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Conjuntura

- Publicada em 21 de Junho de 2018 às 01:00

Taxa Selic é mantida em 6,5% ao ano pelo Copom

Após surpreender em sua última reunião, em maio, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), agiu de acordo com as expectativas do mercado e decidiu manter a taxa básica de juros da economia brasileira em 6,50% ao ano na reunião de ontem. Essa é a segunda manutenção seguida da taxa após 12 cortes seguidos desde outubro de 2016.
Após surpreender em sua última reunião, em maio, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), agiu de acordo com as expectativas do mercado e decidiu manter a taxa básica de juros da economia brasileira em 6,50% ao ano na reunião de ontem. Essa é a segunda manutenção seguida da taxa após 12 cortes seguidos desde outubro de 2016.
O anúncio veio em meio a um cenário adverso para as economias emergentes com a valorização mundial do dólar. Para evitar crises cambiais, Argentina e Turquia precisaram elevar suas taxas de juros nos últimos meses para conter a saída de divisas do país. Havia o receio de que o BC precisasse adotar uma medida similar para conter a desvalorização do real.
No entanto, amparado por um quadro confortável nas contas externas, pela recuperação lenta da economia e pela inflação abaixo do centro da meta, o Brasil tem atravessado o período de cenário internacional adverso a economias emergentes sem recorrer ao aumento de juros. No dia 8 de junho, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, chegou a afirmar que a política monetária não seria utilizada para controlar a taxa de câmbio.
Para as próximas reuniões do Copom, a curva de juro a termo, demonstração gráfica de como o mercado prevê a dinâmica da taxa de juros, aponta para o início de um ciclo de altas na taxa Selic.
Na pesquisa Focus divulgada nesta semana, os economistas do mercado financeiro, no entanto, esperam pela manutenção da Selic em 6,50% até maio de 2019, quando poderia ser elevada de 6,50% para 6,75% ao ano. As datas das próximas decisões do Copom são: 1 de agosto, 19 de setembro, 31 de outubro e 12 de dezembro.
No comunicado emitido ontem sobre a taxa Selic, o BC retirou a indicação usada em maio que sinalizava juros estáveis no futuro. Na decisão anterior, o comunicado citava que "para as próximas reuniões, o comitê vê como adequada a manutenção da taxa de juros no patamar corrente". A frase não consta do comunicado de ontem.
O BC argumentou que o juro estável "é compatível com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante para a condução da política monetária, que inclui os anos-calendário de 2018 e, principalmente, de 2019". Apesar do juro estável, o BC manteve a percepção de que a conjuntura econômica "prescreve política monetária estimulativa, ou seja, com taxas de juros abaixo da taxa estrutural". O comunicado cita apenas que os próximos passos da política monetária "continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação".
JC

Entidades dizem que País perde oportunidades

A Federação das Indústrias do Estado (Fiergs) considera que o ciclo de redução dos juros poderia ser mais longo. No entanto reconhece que se, por um lado, a economia se encontra desaquecida, por outro existem "incertezas estruturais e conjunturais" que levaram à manutenção da Selic em 6,5%.
Para a Fecomércio-RS, o Brasil não consegue aproveitar-se dos juros em níveis mínimos históricos para crescer. "O cenário externo mais adverso e, principalmente, a ausência de reformas são as barreiras para o crescimento sustentado", destacou em nota.

Para Fiergs, ciclo de redução ser mais longo

A Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) considera que o ciclo de redução dos juros, mantidos ontem em 6,50% ao ano, poderia ser mais longo, proporcionando o aumento da atividade econômica, que tanto vem sofrendo para acelerar no pós-crise. “Precisamos consolidar a estabilidade macroeconômica do País, principalmente pela diminuição da dívida pública, para que o período de taxas de juros mais baixas seja prolongado”, afirma o presidente em exercício da Fiergs, Gilberto Ribeiro.
A Fiergs lembra que, desde a última reunião do Copom, em 16 de maio, dois riscos de curto prazo para a inflação ficaram mais evidentes. O primeiro se refere à continuação do processo de valorização do dólar frente às demais moedas do mundo, sobretudo às dos emergentes. O segundo está relacionado às consequências da paralisação dos caminhoneiros e da elevação de custos com o tabelamento dos fretes. Se por um lado a economia se encontra desaquecida, avalia a entidade, por outro existem essas incertezas estruturais e conjunturais que levam o Copom a essa decisão.