos 80%. Também compõem o quadro da rede escritórios advocatícios e de contabilidade, revenda de veículos, administradoras de condomínio e empresas de crédito consignado.
Pelo entendimento do diretor, existe espaço significativo de crescimento no segmento de seguros do País. "Nos Estados Unidos um médico ou um advogado se forma e faz um seguro de responsabilidade civil automaticamente, aqui sequer este costume existe", conclui, ao elencar situações nas quais não há atenção ao tema.